O desafio para o Brasil continua sendo o de aumentar a participação de manufaturados na pauta de exportações
Passada a euforia
proporcionada pelas possibilidades geradas nas reuniões em Brasília,
dias 13 e 14 de novembro, dos presidentes e ministros da China, Índia,
Rússia, África do Sul e Brasil, cabe agora se perguntar o básico: o que
governos e empresas brasileiras farão, a partir de agora, para vender
mais o que tem maior valor, principalmente para a China e a Índia, que
serão as duas maiores economias do mundo, segundo o estudo “World in 2050: The Long View”, da PwC
– cabendo aos Estados Unidos então um honroso terceiro lugar, seguido à
distância pela Indonésia e o Brasil. Hoje, as populações da China e
Índia somadas ultrapassam 3,7 bilhões de habitantes, dos quais mais de 1
bilhão consumidores efetivos.
Ainda que seja ótimo que as vendas de carnes para a China tenham aumentado muito em 2018 e este ano, e que tenham continuado em alta as dos demais produtos tradicionalmente exportados para lá, o desafio para os governos e empresas brasileiras continua sendo o de aumentar a participação de manufaturados na pauta de exportações para os dois países, e não apenas as quantidades de produtos básicos que a China e a Índia compram do Brasil. Isso porque a análise qualitativa do comércio em 2018 com os dois gigantes asiáticos revela que continuamos comprando quase que só manufaturados da China (97,8%) e da Índia (94,9%), e vendendo muito mais produtos básicos (88,9% e 40,7%, respectivamente), de acordo com os dados disponíveis no site do MDIC.
Na prática, esse desafio de alterar significativamente a pauta de exportações do Brasil para seu maior parceiro comercial desde 2009 (China), e também para a Índia – que poderá se tornar o segundo maior importador em poucos anos –, implica em grandes mudanças estruturais no tocante à logística, disponibilidade e custos do capital, recuperação da importância da indústria na economia nacional e expansão da economia criativa. Tudo isso é imprescindível para que o Brasil possa encarar a concorrência mundial em preço, qualidade e inovação tecnológica.
Os números da balança comercial são eloquentes a esse respeito: a maior venda do Brasil para a Índia ocorreu em 2012, com US$ 5,5 bilhões exportados. Ano passado as vendas caíram para US$ 3,9 bilhões. Em contrapartida, o recorde de vendas da Índia para o Brasil ocorreu em 2014, com US$ 6,6 bilhões, quase o dobro dos US$ 3,7 bilhões de 2018. Com a China, as exportações em 2018 foram recordes, com US$ 63,9 bilhões e saldo positivo para o Brasil de US$ 29,2 bilhões. Como as importações do Brasil representam menos de 3% do que a China compra do mundo, e apenas 1,2% de tudo o que a Índia importa, há ainda muito espaço para crescimento das vendas brasileiras para os dois países. Saberemos que essa realidade estará começando a mudar, quando houver menos empresários brasileiros indo comprar nas centenas de feiras que ocorrem anualmente na Índia e na China, e mais estandes de empresas brasileiras vendendo, a exemplo do que fazem as empresas alemãs, espanholas, norte-americanas e francesas.
Ainda que seja ótimo que as vendas de carnes para a China tenham aumentado muito em 2018 e este ano, e que tenham continuado em alta as dos demais produtos tradicionalmente exportados para lá, o desafio para os governos e empresas brasileiras continua sendo o de aumentar a participação de manufaturados na pauta de exportações para os dois países, e não apenas as quantidades de produtos básicos que a China e a Índia compram do Brasil. Isso porque a análise qualitativa do comércio em 2018 com os dois gigantes asiáticos revela que continuamos comprando quase que só manufaturados da China (97,8%) e da Índia (94,9%), e vendendo muito mais produtos básicos (88,9% e 40,7%, respectivamente), de acordo com os dados disponíveis no site do MDIC.
Na prática, esse desafio de alterar significativamente a pauta de exportações do Brasil para seu maior parceiro comercial desde 2009 (China), e também para a Índia – que poderá se tornar o segundo maior importador em poucos anos –, implica em grandes mudanças estruturais no tocante à logística, disponibilidade e custos do capital, recuperação da importância da indústria na economia nacional e expansão da economia criativa. Tudo isso é imprescindível para que o Brasil possa encarar a concorrência mundial em preço, qualidade e inovação tecnológica.
Os números da balança comercial são eloquentes a esse respeito: a maior venda do Brasil para a Índia ocorreu em 2012, com US$ 5,5 bilhões exportados. Ano passado as vendas caíram para US$ 3,9 bilhões. Em contrapartida, o recorde de vendas da Índia para o Brasil ocorreu em 2014, com US$ 6,6 bilhões, quase o dobro dos US$ 3,7 bilhões de 2018. Com a China, as exportações em 2018 foram recordes, com US$ 63,9 bilhões e saldo positivo para o Brasil de US$ 29,2 bilhões. Como as importações do Brasil representam menos de 3% do que a China compra do mundo, e apenas 1,2% de tudo o que a Índia importa, há ainda muito espaço para crescimento das vendas brasileiras para os dois países. Saberemos que essa realidade estará começando a mudar, quando houver menos empresários brasileiros indo comprar nas centenas de feiras que ocorrem anualmente na Índia e na China, e mais estandes de empresas brasileiras vendendo, a exemplo do que fazem as empresas alemãs, espanholas, norte-americanas e francesas.
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