sexta-feira, 30 de abril de 2021

Hora de aprender lições que vêm do exterior

 

Coluna do Estadão

30 de abril de 2021 | 05h00

Homem com suspeita de covid-19 é amparado por familiar em ambulância em São Jãao de Meriti, no Rio. Foto: Silvia Izquierdo/AP

O desenrolar da tragédia brasileira mostra que nem o governo nem uma grande quantidade de brasileiros aprendeu muito com o sacrifício de nossos 400 mil compatriotas: o mundo nos avisa sobre uma terceira onda da pandemia da covid-19, porém, a vida segue à espera de um milagre capaz de evitá-la. “Não é uma questão de se haverá, mas quando haverá a próxima onda”, disse à Coluna o governador Renato Casagrande (PSB-ES). Outra “lição” do “mundo exterior”: um governante instruído e informado pode fazer a diferença, nos ensina Joe Biden.

Mais lição. Para salvar vidas, também vale mudar de posição e virar as costas para o negacionismo, como nos ensina Boris Johnson.

Já era? “Uma parcela grande da população parece não se importar. Continua aglomerando, não usa máscaras. Considero essa uma batalha perdida. A única coisa que pode impedir ou diminuir a potência (da onda) é a vacina, que estamos com dificuldade neste semestre”, diz Casagrande.

Amém. Para o segundo semestre, porém, o governador tem boas expectativas: acredita na meta de 70% da população vacinada até o final do ano. E deposita esperanças na Butanvac, a vacina brasileira.

A ciência salva. O Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos do Espírito Santo estima que entre 875 e 1.133 pessoas tiveram a vida poupada, desde o final de março até a metade deste mês, graças às medidas restritivas adotadas no Estado.

Oiê. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid-19, quer convocar Airton Cascavel para depor. Homem forte de Eduardo Pazuello na Saúde, ele vinha passando batido do radar da comissão.

Sem agenda? Mesmo já tendo sido reconhecido como um erro sem precedentes na articulação política do governo deixar a CPI correr solta, o Planalto não mudou de postura. Até ontem, não havia ocorrido uma única reunião com os (poucos) governistas do colegiado. Nem sequer com os assessores da turma.

Calma. A leitura, entre parlamentares e palacianos, é de que a nova ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, ainda não acertou o passo da articulação política e do cargo.

Fatura. Por ora, o boleto da desarticulação ainda mantém o nome de Luiz Eduardo Ramos, hoje na Casa Civil, junto com o de sua sucessora, Flávia.

CLICK. Luciano Huck fez vídeo sobre Gil do Vigor (foto), do reality BBB, para discutir educação e mobilidade social. Resultado: 7,8 milhões de visualizações em dois dias.

Condição. O grupo de Bruno Covas no PSDB só aceita apoiar o atual vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, para disputar o Bandeirantes em 2022 se puder indicar o vice.

SINAIS PARTICULARES.
Fernanda Melchionna, deputada federal (PSOL-RS)

Kleber Sales

Aplausos. A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), bibliotecária de formação, conseguiu as assinaturas necessárias (103, no mínimo) para fazer tramitar uma emenda que proíbe um novo tributo, proposto pelo governo federal, de incidir sobre livros.

2022. Nesta sexta-feira, 30, às 19 horas, Antonio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros, reúne Ciro Gomes, Luiz Henrique Mandetta, Alexandre Kalil e Marcio França (PSB) em live sobre a conjuntura política.

PRONTO, FALEI!

Felipe Salto, diretor executivo da Instituição Fiscal Independente do Senado. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Felipe Salto, diretor-executivo do IFI: “Além do absurdo e da insensibilidade, interdita o debate saudável e necessário”, sobre Paulo Guedes dizer que o Fies pagou universidade para “filho de porteiro”.

COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG, MARIANNA HOLANDA. COLABOROU PEDRO VENCESLAU.

Dormir bem: cuidado com os mitos sobre o sono

  

30/04/2021
Redação do Diário da Saúde
Mitos sobre o sono
A cronobiologia nos mostra que é possível dar um reset em nosso relógio biológico.
[Imagem: MiguelRPerez/Pixabay]

Mitos sobre o sono

Se você está procurando dicas para dormir melhor, tome cuidado.

O problema é que existem muitos conceitos errados sobre o sono não apenas na população em geral, mas também entre alguns profissionais de saúde.

A grande dificuldade em lidar com a questão é que não há uma receita única que valha para todos - e mesmo se você conseguir uma receita personalizada, verá que ela irá variar com a sua idade.

"É importante compreender os processos naturais que afetam a todos nós em algum momento de nossas vidas para que possamos distinguir entre fatos comprovados e mitos," alerta o Dr. Malcolm von Schantz, professor de cronobiologia da Universidade de Surrey (Reino Unido).

O Dr. Malcolm fez então uma lista dos mitos mais disseminados sobre o sono.

Mito 1: Adolescentes dormem muito porque são preguiçosos

Quando os adolescentes apresentam problemas para acordar cedo, isso não é uma indicação de preguiça - isso reflete as mudanças biológicas que estão ocorrendo com eles.

Uma mudança no horário do sono durante a adolescência é verificada em todo o mundo e até mesmo em outras espécies, como no macaco sagüi.

Pode haver boas razões evolucionárias para essa mudança, como encorajar os jovens a se afiliarem mais a seus pares e a se afastarem do ninho familiar; ou para permitir que as sociedades prosperem (quando os membros trabalham em horários ligeiramente diferentes, alguém está sempre alerta para perigos potenciais).

O ideal é que a sociedade apoie essa mudança natural no horário do sono, como o início da escola mais tarde para os adolescentes.

Mitos sobre o sono
Mais do que atrapalhar o sono, a luz azul de celulares e tablets mata células da retina.
[Imagem: Dan Miller/The University of Toledo]

Mito 2: Padrões biológicos não podem ser alterados

Embora a mudança no horário do sono durante a adolescência seja impulsionada pela biologia, isso não significa que nada possa ser feito.

Muitos fatores, como o horário em que comemos e nos exercitamos, podem ajudar a ajustar nosso relógio biológico para acertar nosso tempo com o mundo ao nosso redor.

A luz é um fator crítico para regular o sono: A exposição saudável à luz pela manhã e evitar a luz à noite podem ajudar a sincronizar os ritmos do sono. Aqueles de nós que já têm ritmos atrasados devem evitar luzes fortes no fim da noite.

Você deve ter visto a nova tendência de óculos coloridos para bloquear a luz azul. Levando em consideração os dados de estudos mais recentes, é melhor usá-los lá pelo final do dia, quando você quer relaxar para uma boa noite de sono, e evitá-los pela manhã, quando você quer se levantar e ficar cheio de energia.

Mitos sobre o sono
Use a luz a seu favor e durma melhor.
[Imagem: Mariana Figueiro]

Mito 3: Tente dormir 8 horas toda noite

Uma porção de estudos científicos sugere que não devemos perder o sono se quisermos ficar o mais dispostos possível.

É importante nos darmos tempo suficiente para dormir, mas todos diferimos na quantidade de sono necessária. A ideia de que todos nós precisamos de exatamente 8 horas de sono por noite é um mito.

A Fundação Nacional do Sono (Reino Unido) recomenda que os adolescentes normalmente tenham de 8 a 10 horas de sono por noite, mas isso também é variável - uma minoria precisará de apenas 7 horas, e outros de 11 horas.

A ideia de que devemos "fazer de tudo" para dormir também não é verdadeira. O melhor sono deve ser um processo automático, natural e sem esforço - "fazer de tudo" para dormir torna particularmente difícil adormecer.

O que nós devemos nos esforçar ao máximo é para encontrar tempo para dormir quando sentirmos que precisamos.

Mito 4: Dormir no fim de semana é uma má ideia

Os especialistas em sono aconselham consistência quando se trata de nossos horários de sono. Devemos adormecer e acordar na mesma hora todos os dias.

Obviamente, isso vai muito bem se não tivermos compromissos para atrapalhar.

Na realidade, muitas vezes os jovens são obrigados a acordar muito antes de estarem biologicamente prontos para fazê-lo, e podem ter dificuldade em adormecer cedo, o que significa que a maioria ficará sem sono. Portanto, dormir um pouco mais no fim de semana pode ajudar muitos jovens a recuperar o atraso.

Mas cuidado, variações demais também podem resultar em uma mudança no tempo de sono, conhecida como "jetlag social". Isso tem sido associado à falta de concentração e sensação de desânimo. O descanso do fim de semana não é necessariamente uma coisa ruim, desde que seja feito com moderação.

 

Não há contradição entre Guedes e Bolsonaro: o liberalismo de um pede o autoritarismo de outro

(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

247 – O professor Silvio Almeida publica importante artigo nesta sexta-feira, em que explica por que a declaração estúpida de Paulo Guedes contrária à presença de filhos de porteiros nas universidades é compatível com o projeto autoritário de Jair Bolsonaro. "Nenhum outro ministro representa de forma tão essencial as forças políticas que levaram Jair Bolsonaro à Presidência da República", diz ele. "O presidente da República e o ministro da Economia são absolutamente complementares e encarnam, ainda que em corpos distintos, um só espírito. São, portanto, apenas aparentes as suas contradições."

Os dois, segundo o professor, representam o neoliberalismo autoritário, que esvazia a democracia. "Guedes e Bolsonaro personificam a versão brasileira do centauro do neoliberalismo, que é metade liberdade econômica para o andar de cima da pirâmide social e metade repressão e violência para o andar de baixo. De vez em quando somos forçados a lembrar que é um único ser, com os mesmos projetos e o mesmo negacionismo da realidade social. No fundo, quem quer a liberdade de Guedes pede por autoritarismo; quem quer o autoritarismo de Bolsonaro é porque demanda a liberdade de Guedes", afirma.

 

Os países que venceram a Covid-19

30/04/2021 

Nações com líderes que garantiram medidas preventivas e respeitaram a ciência já retomam sua rotina

Crédito: AMIR LEVY

ALÍVIO Tel Aviv no dia 19, após Israel liberar uso de máscaras: país liderou vacinação (Crédito: AMIR LEVY)

O sucesso no combate à pandemia, como provam os países que foram bem-sucedidos, tem mais a ver com liderança do que com estratégias inovadoras. O exemplo mais claro vem dos EUA. Enquanto o ex-presidente Donald Trump minimizava a gravidade da doença, o país liderou os óbitos e novos casos. Assim que Biden assumiu, a vacinação acelerou (para 3,2 milhões doses diárias), máscaras e protocolos de distanciamento foram reforçados e passou a existir uma coordenação central. Desde o último dia 19, todos acima de 16 anos já conseguem se vacinar. Já receberam pelo menos uma dose 42% dos americanos. Em meados de junho, 70% estarão vacinados. Como resultado, no dia 27 a máscara foi abolida para os imunizados em ambientes externos.

Roteiro semelhante foi seguido no Reino Unido. Depois de um começo hesitante, Boris Johnson adotou restrições radicais, além da testagem em massa. Também apostou na vacinação, sendo o primeiro país a iniciá-la. Essas ações e a rápida imunização de metade da população adulta garantiram a redução de mortes em 95%. No último dia 12, depois de 175 dias do terceiro lockdown, os pubs voltaram a abrir. Já Israel conseguiu a maior taxa de vacinação no mundo. Além de ter antecipado a compra de imunizantes, o país adotou um controle rígido de circulação. Resultado: liberou o uso de máscaras no último dia 18, quando atingiu a marca de 81% dos cidadãos acima de 16 anos vacinados com as duas doses. Cinco dias depois, pela primeira vez em dez meses, não registrou nenhuma morte.

Outras abordagens também se mostraram eficazes. A Coreia do Sul teve ótimos resultados, principalmente no início, com o uso de testagem em massa. Numa estratégia mais barata, o Vietnã rastreou e isolou os casos de contágio. Até a última semana, registrava apenas 35 óbitos. Na Nova Zelândia, a primeira-ministra Jacinta Ardern conseguiu cativar a população em um esforço de comunicação que fez o país atravessar coletivamente o lockdown mais severo da sua história. Epicentro inicial da crise, a China conseguiu conter a doença com medidas draconianas de restrição de circulação. Foi criado um controle digital para a mobilidade no país. O país, com 1,4 bilhão de habitantes, pretende vacinar 40% da população até o meio do ano. No rol de contraexemplos, líderes como Trump, Jair Bolsonaro e agora o indiano Narendra Modi colecionaram resultados desastrosos ao ignorar o perigo da doença e espalhar desinformação. O único efeito colateral benéfico da doença, até o momento, é que o novo coronavírus tem se mostrado letal para esses governantes populistas.

 

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Mini pizza de frigideira para experimentar com a família


28 abr 2021

Guia da Cozinha - Mini pizza de frigideira para experimentar com a família
Guia da Cozinha - Mini pizza de frigideira para experimentar com a família
Foto: Guia da Cozinha

Que tal uma deliciosa opção de refeição prática para o jantar de hoje? Gostou da ideia? Então confira uma receita incrível de mini pizza de frigideira caseira e prepare em casa para toda sua família! Todos vão adorar, experimente!

Tempo: 1h (+30min de descanso)

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Rendimento: 4 porções

Dificuldade: médio

Ingredientes da mini pizza de frigideira

  • 2 e 1/3 de xícara (chá) de farinha de trigo
  • 1/2 colher (chá) de sal
  • 1/2 colher (chá) de fermento em pó químico
  • 1 ovo
  • 1/2 xícara (chá) de leite (aproximadamente)
  • 5 colheres (sopa) de azeite
  • Farinha de trigo para enfarinhar
  • Azeite para untar

Recheio

  • 4 colheres (sopa) de molho de tomate
  • 400g de queijo muçarela ralado
  • 2 latas de atum sólido escorrido
  • 1 cebola roxa em rodelas
  • 1 pimentão verde em rodelas
  • 1 xícara (chá) de cream cheese
  • 1/2 xícara (chá) de azeitonas pretas
  • Orégano a gosto

Modo de preparo

Em uma tigela, misture a farinha, o sal, o fermento, o ovo, o leite e o azeite. Amasse com as mãos até formar uma massa homogênea e macia, se preciso adicione mais leite. Cubra e deixe descansar por 30 minutos. Divida em 4 partes e abra com um rolo, sobre uma superfície enfarinhada até formar 4 discos médios. Unte uma frigideira antiaderente e frite as massas dos dois lados, em fogo baixo, sem deixar dourar. Cubra cada massa com 1 colher do molho de tomate e espalhe sobre elas a muçarela, o atum, a cebola, o pimentão, o cream cheese, a azeitona e o orégano. Volte uma pizza por vez na frigideira e frite por 3 minutos, em fogo baixo, ou até derreter o queijo. Repita com o restante das massas e sirva.

COLABORAÇÃO: Adriana Rocha

 

Por que sou ateu? (Leandro Karnal)

https://youtu.be/LJN3yMMh6Hs

Clique link acima (vídeo)

segunda-feira, 26 de abril de 2021

CHARGE

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Riqueza x pobreza

folhamercado


Enquanto os maiores bilionários do planeta ficam cada vez mais bilionários, com crescimento de 31% nas fortunas somadas, no Brasil, a situação não está nada boa. 

Estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Social mostra que 16% dos brasileiros, ou 35 milhões de cidadãos, estão no nível de pobreza extrema. Eram 24 milhões em 2019.

O que mais importa: as novas ferramentas adotadas pela Justiça do Trabalho e os preconceitos disseminados pela Inteligência Artificial.

Repasse este email para quem você quiser e avise que clicando aqui é possível assinar a newsletter FolhaMercado.

Boa leitura!


pobreza
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Pobres mais pobres
Brasileiros mais ricos sofrem com o atraso da entrega de barcos de luxo encomendados. A fila de espera chega a um ano. No outro extremo da pirâmide social, os mais pobres tentam se manter à tona em águas bem mais turbulentas.

A classe C, que no início deste século era a grande novidade no consumo nacional, está afundando na escala social. E sem perspectiva de boia à frente.

Segundo estudo da FGV Social com base nas Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios Contínua e Covid-19:
  • Em 2019, o Brasil tinha cerca de 24 milhões de pessoas na pobreza extrema, 11% da população vivendo com menos de R$ 246 no mês. Em 2021, são 35 milhões de pessoas, ou 16% do total.
     
  • Quase 32 milhões de pessoas deixaram a classe C desde agosto passado
     
  • A classe E, com renda domiciliar de até R$ 1.205, foi a que mais inchou, recebendo 24,4 milhões de pessoas. A classe D (renda entre R$ 1.205 e R$ 1926) aumentou em 8,9 milhões.
riqueza
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Bilionários mais bilionários
O que um punhado de empresários muito endinheirados fez durante a pandemia? A julgar pelos cifrõea, eles fizeram mais dinheiro. A revelação é do Indice de Bilionários da Bloomberg: a fortuna total dos 500 mais ricos do mundo cresceu 31% em 2020 ante 2019.

Os trocados a mais acumulados por esse grupo somaram US$ 1,8 trilhão (R$ 9,8 trilhões), maior crescimento desde que o índice foi criado, há oito anos. E eles continuam multiplicando o dinheiro:

  • Jeff Bezos, da Amazon. Homem mais rico do mundo, viu sua fortuna subir de US$ 115,3  bilhões (R$ 631,6 bilhões) em 2019 para US$ 182 bilhões (R$ 997 bilhões) em 2020. Nos primeiros meses deste ano, já acumula US$ 196,2 bilhões) R$ 1,07 trilhão.
     
  • Elon Musk, da Tesla. Segundo colocado entre os bilionários da Bloomberg, tem uma fortuna de US$ 190,1 bilhões (R$ 1,04 trilhão). Do inicío do ano até agora, Musk está US$ 20,4 bilhões (R$ 111,7 bilhões) mais rico.
     
  • Bernard Arnault, da LVMH, dona da Louis Vuitton. O terceiro da lista de ouro, tem fortuna estimada em US$ 147 bilhões, com ganho de US$ 32,6 bilhões (R$ 178,5 bilhões) de janeiro até agora.

 

China pode dominar a tecnologia mundial, diz britânico

Guy Faulconbridge

Por Guy Faulconbridge

LONDRES (Reuters) - O Ocidente deve agir urgentemente para garantir que a China não domine novas tecnologias importantes e ganhe o controle do "sistema operacional global", disse a principal autoridade britânica em inteligência digital nesta sexta-feira.

Em um discurso incomumente franco, Jeremy Fleming, diretor da agência de espionagem GCHQ, disse que o Ocidente enfrenta uma batalha pelo controle de tecnologias como inteligência artificial, biologia sintética e genética.

"Uma liderança significativa em tecnologia está se movendo para o Leste", disse Fleming no Imperial College London. "A preocupação é que o tamanho e o peso tecnológico da China signifique que ela tem potencial para controlar o sistema operacional global."

"Estamos agora em um momento de ajuste de contas", disse ele.

As potências mundiais competirão para moldar o futuro desenvolvendo a melhor tecnologia, contratando as pessoas com os melhores cérebros e dominando as normas globais que regerão as tecnologias, disse Fleming.

Ele ainda afirmou que se a Grã-Bretanha deseja permanecer como uma potência digital global, terá que desenvolver tecnologias quânticas "soberanas", incluindo tecnologias criptográficas, para proteger informações e habilidades sigilosas.

Segundo Fleming, a computação quântica, que usa os fenômenos da mecânica quântica para dar um salto adiante na computação, está se aproximando e apresenta grandes oportunidades, mas também riscos.

O Ocidente deve seguir em frente com o desenvolvimento de algoritmos à prova quântica, disse ele, "portanto, também estamos preparados para aqueles adversários que podem usar um computador quântico para olhar em coisas que atualmente pensamos que são seguras".

Fleming ainda pediu um maior estímulo às condições de mercado que permitam inovações, e criem uma diversidade de oferta em um conjunto mais amplo de tecnologias.

Para ele, a China está "trazendo todos os elementos do poder estatal para controlar, influenciar o design e dominar os mercados", enquanto tenta controlar os debates sobre os padrões globais.

Fleming acrescentou que as moedas digitais carregam uma significativa promessa de revolucionar o setor financeiro, mas representam uma ameaça potencial às liberdades se forem abusadas por Estados não democratas, pois podem permitir "violações significativas na vida de cidadãos e empresas".

A Rússia continua sendo a maior ameaça imediata ao Ocidente, mas o domínio de longo prazo da tecnologia por parte da China representa um problema muito maior, disse ele.

"A Rússia está afetando o clima, enquanto a China está moldando o ambiente", afirmou.

 

Covid-19 deixou sequelas? Os cuidados que o paciente deve ter mesmo após se 'curar'

Efeitos no pulmão, no coração e no cérebro podem persistir de semanas a meses após a fase aguda da doença. Quando procurar ajuda médica? Procuramos especialistas e publicações científicas para responder.

25 abr 2021
16h20 atualizado às 16h23
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"Covid longa", "covid persistente", "covid-19 pós-aguda" ou a "síndrome pós-covid" são alguns nomes que vêm batizando um conjunto de resquícios da doença causada pelo novo coronavírus ou novos problemas de saúde que uma pessoa pode ter semanas ou meses depois da fase aguda da covid-19 — quando a replicação viral é mais ativa, resultando normalmente em testes positivos e sintomas típicos dessa fase, como febre e tosse seca.

Covid-19 pode deixar problemas crônicos nos pulmões e outros órgãos, como a fibrose pulmonar
Covid-19 pode deixar problemas crônicos nos pulmões e outros órgãos, como a fibrose pulmonar
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês, uma agência de saúde pública) definiu que prefere o termo "condições pós-covid", que consistem em problemas de saúde manifestados a partir de quatro semanas após a primeira infecção.

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Um estudo que acompanhou 1.733 pessoas por seis meses após a infecção por covid-19 em Wuhan, na China, mostrou que a maioria (76%) relatou pelo menos um sintoma nesse período posterior à fase aguda. Os mais relatados foram cansaço e fraqueza muscular (63%); dificuldades para dormir (26%); e ansiedade e depressão (23%).

Além dos frequentes sintomas de fundo neurológico e psíquico, autoridades alertam também para consequências graves da covid-19 no pulmão e coração.

Então, depois de lidar com a fase aguda, como uma pessoa pode monitorar as consequências da doença? A BBC News consultou médicos, pesquisas científicas e recomendações de autoridades para responder, a partir do que se sabe sobre a doença hoje.

Exames quando houver sinais

Os entrevistados afirmaram que, em linhas gerais, ter tido covid-19 por si só não deve motivar uma corrida por exames e consultas médicas posteriores, ainda mais considerando-se a necessidade do isolamento social — a não ser que existam sintomas incômodos e persistentes.

"A maioria dos casos de covid-19 afeta apenas as vias aéreas (como no nariz e na garganta), há muitos casos assintomáticos ou apenas ambulatoriais (onde acontecem atendimentos menos graves). Não tem necessidade de fazer exames em todas as pessoas que tiveram covid-19, não tem necessidade de elas serem rotineiramente acompanhadas (por médicos)", diz o infectologista Moacyr Silva Junior, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Silva Junior conta que a prática no seu hospital é fazer exames de retorno presenciais, cerca de sete a dez dias após a alta, apenas em pessoas que ficaram internadas.

"Os casos que precisam de mais atenção são os internados. Dias depois, fazemos exames de rotina, como de sangue", explica, detalhando que a equipe busca nos exames de sangue indicadores sobre o rim, o fígado, a coagulação e a normalização de células do sistema de defesa, entre outros.

Em janeiro, em uma nova edição de suas recomendações para a prática médica envolvendo a covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu um capítulo dedicado apenas ao cuidado de pacientes posterior à doença aguda, defendendo que "pesquisas sobre sequelas de médio e longo prazo da covid-19 são prioritárias".

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Na publicação, a OMS ratificou que "pacientes internados em UTIs têm maior prevalência de sintomas em quase todos os domínios" da covid-19 persistente. Uma exceção para a relação entre gravidade na doença aguda e efeitos posteriores são os sintomas neurológicos e psíquicos, como será detalhado abaixo.

'Pacientes internados em UTIs têm maior prevalência de sintomas em quase todos os domínios' da pós-covid, diz publicação da OMS
'Pacientes internados em UTIs têm maior prevalência de sintomas em quase todos os domínios' da pós-covid, diz publicação da OMS
Foto: NELSON ALMEIDA/AFP via Getty Images / BBC News Brasil

Mas a organização reconhece na publicação que, independentemente da gravidade na doença aguda, qualquer pessoa que teve covid-19 pode apresentar sintomas posteriores que necessitam de acompanhamento — e alguns podem não ser tão aparentes, como alterações cognitivas, o que exige atenção também de parentes e cuidadores.

Por outro lado, há consequências de covid-19 que colocam a vida em risco e exigem atendimento emergencial, como embolia pulmonar, infarto do miocárdio, arritmias, miopericardite, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC), convulsões e encefalite, completa a OMS.

Consequências nos pulmões e no coração

Um artigo que fez uma revisão de pesquisas científicas já feitas sobre o tema, publicado em março na revista Nature, mostrou que, em várias partes do mundo, a falta de ar foi relatada em média por 30% dos pacientes acompanhados nos meses seguintes à fase aguda.

A própria OMS tem uma cartilha (em inglês) com exercícios a serem realizados pelas próprias pessoas que venham a sentir falta de ar em casa.

Mas, quando essas técnicas não resolvem o problema e há sinais como falta de ar insuportável e desmaios, é hora de procurar ajuda médica.

"Quando a pessoa está se recuperando em casa, mas sente desconforto durante atividades diárias, sejam elas cotidianas ou práticas esportivas, quando percebe um cansaço desproporcional, é importante ser avaliada", explica Gustavo Prado, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Prado explica que o paciente com sintomas respiratórios prolongados costuma passar por exames de imagem, como uma radiografia ou tomografia de tórax, por provas da função pulmonar, como a espirometria, e por uma avaliação do desempenho físico, como teste de esforço com caminhada.

Estes exames podem ajudar também a detectar a fibrose pulmonar, uma das duas complicações crônicas no órgão mais graves da covid-19, de acordo com o pneumologista — a outra é a hipoxemia, a baixa oxigenação decorrente de problemas nas trocas gasosas nos alvéolos pulmonares, em que o oxigênio do ar é captado pelo sangue e o CO2 é liberado.

"Nos pacientes que tiveram comprometimento pulmonar mais extenso, a troca gasosa é diminuída, e a possibilidade de evolução para fibrose é maior. A fibrose é aquela alteração crônica do pulmão que se preenche de cicatrizes, onde antes tinha inflamação. Em qualquer lugar onde a cicatriz se instala, a funcionalidade do tecido diminui. Ele fica mais rígido e não executa normalmente suas funções", explica Prado.

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"É incomum a gente observar fibrose em quem teve quadros leves. Ela vai ser mais perceptível nos pacientes que apresentaram formas graves, internações prolongadas, normalmente necessidade de uso de oxigênio e até intubação e ventilação mecânica durante a internação. É improvável a fibrose aparecer tardiamente como uma surpresa, ela normalmente é um quadro progressivo que instala a partir dessa primeira agressão pulmonar pela infecção."

O coração também é um dos alvos do coronavírus, ainda mais em casos graves na fase aguda, e como consequência persistente pode levar à falta de ar, assim como ocorre em problemas envolvendo o pulmão — coincidências que mostram a importância da consulta médica.

"É muito difícil para o próprio paciente identificar se uma dificuldade de realizar um determinado esforço, ou uma atividade que eles antes fazia sem nenhum comprometimento, é por uma limitação respiratória, por uma fraqueza muscular ou por um problema cardiovascular", exemplifica Prado.

Segundo o artigo publicado na Nature, outros sintomas persistentes da covid-19 no coração são a palpitação e a dor no peito, que podem indicar sequelas de longo prazo, como a fibrose miocárdica, arritmias, e miocardite, problemas constatados, além da consulta médica, por exames como ecocardiograma e eletrocardiograma.

Efeitos no cérebro

Cansaço, dor de cabeça e depressão estão entre problemas frequentemente relatados por que teve covid-19, mesmo semanas ou meses depois da infecção
Cansaço, dor de cabeça e depressão estão entre problemas frequentemente relatados por que teve covid-19, mesmo semanas ou meses depois da infecção
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

"Praticamente todo campo da neurologia parece ter efeitos, a gama de sintomas é muito grande", diz Clarissa Yasuda, médica e professora do Departamento de Neurologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Ela e uma equipe de pesquisadores da universidade estão acompanhando as consequências no cérebro de pessoas que tiveram covid-19 no levantamento Neuro-Covid. Há um questionário online aberto para pessoas contribuirem com a pesquisa.

Em outubro de 2020, a equipe publicou um estudo do tipo pré-print (sem a chamada revisão dos pares, etapa padrão em que outros especialistas analisam um estudo e decidem se ele será publicado ou não em uma revista científica) com dados sobre 81 pessoas que tiveram covid-19 leve e se recuperaram.

Elas passaram por exames de ressonância magnética, questionários e testes cognitivos, que mostraram que, em média 60 dias após o diagnóstico da covid-19, os pacientes ainda apresentavam dor de cabeça (40%), fadiga (40%), alteração de memória (30%), ansiedade (28%), depressão (20%), perda de olfato (28%) e paladar (16%), entre outros.

"Existem muitas manifestações. A pessoa deve ficar atenta se as coisas não estão iguais a antes da infecção — no sono, nas lembranças, no desempenho de atividades diárias, se há dor de cabeça, redução da sensibilidade, alteração dos sentidos… Com a persistência dos sintomas, sugiro buscar um neurologista", recomenda Yasuda.

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A médica explica que exames como o de ressonância magnética, que estão sendo aplicados em voluntários, podem ajudar no diagnóstico. Mas nem sempre.

"A maioria das disfunções neurológicas mais sutis, que afetam a vida diária — memória, alteração no sono… —, não levam a alterações na ressonância. Colher sangue, fazer exame de ressonância vai resolver? Muitas vezes não. Na suspeita de persistência de problema neurológico, a pessoa tem que ser examinada e entrevistada por um neurologista."

Em suas recomendações sobre efeitos neurológicos e psíquicos de médio e longo prazo da covid-19, a OMS sugere a aplicação de questionários referendados por cientistas, como a Avaliação Cognitiva de Montreal e a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão.

Segundo Yasuda, alguns questionários são por padrão aplicados pelo médico, enquanto outros podem ser feitos pelo próprio paciente sozinho. De todo modo, ela lembra que tais avaliações são mais um instrumento e não o diagnóstico final — esse um papel do médico, que chega a tal resultado combinando informações dos questionários, exames, consultas presenciais e histórico do paciente.

Diferente dos efeitos persistentes no coração e no pulmão, a professora da Unicamp diz que as consequências no cérebro chamam a atenção por afetar muitas pessoas que tiveram uma covid-19 leve.

"Desde janeiro, milhares de pessoas responderam nosso formulário. E, agora, a cada dia aparece mais gente com queixas neurológicas. É muito angustiante. A maior implicação disso será a volta dessas pessoas ao trabalho. A consequência será imensa", diz, referindo-se às dificuldades de concentração, bem-estar, memória, entre outras, com que milhares de pessoas já estão vivendo, e muitas mais viverão, no pós-covid.