sábado, 31 de outubro de 2020

Saiba como falar de RACISMO com as crianças

Direitos da criança e do adolescente

Por Bruna Ribeiro

Assim como em muitos outros espaços, o racismo é reproduzido dentro das escolas e nem sempre os adultos estão preparados para abordar o tema com as crianças. Por isso é urgente reafirmarmos a importância de uma educação antirracista para crianças negras e brancas. O coletivo Nós, mulheres da periferia preparou um vídeo muito interessante a respeito do assunto, em conversa com a educadora Luana Tolentino, com o artista gráfico Antônio Junião e a pedagoga Carol Adesewa.

No vídeo, os convidados apresentam experiências de educação antirracista e também falam sobre a importância delas. “Infelizmente nós vivemos em uma sociedade extremamente racista. Este racismo é produzido e reproduzido dentro das escolas por meio de discursos e práticas pedagógicas de um currículo que não abarca a diversidade étnico-racial existente no nosso país. Com isso, as escolas tem sido espaços de violência, de exclusão e de abandono para meninos e meninas negras neste país”, disse Luana.

Vale lembrar que a Lei 10.639/03 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), incluindo no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “história e cultura afro-brasileira”, mas as diretrizes para a implementação deste conteúdo não são seguidas na prática.

Confira o vídeo:

 

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Os padrões do comportamento civilizado

Sucesso eleitoral de Bolsonaro inspirou outros oportunistas a apostar na imoralidade como estratégia

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

30 de outubro de 2020 


Numa democracia saudável, a luta pelo poder, por mais acirrada que seja, não pode servir de pretexto para que se violentem os padrões básicos de comportamento civilizado. Em outras palavras, todos, candidatos e eleitores, devem respeitar esses limites ditados pela decência – que, ao fim e ao cabo, é requisito fundamental para o reconhecimento mútuo da legitimidade dos que disputam o poder.

Há algum tempo, contudo, a democracia brasileira vem sendo rebaixada por alguns a uma briga de rua, em que vence aquele que desafia os paradigmas morais que, sempre se acreditou, viabilizam a vida em sociedade. A briga de rua premia os que tratam o oponente de forma desumana, sem qualquer freio ditado pelos princípios éticos; já os que nutrem respeito pelo adversário, no mínimo por honradez, são tratados como fracos.

Quando Celso Russomanno, candidato à Prefeitura de São Paulo, sugere que seu principal adversário na disputa, o prefeito Bruno Covas, pode não terminar o mandato caso seja reeleito, revela por inteiro a ausência de limites morais que tão mal tem feito à democracia no País.

Como se sabe, o prefeito Bruno Covas sofreu de câncer. Segundo seus médicos, o tratamento a que o prefeito vem sendo submetido controlou a doença e lhe deu condições não apenas de continuar à frente do cargo, como também de concorrer à reeleição. É absolutamente repugnante que um candidato explore a doença grave de um adversário para tentar lhe tomar votos.

Ao contrário do que pensam os bolsonaristas como o sr. Russomanno, há uma linha de dignidade que não pode ser cruzada em nenhuma hipótese, pois eleição não é uma disputa terminal, de vida ou morte, que, ao menos para os amorais, justificaria toda sorte de barbaridades.

Não faz muito tempo, a presidente Dilma Rousseff, de triste memória, reconheceu que ela e seus correligionários faziam o “diabo” em época de eleição. Tal admissão causou na ocasião uma compreensível repulsa por parte dos cidadãos de bem, já bastante agastados com as artimanhas tinhosas do lulopetismo, mas ao mesmo tempo foi útil para revelar até onde estavam dispostos a ir o sr. Lula da Silva e seus discípulos para se agarrar ao poder.

Rasgada a fantasia de campeão da ética, com a qual o lulopetismo enganou muitos incautos por décadas, ficou claro para todos que a política, conforme concebida pelo PT, não era mais uma disputa de ideias, mas guerra aberta em que o adversário devia ser aniquilado.

Nisso o PT encontrou em Jair Bolsonaro seu inimigo ideal. Desde os tempos de deputado do baixo clero, o hoje presidente se notabilizou por defender nada menos que a destruição – física, até – de seus oponentes. Bolsonaro elegeu-se presidente criando e explorando fake news em redes sociais para desmoralizar seus concorrentes, atualizando o conceito de “fazer o diabo” na campanha. 

Uma vez na Presidência, Bolsonaro não perde seu tempo governando, coisa que, de resto, seria incapaz de fazer; concentra suas energias em sua campanha antecipada pela reeleição e, para esse fim, não se constrange em explorar a pandemia de covid-19 e seus cerca de 160 mil mortos para tentar ganhar votos. Estimula aglomerações, menospreza a vacina e incentiva os cidadãos a tomar remédio sem eficácia comprovada, tudo para se livrar do fardo de liderar o País neste momento tão difícil e para atribuir a terceiros – seus adversários políticos – a responsabilidade pela crise. 

O sucesso eleitoral de Bolsonaro inspirou muitos outros oportunistas a apostar na imoralidade como estratégia de campanha. Assim, uma verdadeira malta de arruaceiros políticos, a exemplo do mestre, investe na confusão e na truculência como ativo eleitoral.

Resta torcer para que a rejeição a candidatos apoiados tanto por Bolsonaro como por Lula, detectada em algumas pesquisas, se confirme, pois assim ficará claro que nem todos os eleitores se sentem confortáveis em viver numa sociedade desprovida de solidariedade e respeito ao próximo, que é a sociedade idealizada pelos liberticidas bolsonaristas e lulopetistas.

 

Até 850.000 vírus desconhecidos em aves e mamíferos poderiam saltar para os humanos

Especialistas em biodiversidade da ONU alertam para o aumento das pandemias por causa da degradação ambiental e do tráfico de animais

Um homem libera um faisão na Pensilvânia, Estados Unidos.
Um homem libera um faisão na Pensilvânia, Estados Unidos.Ben Hasty (Getty) / MediaNews Group via Getty Images 

Qual estratégia é melhor: agir para controlar e solucionar o problema uma vez que ele aparece ou prevenir seu surgimento? Mais de 20 cientistas internacionais partiram dessa pergunta na hora de analisar a pandemia causada pelo novo coronavírus e a degradação ambiental. E em um relatório elaborado sob o guarda-chuva do IPBES (sigla em inglês para Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas, um organismo científico vinculado à ONU) conclui que, como diz o ditado, neste caso é melhor prevenir do que remediar. Especificamente, é 100 vezes mais barato evitar as pandemias do que tentar controlar seus efeitos após iniciadas.

“Nosso enfoque atual é tentar detectar novas doenças de maneira precoce, contê-las e depois desenvolver vacinas e terapias para controlá-las. Claramente, diante da covid-19, com mais de um milhão de mortes humanas e enormes impactos econômicos, este enfoque baseado na reação é inadequado”, concluem os especialistas. O estudo estima que as economias globais percam por ano um trilhão de dólares (5,76 trilhões de reais) devido a pandemias e outras zoonoses, ou seja, doenças que saltam de outros animais para o ser humano.

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O relatório adverte que os estudos científicos apontam a existência atualmente de 1,7 milhão de espécies de vírus “não descobertos” em mamíferos e aves; e, destes, “até 850.000 poderiam ter a capacidade de infectar as pessoas”. Os especialistas pedem uma mudança estrutural para deter a degradação ambiental. Por exemplo, aumentando as áreas protegidas e reduzindo a exploração das regiões de alta biodiversidade para diminuir “o contato entre a vida silvestre, o gado e o ser humano”.

Esses especialistas ―entre os quais há veterinários, médicos e biólogos― apontam que as evidências científicas demonstram que as pandemias são cada vez mais frequentes. Além disso, recordam que sua aparição, vinculada a diversos micróbios transportados por hospedeiros animais, está “totalmente impulsionada pelas atividades humanas”, ou seja, é causada pelas “mesmas transformações ambientais globais que impulsionam a perda de biodiversidade e a mudança climática”, como o desmatamento, a expansão e intensificação agrícola e o comércio e consumo de animais silvestres. “A isto deve-se acrescentar os padrões de consumo da sociedade: a humanidade consome cada vez mais o nosso meio ambiente global, e isso se traduz em perda de biodiversidade, mas também provoca um maior risco de zoonoses emergentes e de pandemias como a da covid-19”, afirma Thijs Kuiken, um dos autores do estudo e membro do departamento de virologia do Centro Médico da Universidade Erasmus, em Roterdã (Países Baixos).

Os especialistas apontam como uma das atividades mais nocivas as mudanças do uso do solo vinculadas ao desmatamento, urbanização e expansão da agropecuária. “A mudança de uso da terra é um fator de importância mundial para as pandemias e provocou a aparição de mais de 30% das novas doenças notificadas desde 1960”, detalham. Entre outras várias recomendações, os especialistas propõem “incluir impostos ou sobretaxas ao consumo de carne, à pecuária e outras formas de atividades de alto risco pandêmico”.

O outro grande ponto negativo abordado pelo relatório é o comércio ilegal e consumo de vida silvestre. Os especialistas observam que “a agricultura, o comércio e o consumo de vida silvestre” provocaram a perda de biodiversidade e doenças emergentes, “incluídas a sars e a covid-19”. E alertam também que tanto o comércio legal como o ilegal de fauna silvestre podem ser um fator de aparição de novas enfermidades. “Cerca de 24% de todas as espécies de vertebrados terrestres silvestres são comercializadas em nível mundial”, contextualizam.

Impactos econômicos

Além das perdas humanas e sofrimento, os cientistas cifram em mais de um trilhão de dólares os “prejuízos econômicos anuais” causados pelas pandemias e outras zoonoses. Comparativamente, estimam em apenas 40 a 58 bilhões de dólares anuais os custos das estratégias preventivas das pandemias ―por exemplo, a redução do comércio de vida silvestre e das mudanças no uso da terra. O relatório reconhece que o verdadeiro impacto econômico da covid-19 ainda é incerto e que dependerá da eficácia das vacinas. Mas aponta para uma estimativa inicial de 8 a 16 trilhões de dólares para o mês de julho passado.

Para lançar essa estratégia de prevenção que evite as perdas humanas e econômicas, os especialistas do IPBES apresentam uma série de recomendações. “Muitas têm a ver com as mudanças do uso fundiário para impedir o desmatamento, os efeitos da mineração, a forma de produção de ração para o gado. Se reduzirmos essas práticas, baixamos o nível de risco de ocorrer outra pandemia e se restaura a biodiversidade”, resume Kuiken.

Os especialistas sugerem a criação de um conselho científico supranacional de prevenção de pandemias para que os países possam tomar decisões executivas. Propõem, por exemplo, que os governos se comprometam a alcançar metas dentro de um acordo internacional para limitar as causas que desencadeiam as pandemias. E recomendam “reduzir ou eliminar” do comércio de animais silvestres as “espécies de alto risco de doença”. Kuiken também considera determinante envolver a população: “É importante saber mais sobre a origem das pandemias e ter consciência do que se consome, por exemplo, do uso do couro nos casacos, ou chegar a um consumo responsável de carne”.

 

4 dicas para descobrir se o MEL é falsificado

 

Foto: iStock

da redação da Menu

Assim como o azeite e o vinho, o mel é um dos alimentos mais falsificados do mundo. Isso acontece pois as abelhinhas levam um tempo para produzir o alimento – por mais eficientes que elas sejam, elas não dão conta de produzir mel para o mundo inteiro.

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E, como falta mel, os falsários misturam xarope de glucose e outros ingredientes para fazer o mel original render mais ou então revendem as misturas como se fossem o produto verdadeiro.

Felizmente, existem alguns truques caseiros para conferir se o mel que você comprou é original. Antes, uma recomendação: é mais garantido comprar mel verdadeiro em supermercados ou empórios. Confira as dicas a seguir.

1) Geladeira
Mel de verdade cristaliza, isso é, ele se solidifica em temperaturas abaixo de 25ºC. Deixe a garrafa com o alimento na geladeira por algumas horas: se endurecer, é mel. Para reverter o processo, é só deixar fora da geladeira ou aquecer a garrafa em banho-maria.

2) Vinagre
Pegue uma colher de sopa de mel e pingue algumas gotas de vinagre: se espumar, o produto é falsificado. Isso acontece pois o ácido do vinagre reage com os ingredientes usados para fraudar o mel.

3) Água
Encha um copo com água e coloque uma pequena quantidade de mel. Se o produto for original, ele vai descer para o fundo do copo, pois o mel é mais pesado que a água.

4) Papel-toalha
Pingue um pouco de mel em um papel-toalha. Se o líquido demorar para ser absorvido, o produto é original. Mel adulterado costuma ser mais diluído e é absorvido rapidamente.

Bônus: data de validade
Mel de verdade não estraga (e deve ser conservado fora da geladeira). Por isso, garrafas que trazem uma data de validade podem indicar que o produto é falso. A embalagem, no entanto, pode indicar o melhor prazo para consumo. Depois daquela data, o mel não estraga, mas pode perder um pouco de aroma, sabor e textura.

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Quanto tempo dura a imunidade ao novo coronavírus?

Coronavírus

Um estudo com 365 mil pacientes na Inglaterra indica que os anticorpos que protegem contra a reincidência da covid-19 permanecem no sangue menos que se pensava, sobretudo entre os mais idosos. DW confere os fatos.

"Estou imune", afirmou Donald Trump em seu retorno à campanha eleitoral após se recuperar da covid-19, acrescentando que, se pudesse, beijaria seu público ali. No fim, o mais famoso paciente do mundo acabou não o fazendo – e, ao que tudo indica, foi melhor assim. Pois, segundo o estado atual das pesquisas, não é garantido que o presidente dos Estados Unidos esteja realmente imune.

A questão da imunidade acompanha a pandemia desde o primeiro momento, e, diante do aumento vertiginoso do número de casos na Europa e América do Sul e do Norte, é mais urgente do que nunca.

Um novo estudo vem abalar as esperanças de uma imunidade natural sem vacinação: após examinar amostras de 365 mil pacientes recuperados da Inglaterra, pesquisadores do Imperial College London encontraram indícios de que a imunidade decai com o tempo. A DW apresenta os fatos.

Por quanto tempo se está imune, após uma infecção com o coronavírus?

Depende de vários fatores. Por exemplo, da idade: os testes do Imperial College mostraram que, nos pacientes maiores de 75 anos, os anticorpos adquiridos diminuem bem mais rapidamente do que nos mais jovens. Além disso, a formação de imunoglobulinas varia segundo o grau de gravidade da moléstia.

O fato de o número de anticorpos baixar mais lentamente entre profissionais da saúde leva os cientistas a crerem que a exposição repetida ou mais intensa ao Sars-Cov-2 também possa ser um fator. Portanto, se a imunidade durará semanas ou meses, depende de quem se infecta.

Em outro estudo, da Harvard Medical School e da Universidade de Toronto, constatou-se que a maior quantidade de imunoglobulinas se forma de duas a quatro semanas após o contágio, reduzindo-se em seguida. A taxa permanece mais elevada por cerca de quatro meses, levando a crer que "se esteja muito provavelmente protegido durante esse período", explica a pesquisadora-chefe Richelle Charles.

Mas tampouco esse estudo é prova definitiva de uma proteção duradoura contra a doença respiratória. Portanto permanece em aberto a questão da duração da imunidade.

Por que circulam afirmativas divergentes quanto à imunidade?

Elas dependem dos locais dos exames e do prazo ou âmbito dos estudos. Assim, em Nova York, EUA, os cientistas detectaram imunoglobulinas em 20% da população; em Heinsberg, Alemanha, em 15%; e na estação de esqui Ischgl, Áustria, em 40%. Todos os três locais foram focos de covid-19 durante o primeiro surto.

Num estudo em pequena escala na China, onde o vírus foi inicialmente detectado, constatou-se entre cidadãos que atravessaram a infecção que, já após uma média de dois meses, eles não apresentavam mais anticorpos no sangue. Por sua vez, pesquisadores da Universidade do Arizona concluíram, após examinar 6 mil indíviduos, que a imunidade permanece estável por pelo menos cinco meses.

Agora, a pesquisa do Imperial College de Londres demonstrou que, entre junho e setembro, caiu de 6% para 4,4% a parcela da população com anticorpos comprovados, o que sugere que a imunização tem prazo breve.

Além disso, a identificação dos anticorpos no sangue é considerada difícil, o que tambérm contribui para resultados fundamentalmente diversos. Alguns dos estudos, como é o caso do de Londres, sequer foram ainda submetidos a verificação científica. Assim, entre grande parte da comunidade, o consenso é que a questão ainda não foi suficientemente pesquisada.

Após ter se recuperado da covid-19, não é mais preciso se ater às medidas de proteção em vigor?

Pelo contrário. Da perspectiva legal, não há diferença entre cidadãos que sofreram da doença ou não. As medidas de precaução, que variam de país para país – e na Alemanha, também de região para região –, valem para todos e estão em parte sujeitas a sanções drásticas.

Do ponto de vista médico, os convalescentes de covid-19 igualmente devem seguir as regras sanitárias. Pois, por um lado, a imunidade não está assegurada, e por outro já se registraram casos de reincidência. "Mesmo que um teste confirme a presença de anticorpos, a pessoa deve se ater à medidas nacionais de segurança, como manter distância, portar máscara, e se submeter a exame, no caso de sintomas", observa o diretor do Imperial College London, Paul Elliot.

Há quem não adquira imunidade após contrair covid-19?

Há indícios nessa direção. Num estudo com soldados da Marinha americana, 41% não dispunha de anticorpos neutralizadores no sangue; num outro da Universidade Fudan, em Xangai, China, essa percentagem era de 6%. Isso significa não haver garantia de que todos que se contagiam com o coronavírus desenvolvam imunidade.

Em seu relatório constantemente atualizado, o Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental alemã para controle e prevenção de doenças infecciosas, conclui que, segundo o atual estado das pesquisas, é incerto "quão regular, robusta e duradouramente se desenvolve uma imunidade".

 

Sequelas, sequelas, sequelas

Como vamos ajudar as pessoas que foram impactadas de forma desigual pelo vírus?

Monica De Bolle*, O Estado de S.Paulo

28 de outubro de 2020 

Dez meses após os primeiros registros da doença hoje conhecida como covid-19, a grande preocupação de cientistas e de gestores de saúde pública mundo afora são os chamados “long-haulers”, ou aqueles que ainda sofrem sintomas ou apresentam sequelas meses depois de terem se “recuperado” do vírus. Artigos sobre as sequelas publicados nos principais periódicos científicos do mundo abundam, relatos clínicos também. A chamada “segunda onda” na Europa tem provocado grande alarme entre as autoridades de vários países devido aos efeitos de um duplo impacto sobre o sistema de saúde: o número de novos infectados que podem a vir a precisar de hospitalização somado ao número de pessoas que desenvolvem sequelas e acabam retornando aos hospitais. 

Aqui nos Estados Unidos não é diferente, ainda que Trump siga negando a gravidade da doença, mesmo depois de ter sido hospitalizado e de ter recebido tratamentos de ponta que não estão disponíveis para o restante da população. O Brasil continua fechando os olhos para o óbvio, com mais de 160 mil óbitos e muitas pessoas hospitalizadas em razão das sequelas.

Tenho escrito com frequência nesse espaço sobre as sequelas. Não é incomum que infecções virais causem problemas diversos. Há vasta documentação de sequelas em sobreviventes de Sars e Mers, duas doenças respiratórias mais letais do que a covid-19 e também causadas por coronavírus. O próprio vírus da gripe pode causar problemas pulmonares e neurológicos, entre outros. A diferença no caso da covid-19 é que seu vírus causador, o Sars-CoV-2, pode provocar um enorme desarranjo no sistema imunológico, levando a quadros que se assemelham ao de doenças autoimunes. Tais pacientes não precisam necessariamente ter desenvolvido uma manifestação grave ou severa da doença, já que há evidências do problema também entre pacientes que apresentaram casos leves ou moderados de covid-19.

Coronavírus
Já sabemos que a covid-19 afeta de forma desproporcional as pessoas de renda mais baixa. Foto: Pilar Olivares/Reuters

Entre os diversos desafios que a pandemia trouxe, o mais recente e urgente, sobretudo com o surgimento de novas ondas da epidemia, é identificar quantas pessoas já sofrem de sequelas e quantas mais poderão vir a apresentar problemas. E há problemas de todo tipo: respiratórios, renais, hematológicos, vasculares, cardiológicos, neurológicos. Há pessoas que desenvolvem quadros de hiperglicemia, hipertensão, disfunções da tiroide. 

Com a alta do número de infecções no mundo e sua provável elevação daqui a alguns meses no Brasil – defasagens importam e o vírus não deixou de circular –, é razoável supor que a quantidade de gente com sequelas haverá de aumentar. Isso representa não apenas um risco de sobrecarga do sistema de saúde no curto prazo, mas também um ônus considerável de longo prazo. 

Governos e gestores de política pública precisam se preparar desde já para esse legado da pandemia, pois esses são elementos suficientes para vislumbrarmos desde já que, mesmo em um futuro que ainda não conseguimos enxergar – aquele em que a vida terá algum semblante do que antes considerávamos ser a normalidade –, os sistemas de saúde não serão os mesmos, muitas pessoas não serão as mesmas, e as economias haverão de refletir essa realidade. Não temos ainda um cálculo para o custo econômico das sequelas, mas não é exagero dizer que ele provavelmente será elevado.

No caso do Brasil, como tenho escrito quase toda semana nesse espaço, um grande desafio será o que fazer para dar ao SUS condições de enfrentamento desse quadro. Já há relatos de hospitais públicos no país onde leitos de UTI estão sendo ocupados por pessoas com sequelas. Esse é um problema não só para a distribuição dos recursos médico-hospitalares do SUS, mas também um enorme desafio para a economia. 

Quantas dessas pessoas as terão de forma permanente? Quantas ficarão impossibilitadas de retornar ao mercado de trabalho? Quantas terão de receber algum tipo de assistência do Estado para sobreviver? E os dependentes dessas pessoas, como haverão de sobreviver? Já sabemos que a covid-19 aflige de forma desproporcional pessoas de renda mais baixa, pessoas mais vulneráveis. Como vamos ajudar essas pessoas, impactadas de forma desigual pelo vírus e pelo seu legado?

Todas essas perguntas aguardam respostas. Não apenas do governo federal, mas também dos governos estaduais e, sobretudo, dos governos municipais. As eleições estão aí. Onde estão as respostas?

*ECONOMISTA, PESQUISADORA DO PETERSON INSTITUTE FOR INTERNATIONAL ECONOMICS E PROFESSORA DA SAIS/JOHNS HOPKINS UNIVERSITY 

 

Governo da Espanha propõe taxar mais ricos e grandes empresas para superar a crise da pandemia

“Hoje inauguramos uma nova etapa que deixa para trás o caminho neoliberal”, disse o vice-presidente Pablo Iglesias. Educação e saúde terão incremento de recursos, segundo a proposta

Pedro Sánchez e Pablo Iglesias na apresentação do Orçamento espanhol, nesta terça-feira.
Pedro Sánchez e Pablo Iglesias na apresentação do Orçamento espanhol, nesta terça-feira.Borja Puig de la Bellacasa / EFE  

Os partidos PSOE e Unidas Podemos, sócios na coalizão de esquerda que governa a Espanha, pactuaram finalmente o aumento de impostos para os mais ricos e grandes empresas, como forma de fechar a conta da crise provocada pelo coronavírus: será uma tributação menor do que previa o acordo de Governo entre os dois partidos, mas mesmo assim relevante para garantir o Orçamento, que abandonou os períodos de cortes e a austeridade. “Deixamos para trás a etapa dos ajustes”, disse o presidente do Governo (primeiro-ministro), o socialista Pedro Sánchez. “Hoje inauguramos uma nova etapa que deixa para trás o caminho neoliberal”, disse o segundo vice-presidente Pablo Iglesias, do Podemos.

Sánchez afirma que depois do “duríssimo golpe da pandemia”, o Governo espanhol podia se recolher em cortes e seguir em frente. Mas as mudanças vão garantir que o Orçamento tenha 10,3% mais de investimento que os anteriores, incluindo o adiantamento dos 27 bilhões de euros [181 bilhões de reais] do plano europeu. A estratégia adotada pela Espanha é defendida inclusive pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que se distancia cada vez mais da ortodoxia pela qual se destacou nos anos mais difíceis do chamado consenso de Washington. O órgão multilateral, que começou a crise sanitária exortando os países a “gastar o máximo que pudessem”, também recomenda a criação de impostos para os mais ricos.

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O acordo anunciado nesta terça-feira prevê um aumento do imposto de renda para os grandes grupos empresariais, ao limitar as isenções por dividendos e lucros gerados por sua participação em filiais. Além disso o Governo eleva em três pontos percentuais o imposto de renda de pessoa física (IRPF) sobre ganhos de capital superiores a 200.000 euros (1,34 milhão de reais), o que atinge um número muito pequeno de contribuintes ― poupando a classe média e os mais pobres―, mas com valor político e simbólico em plena crise. O acordo também aumenta em dois pontos o IRPF para a renda do trabalho superior a 300.000 euros (dois milhões de reais), o que abrange um número menor de contribuintes do que o Governo propunha iniciamente, que eram 130.000 (871.000 reais). A elevação do imposto de renda para quem ganha mais de 300.000 euros afetará 16.740 contribuintes, segundo fontes governamentais, ou 0,08% do total de declarantes. Somando-se a elevação na alíquota sobre ganhos de capital, o aumento no IRPF pode afetar 36.200 contribuintes, ou 0,17% do conjunto, segundo a Fazenda espanhola.

O acordo também estabelece uma tributação mínima de 15% para as empresas cotadas de investimento imobiliário (Socimis, na sigla em espanhol) ― sociedades anônimas que têm como atividade principal a aquisição, promoção e reabilitação de imóveis ―, um tipo de empresa que os grandes capitais utilizam para economizar impostos. Também serão reduzidas as deduções relativas a planos privados de aposentadoria, mas só para as contribuições mais altas. Membros do Governo ainda pactuaram uma elevação de um ponto percentual no imposto patrimonial para que disponha de mais de 10 milhões de euros (cerca de 67 milhões de reais). A aplicação destes recursos, no entanto, ficará a cargo dos Governos regionais. Por outro lado foi eliminada do projeto, em virtude da situação econômica, a alíquota mínima efetiva de 15% no imposto de renda de pessoa jurídica, que estava previsto no acordo de formação do Governo. O Executivo já havia anunciado que a grande reforma fiscal que estava prevista ficará para um momento mais propício de recuperação econômica, como explicou a ministra da Fazenda, María Jesús Montero.

O esquerdista Unidas Podemos também conseguiu aumentar em 5% o IPREM, índice que determina boa parte dos subsídios e ajudas públicas. O Governo também vai aumentar o salário aos funcionários públicos e as pensões segundo a inflação oficial estimada.

Pedro Sánchez detalhou que o novo Orçamento resultará em um investimento público recorde de 239,76 bilhões de euros. Concretamente, antecipou que o investimento em educação aumentará 70%, com um acréscimo de 514 milhões de euros nas bolsas de estudos e 1,5 bilhão em quatro anos para a modernização da formação profissional. Do mesmo modo, haverá uma injeção de mais de 5 bilhões de euros adicionais em pesquisa e desenvolvimento, um aumento de 80%. O investimento em infraestrutura ganhará 6,16 bilhões de euros adicionais, uma alta de 115%; e as verbas destinadas à indústria e energia aumentarão em 5,7 bilhões de euros. Sánchez também anunciou, entre outras medidas, que as ajudas a setores especialmente afetados pela pandemia, como o comércio, o turismo e as pequenas e médias empresas, crescerão 150%, com 1,3 bilhão a mais; para a cultura, se prevê uma alta de 25,6%; e a agroindústria contará com recursos adicionais de quase 790 milhões de euros.

Os dois políticos pareciam eufóricos ao anunciar o acordo nesta terça-feira, mas agora será preciso incorporar outros sócios da coalizão parlamentar para aprová-lo. O Governo trabalhou a alternativa de um pacto com o partido centrista Cidadãos, mas nas últimas semanas foi se afastando dessa possibilidade, que o Unidas Podemos nunca viu com bons olhos. Ainda assim, tudo continua em aberto, e ainda haverá muita negociação com as bancadas. “É um Orçamento progressista, excepcional pela situação e pelo volume de investimento público que mobiliza. Seu primeiro objetivo é reconstruir o que a crise pela pandemia nos tirou. O segundo, modernizar nosso modelo produtivo. E o terceiro, fortalecer nosso Estado do bem-estar”, proclamou Sánchez.

Uma das grandes apostas do Orçamento é a decisão de reforçar a saúde pública, que a pandemia colocou em primeiro plano. “Destinaremos 3,064 bilhões de euros (20,54 bilhões de reais) a mais à saúde, 151,4% a mais. Uma das lições que devemos tirar é o fortalecimento da saúde pública”, afirmou o presidente.

No acordo orçamentário, embora não esteja nas contas, o PSOE e Unidas Podemos incluíram um pacto para regular o controle dos preços dos aluguéis, um tema sobre o qual o grupo de Iglesias, que inclui muitos dirigentes egressos da Plataforma de Afetados pela Hipoteca (PAH), está há anos pressionando. “Devemos acelerar o objetivo que estabelecemos de intervir no mercado da moradia para regular os preços do aluguel. Nós nos comprometemos a levar ao Congresso dentro de quatro meses uma lei que permita estabelecer mecanismos de limitação ou redução dos preços do aluguel em zonas de mercado tensionado, tanto nos novos contratos como nos existentes. A Espanha terá a lei nacional de moradia com o maior grau de intervenção pública no mercado de aluguel na Europa”, afirmou Iglesias. Essa reforma chegará, portanto, dentro de alguns meses, mas as pressões de diferentes grupos econômicos são muito fortes, e há no Governo uma importante divisão sobre este assunto, de modo que ainda resta muita negociação para ver como ficará, finalmente, a regulação.

Pedro Sánchez e Pablo Iglesias.
Pedro Sánchez e Pablo Iglesias.Borja Puig de la Bellacasa HANDO / EFE

Sánchez e Iglesias apresentaram as propostas para o Orçamento nesta terça-feira, em um ato sem perguntas nem presença da imprensa, no palácio de La Moncloa. Mas será María Jesus Montero, a ministra de Fazenda, que explicará as contas perante os jornalistas depois que elas forem aprovadas no Conselho de ministros.

As novas contas oferecerão uma antecipação de 27 bilhões de euros dos recursos europeus e incluirão outras mudanças tributárias: IVA (imposto sobre consumo) de 21% sobre bebidas açucaradas e adoçadas; a criação de um novo tributo sobre embalagens plásticas descartáveis; políticas fiscais verdes e modificações na tributação direta e indireta. Nesta segunda-feira, o PSOE e o Unidas Podemos aprovaram a regulação dos preços do aluguel e alcançaram um acordo para melhorar a regulação da renda mínima vital, os dois últimos cabos soltos antes de poder concretizar o rascunho do Orçamento. Uma vez remetido o anteprojeto das novas contas ao Congresso, calcula-se que sua primeira votação no plenário será na semana de 11 e 12 de novembro.

 

 

O que os funcionários do Google têm no ambiente de trabalho e você também pode?

O que os funcionários do Google têm no ambiente de trabalho e você também pode?

De onde vem a fama do Google? A ideia que se tem é de que, por lá, todos têm o emprego dos sonhos e que o ambiente de trabalho mais parece um playground do futuro. Acontece que, em certa medida, os privilégios que o Google oferece aos funcionários, a sua empresa também pode oferecer – e conquistar a fama de ser um lugar incrível para se trabalhar. Fizemos uma seleção dos benefícios mais acessíveis, para que você escolha ao menos um, e torne sua equipe a mais engajada – e invejada – do ramo.

Produtividade no ambiente de trabalho: 10 técnicas de gestão do tempo testadas e aprovadas

 

 1. Compartilhamento de ideias

“No Google, as pessoas têm bagagens culturais e profissionais bem distintas umas das outras e, por isso, quase sempre têm uma história interessante para compartilhar”, resume um funcionário. Lá, os profissionais fazem workshops, sobre os mais diversos temas, chamados de tech talks, para quem quiser assistir, e é o maior sucesso. Vai dizer que isso não seria possível na sua empresa? Você mesmo(a) tem uma habilidade ou um conhecimento específico que deveria compartilhar e tornar mais pessoas capazes.

Outra forma de incentivar o compartilhamento de ideias num “padrão Google” é planejar um programa de treinamentos semanais, em que gestores ou assistentes dedicam de uma a duas horas para aprofundar os conhecimentos da sua própria equipe ou de outras equipes. Por exemplo, Marketing pode alinhar com Vendas e Pós-Vendas o discurso de marca com os clientes, e ficar a par das suas principais dúvidas, para refinar a comunicação. Da mesma forma, TI pode manter todo o time atualizado sobre atualizações no produto, e aprender sobre usabilidade com o time de Design.

2. Lanchinhos leves

Ter direito a lanchinhos – de preferência saudáveis – não deveria ser um privilégio exclusivo dos Googlers (como é chamado quem trabalha lá). Sua empresa também pode bancar esse mimo para a equipe. Não precisa ser nenhum banquete com direito a refil de bebidas. Uma seleção de frutas, biscoitos, leite, suco pães e frios é suficiente para compor os lanches da manhã e da tarde, em que a fome e o sono batem – e você sabe como.

Além de conquistar a simpatia dos funcionários – que poderão economizar tempo e dinheiro comendo no trabalho – no caso de haver uma copa no escritório, oferecer lanchinhos será também uma forma de estimular a interação entre pessoas que, no dia a dia, não se falam tanto.

3. Desenvolvimento da carreira

Um funcionário do Google disse: “Estou muito impressionado com a forma como esta organização investe no bem-estar e no desenvolvimento de carreira do seu time. Nunca antes eu tive uma conversa com meus gestores sobre minha trajetória como tive aqui. Como uma pessoa bastante tímida, é difícil para mim para lutar por promoções e plano de carreira com meu gestor. Mas o Google o treinou para se interessar pelo futuro dos seus funcionários. É o que eu mais gosto de lá”.

E você? Já bateu um papo em particular com a sua equipe, para entender os anseios profissionais e montar um plano de carreira para cada um? A falta de garantias de crescimento dentro da empresa pode ser um fator desmotivador que você está ignorando. Coloque-se na pele dos seus colaboradores e reflita: que benefícios você gostaria de receber em reconhecimento a um bom desempenho? Dentro do possível, tente oferecer ao menos um a eles.

4. Licença parental

Dezoito semanas de licença remunerada para as mães com filhinho recém-nascido e seis semanas para os pais. É assim que funciona no Google. Além disso, suas participações nos lucros, caso possuam, continuam rendendo. “Eles ainda nos dão um bônus, depois que o bebê nasce, para ajudar a comprar o essencial: fraldas, alimentação e remédios”, conta um funcionário, satisfeito. E quando os pais voltam ao ambiente de trabalho, existe uma creche gratuita onde os filhos podem ficar.

Pulando a parte da creche, que exigiria bastante investimento, a sua empresa pode contribuir com os novos pais e mães sem gastar uma exorbitância. A licença remunerada, por exemplo, está de acordo com a ideia de que as pessoas não devem ser desencorajadas a realizar seus sonhos pessoais por conta dos sonhos profissionais.

5. Tempo livre

Vinte por cento do tempo dos profissionais do Google é livre para eles se dedicarem a um projeto que acreditem ser um desafio inspirador e, ao mesmo tempo, esteja alinhado com os objetivos da companhia. Isso dá um dia inteiro na semana – geralmente, a sexta-feira. Facebook, LinkedIn e Apple também adotaram essa política dos “Passion Projects”. E faz todo sentido que seja assim. Nem sempre nossas atribuições contemplam tudo aquilo que gostaríamos de fazer.

O engajamento da sua equipe no ambiente de trabalho só tende a aumentar com uma iniciativa dessas. Primeiro, porque mostra a automotivação das pessoas, segundo, porque estimula sua habilidade de resolver problemas e, por fim, porque comprova que sua empresa considera os profissionais como seres pensantes e desejosos de autonomia. Confira como acontecem os Passion Projects no Runrun.it neste post.

6. Estímulo à leitura

“Quando eu cheguei ao Google, em 2006, todos os novatos tinham direito a escolher três livros, de uma boa seleção, e levá-los como presente”, conta um Googler de Zurique, Suíça. Além disso, os escritórios contam com uma minibiblioteca, com espaços de relaxamento e leitura, e um catálogo de livros sobre tecnologia, estatística, gestão de produtos, engenharia, matemática, entre outros gêneros relacionados.

Gostou da ideia? Faça um convite a todo o pessoal da empresa, solicitando que cada um leve um livro que mereça ser compartilhado com os outros. Dê o primeiro passo você, levando alguns. Em questão de poucas semanas, vocês terão montado uma biblioteca. Para manter a ordem, estabeleça uma tabela para anotar os empréstimos e devoluções dos livros.

 7. Vale-massagem

Se você gostou muito do ambiente trabalho de alguém, não dê os parabéns. Dê um vale-massagem. Parece um sonho, mas é um benefício real oferecido pelo Google aos funcionários. E qual solução seria mais eficiente para incentivar o reconhecimento e reduzir a competição entre os profissionais? Se um vale-massagem parecer inviável, cogite um vale-almoço, vale-evento ou até mesmo um show.

(Bônus) Guia do ambiente de trabalho perfeito

Confira neste infográfico tudo o que você precisa saber para criar um ambiente de trabalho perfeito!

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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Brasil pode se tornar autossuficiente em TRIGO com tecnologia para produção no cerrado

País importa hoje metade do que consome, mas está em curso movimento para ampliar produção do grão no Cerrado brasileiro

Vinicius Valfré, O Estado de S.Paulo

24 de outubro de 2020 

BRASÍLIA - Dependente da importação de trigo, o Brasil começa um movimento, adotado no passado no plantio de soja, para se tornar autossuficiente na produção do grão e mudar a má fama da farinha nacional. É no calor e na seca do Cerrado que agricultores pretendem alavancar a lavoura. Eles apostam nas características da região e na tecnologia do preparo de novas sementes.

Hoje, metade das 12 milhões de toneladas de trigo consumidas no País por ano é importada. A Embrapa vê no cultivo do “trigo tropical” a melhor chance de dobrar as 6 milhões de toneladas que hoje são produzidas em 2,2 milhões de hectares em diversas áreas do País e economizar R$ 400 milhões com a redução nas importações. 

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Novos campos. A tropicalização do trigo é associada à da expansão das lavouras de soja, que também começaram pelos climas temperados do Sul e, aos poucos, foram interiorizadas Foto: Dida Sampaio/Estadão

O potencial do Cerrado é promissor na quantidade e na qualidade da matéria-prima do pãozinho do dia a dia. Na colheita deste mês, em Goiás, surgiram registros de produtividade três vezes superior à média nacional, de 45 sacas por hectare. O trigo da região é considerado de alta qualidade, o tipo usado na panificação.

O governo planeja, a partir de 2021, ampliar em 50% os cerca de 200 mil hectares de trigo plantados no Cerrado. A meta é alcançar 1 milhão, até 2025, em regiões de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, o que pode reduzir custos de derivados. 

“Temos de ter política de financiamento para a safra. Temos um plano, estamos discutindo com o Ministério da Agricultura, que é aumentar em mais 100 mil hectares a produção no Cerrado no ano que vem. Isso reduziria a importação de trigo e o Brasil economizaria aproximadamente R$ 400 milhões”, diz Celso Luiz Moretti, presidente da Embrapa.

A expectativa para as novas safras é empurrada pelos resultados considerados surpreendentes, em 2019 e 2020 – inclusive com um inédito cultivo no Ceará a partir de variedades desenvolvidas para o Cerrado.

O segredo do sucesso do “trigo tropical” está no avanço das técnicas de manejo da cultura e na tecnologia da Embrapa, que permite gerar sementes adaptadas ao clima. A empresa intensificou o desenvolvimento de variedades a partir dos anos 1980. Com o avanço dos melhoramentos, surgiram espécies mais tolerantes à seca, ao calor e a doenças.

Cruzamentos

O aprimoramento consiste em complexos cruzamentos genéticos entre espécies variadas. As sementes identificadas como BRS 254, BRS 264 e BRS 404, lançadas em 2005 e 2014, são as mais populares na região. A 404, por exemplo, tem a melhor resistência à brusone, doença comum nos campos do Centro-Oeste. Uma vez alcançados, nos laboratórios da Embrapa, os requisitos para a adaptação, a geografia do Cerrado trata de oferecer o restante.

A ausência de chuvas nas épocas de colheita, o período de seca bem definido e o forte calor dos dias, em contraste com as temperaturas amenas da noite, encurtam o intervalo entre plantar e colher.

Enquanto isso, no Sul do País, chuvas podem coincidir com colheitas, algo danoso para a qualidade dos grãos e para a produtividade. Rio Grande do Sul e Paraná, hoje, concentram cerca de 90% da produção nacional de trigo. O processo de tropicalização do trigo é costumeiramente associado ao de expansão das lavouras de soja, que também começaram pelos climas temperados do Sul e, aos poucos, foram interiorizadas.

Com os planos e incentivos para expansão das lavouras de trigo, o Brasil ficará menos dependente do produto que compra da Argentina. O país vizinho é responsável por cerca de 82% dos grãos importados pelos moinhos brasileiros. Como os compradores impõem critérios de qualidade aos vendedores, o produto que chega ao País é o mais nobre, com o qual se faz a farinha para o pão.

Mas, de acordo com técnicos, o produto brasileiro é ainda superior, característica que em algumas regiões não é acentuada em razão de processos que acabam misturando grãos de qualidades distintas. O trigo tropical não tem o mesmo problema e agricultores do Cerrado entregam produtos equiparados aos melhores do mundo, os do Canadá. 

Frio e calor

O trigo gosta de clima frio. Mas o calor e a secura do Cerrado se mostram promissores graças a variedades de sementes que vêm sendo desenvolvidas pela Embrapa e que se adaptam às peculiaridades climáticas da região. A pesquisa brasileira trabalha de maneira intensa desde os anos 1990 na tropicalização do grão. Grosso modo, as técnicas de biotecnologia cruzam espécies distintas e providenciam melhoramentos genéticos. 

O Núcleo Avançado de Trigo Tropical, em Uberaba (MG), desde 2007 se dedica a desenvolver técnicas de melhoramento e manejo. Para além do retorno econômico, sementes desenvolvidas ali permitem mais uma rotação de culturas nas entressafras, afastam pragas e abastecem com nutrientes as futuras plantações de soja e de milho, informa a Embrapa.

Ideologia

Estima-se que o Brasil vai gastar este ano aproximadamente R$ 10 bilhões com a importação do grão e da farinha de trigo. Para além do respiro econômico, há um aspecto político no esforço nacional em direção à autossuficiência. O presidente Jair Bolsonaro tem ressalvas ideológicas e busca um distanciamento da Casa Rosada desde que Alberto Fernandez assumiu o governo argentino. O mandatário e sua vice, Cristina Kirchner, lidam com uma profunda crise econômica.

O governo brasileiro, porém, não vê riscos à balança comercial. A Argentina tem aberto mercados para seu trigo na Ásia e agora tenta introduzir no Brasil, seu principal comprador de trigo, um polêmico cereal transgênico, ainda mais resistente.

“Quanto à relação com países do Mercosul, não vemos qualquer dificuldade, pois apesar de direcionarem parte da produção para o Brasil, há outros mercados para os quais já exportam”, diz ao Estadão a ministra da Agricultura, Teresa Cristina.

 

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terça-feira, 20 de outubro de 2020

Nutrição para o cérebro e prevenção do Alzheimer

Você costuma cuidar da saúde do seu cérebro? Ter uma mente funcionando em perfeita harmonia é uma dádiva, mas para se ter uma mente saudável, exige-se esforço. Veja dicas de como melhorar o funcionamento do cérebro e como mantê-lo saudável.

Como melhorar o desempenho cerebral e evitar doenças?

Nutrição para o Cérebro e Prevenção do Alzheimer 


O exercício físico é fundamental para o cérebro. Quanto mais sangue circular pelo cérebro, maior o número de novos neurônios. E uma ótima maneira de aumentar o fluxo sanguíneo é manter-se ativo durante  todo o dia    
 atividade física estimula o desenvolvimento de novos neurônios em uma região do cérebro responsável pela memória, o hipocampo. Outras regiões cerebrais, ligadas à cognição e ao raciocínio, também se beneficiam com atividades físicas. A prática de se mexer, ajuda a aumentar o volume cerebral em áreas do lobo frontal, região importante para o raciocínio, e do corpo caloso, área que une as duas metades do cérebro. Com isso, melhora a velocidade do raciocínio.

Alimentação e Nutrição

Nutrição para o Cérebro e Prevenção do Alzheimer

Alimentos antioxidantes têm efeito direto no cérebro, aumentando a produção de neurônios e de ligações entre as células.

Já foi descoberto que certos nutrientes podem afetar o funcionamento do cérebro, e que doenças crônicas ligadas à obesidade, como a diabetes, podem aumentar o risco de doenças neurodegenerativas, como o Mal de Alzheimer.

O que é o Mal de Alzheimer?

O Mal de Alzheimer é uma doença cerebral que geralmente afeta pessoas idosas. A doença não tem cura específica, e pode causar grandes frustrações e desafios para os pacientes e os cuidadores. Sintomas precoces incluem esquecimento de nomes, confusão e problema com palavras e com a fala, enquanto sintomas mais avançados incluem problemas mais severos, como paranoia e comportamento abusivo.

Acredita-se que o mal de Alzheimer seja causado pelo depósito de uma proteína no cérebro chamada de beta-amiloide (ou Aβ). A proteína Aβ cria um tipo de “cicatriz” no cérebro, que resulta em perda de memória e outros sintomas do mal de Alzheimer. Evitar que a proteína Aβ se deposite pode ser a resposta, tanto para a prevenção quanto para, possivelmente, reverter essa doença debilitante.

Nutrientes que ajudam na prevenção do mal de Alzheimer e que ajudam a manter o cérebro mais ativo e saudável

Nutrição para o Cérebro e Prevenção do Alzheimer

Ácidos Graxos Ômega-3

Os ácidos graxos ômega-3 são ácidos graxos poli-insaturados, com vários benefícios para o cérebro. Especificamente, o ácido docosaexaenoico (DHA) é um dos componentes estruturais primários do cérebro humano.

O DHA é um componente chave das membranas celulares cerebrais, e é vital não somente por sua estrutura, mas também por sua função. Estudos demonstraram que uma insuficiência de DHA no cérebro pode causas vários problemas ligados à saúde, afetando tanto os nervos do cérebro quanto o comportamento.

Os ácidos graxos ômega-3 têm propriedades antiamiloides e anti-inflamatórias. Imagens cerebrais específicas mostram que há um fluxo cerebral mais alto em regiões do cérebro responsáveis pela memória e pelo aprendizado em pessoas com níveis mais altos de ômega-3.

Dose sugerida: 1.000 mg a 4.000 mg por dia.

Curcumina

A curcumina pode ter um papel significativo para manter o cérebro saudável. Também conhecido como cúrcuma longa e açafrão da Índia, possui propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e digestivas.

Acredita-se que a curcumina, o composto químico ativo do açafrão, fornece muitos de seus benefícios à saúde:

  • Reduz a produção de Aβ
  • Impede o acúmulo de Aβ no cérebro
  • Aumenta a remoção de Aβ do cérebro
  • Aumenta o nível de glutationa no cérebro, um potente antioxidante
  • Impede que as células cerebrais envelheçam
  • Reduz os danos oxidativos no cérebro
  • Reduz a inflamação no cérebro

A dose sugerida é de 500 a 1.000 mg, uma ou duas vezes por dia.

Cobalamina (vitamina B12)

A vitamina B12 (também chamada de cobalamina ou cianocobalamina) é um importante nutriente, necessário para ajudar a otimizar a saúde do cérebro, dos nervos e do sangue. Porém, apesar de sua importância, existem muitas evidências que indicam que as pessoas ao redor do mundo apresentam uma deficiência desse nutriente essencial. A vitamina B12 tem muitas funções:

  • Reduz a fadiga
  • Otimiza a função da memória
  • Otimiza o sono
  • Ajuda a fazer glóbulos vermelhos
  • Está envolvida na síntese do DNA
  • Ajuda com a produção de proteínas
  • Ajuda na produção de compostos químicos cerebrais (neurotransmissores) para prevenir a depressão
  • Melhora a função nervosa e a comunicação
  • Reduz os níveis de homocisteína – níveis elevados do aminoácido homocisteína são associados a um maior risco de demência, doenças cardíacas e derrame.

A dose sugerida é de 500 a 5.000 mcg.

Zinco

O zinco é um mineral essencial, crucial para a saúde adequada e para ajudar a otimizar a saúde cerebral. Uma dieta nutritiva, balanceada e rica em alimentos que contenham zinco é importante para garantir níveis adequados no sangue e nos tecidos. O zinco é útil para uma variedade de problemas de saúde.

O zinco tem um papel importante na saúde cerebral. Quando há uma deficiência desse nutriente, a pessoa pode ter dificuldade para se lembrar das coisas.

A dose sugerida é de 15 a 50 mg.

Niacina (vitamina B3)

Cientistas acreditam que o mal de Alzheimer pode ser causado por uma insuficiência severa de niacina. Um estudo de 2004 indicou que um consumo adequado de niacina pode ter um efeito protetor no desenvolvimento do mal de Alzheimer e no declínio cognitivo ligado à idade.

A dose sugerida é começar com 100 mg.

Determinados suplementos são super importantes para a atividade cerebral em harmonia. Mas o importante é ter uma dieta bem variada com frutas, verduras, proteínas, gorduras boas e evitar o excesso de carboidratos e açúcares.

Nutrição para o Cérebro e Prevenção do Alzheimer

Outras Estratégias para Evitar a Deterioração Cerebral

A disfunção cognitiva e o mal de Alzheimer são problemas que se tornarão mais prevalentes nas próximas décadas. Todas as pessoas devem seguir estratégias para ajudar a prevenir a deterioração cerebral. A farmacoterapia convencional sempre é uma opção, mas considere o papel que a nutrição e as vitaminas têm na saúde cerebral.

Uma das formas de melhorar a ação cerebral são os nootrópicos. Eles são aprimoramentos cognitivos são conhecidos por seus efeitos positivos sobre o desempenho mental, e alguns foram sugeridos para suportar a memória, energia e foco. Pense neles como ganhos para o seu cérebro. Alguns exemplos de nootrópicos são: fosfatidilserina, L-teanina + cafeína, creatina, huperzina-A, colina, bacopa monnieri, rhodiola rosea e ginseng asiático.

 

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Jovens saudáveis só deverão ser vacinados em 2022, prevê OMS

Coronavírus

Cientista-chefe da entidade afirma que, embora um imunizante eficaz contra a covid-19 deva estar disponível já em 2021, grupos de risco terão prioridade na vacinação.

Mãos com luvas azuis seguram seringa com vacina

Logística para produção de bilhões de vacinas em pouco tempo é um desafio, afirma OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta quinta-feira (15/10) que jovens saudáveis possivelmente terão que esperar até 2022 para serem vacinados contra a covid-19, já que a produção inicial deverá ser destinada para grupos prioritários e de alto risco. A logística para a produção de bilhões de vacinas em um curto espaço de tempo é um desafio.

"As pessoas acham que no dia 1º de janeiro vai haver uma vacina e tudo vai voltar ao normal, mas não vai ser assim. Ninguém jamais produziu vacinas nos volumes que serão necessários. Então, em 2021, esperamos ter vacinas, mas em uma quantidade limitada", disse Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, em um vídeo com perguntas e respostas publicado nas redes sociais. 

De acordo com ela, há um claro consenso de que os primeiros a serem vacinados deverão ser os profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à pandemia. Depois, os idosos e as pessoas de grupos de risco.

"Uma pessoa jovem e saudável terá que esperar até 2022 para ser vacinada", completou a cientista.

Em torno de dez potenciais vacinas contra a covid-19 estão atualmente na fase 3 de testes clínicos. Isso significa que grupos de milhares de pessoas estão sendo inoculados em locais onde o coronavírus continua circulando com intensidade, com o objetivo de verificar a eficácia da vacina e descartar efeitos colaterais graves.

Ao todo, 40 vacinas estão em uma das três fases dos testes clínicos, e 200 estão em testes de laboratório.

"Até termos os resultados da fase 3, não saberemos quais e quantas dessas vacinas serão seguras, eficazes e protegerão por um longo período", explicou Swaminathan.

A cientista afirmou que esses resultados poderão ficar prontos no início do próximo ano. A partir de então, há uma série de regulamentos e aprovações a serem cumpridas.

A OMS pediu a todas as empresas com testes avançados que liberem acesso aos seus resultados, a fim de agilizar a publicação de diretrizes e regulamentos que poderiam ser aplicados em todo o mundo.

Nesta semana, a fase 3 de testes da vacina da Johnson & Johnson foi interrompida. A empresa investiga se o imunizante pode ter relação com uma doença inesperada detectada em um dos voluntários.

No começo de setembro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford também teve os testes da fase 3 interrompidos, para que um suposto efeito colateral em uma voluntária fosse investigado. Os ensaios foram retormados dias depois, após a agência sanitária do Reino Unido ter atestado a segurança dos testes.

Alerta aos governos

A cientista-chefe da ONU também alertou que os governos não devem ser "complacentes" em relação à taxa de mortalidade, que tem decrescido.

Embora as mortes em todo o mundo tenham caído para cerca de 5.000 por dia, média abaixo do pico de 7.500 registrado em abril, Swaminathan disse que o número de pacientes nas unidades de terapia intensiva está subindo. Ela alertou que "o aumento da mortalidade sempre fica algumas semanas atrás do aumento dos casos".

Para a especialista da OMS, a ideia de deixar a infecção se espalhar na esperança de alcançar a "imunidade do rebanho" é antiética e causaria mortes desnecessárias.

"As pessoas falam sobre imunidade coletiva. Devemos apenas falar sobre isso no contexto de uma vacina", disse Swaminathan. "Você precisa vacinar pelo menos 70% das pessoas para realmente interromper a transmissão", completou a cientista.

A cifra de casos de coronavírus segue crescendo. Na Europa, o número de novas infecções diárias chegou à marca de 100.000. No Reino Unido, por exemplo, foram quase 20.000 casos na quarta-feira. Alemanhae Bélgica registraram recordes no número diário de infecções nesta quinta-feira. Nos Estados Unidos, os casos subiram para quase 60.000 em um dia, nível mais alto desde o início de agosto.

Ao todo, mais de 38 milhões de pessoas foram infectadas em todo o mundo e mais de 1 milhão morreram, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

LE/rtr/efe

 

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Dirigente da OMS alerta: Brasil não terá vacinação em massa em 2021

Vice-diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mariângela Simão, disse que a prioridade para o próximo ano deverá ser os profissionais de saúde e pessoas acima de 65 anos. "Não vai ter vacina suficiente no ano que vem para vacinar toda a população", afirmou

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REUTERS/Dado Ruvic | Reprodução (Foto: REUTERS/Dado Ruvic | Reprodução)
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247 - A vice-diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mariângela Simão, afirmou nesta terça-feira (13) que "com certeza" o Brasil não terá vacinação em massa contra a Covid-19 em 2021. 

"Não vai ter vacina suficiente no ano que vem para vacinar toda a população, então o que a OMS está orientando é que haja uma priorização de vacinar profissionais de saúde e pessoas acima de 65 anos ou que tenham alguma doença associada", afirmou Simão em entrevista à CNN Brasil.

A dirigente da OMS, até o final de 2021, "com tudo correndo bem", é possível que existam "duas ou três vacinas aprovadas" disponíveis ao país. "Eu diria que 2022 é um ano que vamos ter mais vacinas porque a gente está com tanta vacina em desenvolvimento... É provável que a gente tenha ainda outras vacinas que cheguem no ano que vem provando serem seguras e eficazes", afirmou.

O governo federal estima que terá 140 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 disponíveis para aplicar na população no primeiro semestre do ano que vem, somando o contrato com a farmacêutica britânica AstraZeneca e a participação do país no programa global Covax Facility, informou o Ministério da Saúde nesta quinta-feira.

De acordo com o secretário-executivo da pasta, Élcio Franco, o Brasil optou por adquirir doses para vacinar 20,2 milhões de pessoas por meio do mecanismo Covax, da Organização Mundial da Saúde (OMS), além de já ter acertado a aquisição de 100 milhões de doses da vacina em desenvolvimento pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.

 

FMI defende programa de Lula para tirar o mundo da crise: taxar os mais ricos

Até o Fundo Monetário Internacional (FMI), conhecido por seu discurso de austeridade, defende agora, como saída para crise mundial, a taxação das grandes fortunas, proposta que é amplamente defendida pelo ex-presidente Lula e que também consta no programa do Partido dos Trabalhadores

Kristalina Georgieva e Lula
Kristalina Georgieva e Lula (Foto: Reuters | ABr | Ricardo Stuckert)

247 - Até o Fundo Monetário Internacional (FMI), conhecido por seu discurso de austeridade, defende agora, como saída para crise mundial, a taxação das grandes fortunas. O órgão defendeu que  os governos aumentem a progressividade de suas cargas tributárias como uma forma de lidar com o crescimento do endividamento público.

A defesa da taxação das grandes fortunas defendida pelo FMI é também um dos principais pilares do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também do Partido dos Trabalhadores (PT). 

 O Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil, idealizado e elaborado pela Fundação Perseu Abramo, ressalta a importância da taxação das fortunas no combate às desigualdades sociais que ficaram mais explícitas no cenário de pandemia. 

Segundo o plano, é urgente “a efetivação de uma Reforma Tributária justa, solidária e sustentável, marcadamente progressiva, com taxação de grandes fortunas e dos rendimentos financeiros, de lucros e dividendos, de forma a aliviar a carga tributária sobre os mais pobres e as pequenas empresas, reduzindo consideravelmente os tributos sobre o consumo e os serviços”.

A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, também elencou a grave crise ambiental e o aumento da miséria no mundo como questões que precisam ser assuntos prioritários entre os chefes de Estado.