quarta-feira, 14 de abril de 2021

Oito estados brasileiros registram mais mortes do que nascimentos


A pandemia de coronavírus está levando ao encolhimento da população brasileira, e não apenas pela explosão das mortes — a natalidade está caindo. Nove meses após o pico da primeira onda de contágios, tempo de uma gestação, oito estados registram mais óbitos do que nascimentos. A queda na taxa de crescimento populacional já é vista por demógrafos como um baby bust, o contrário do baby boom.

Em março de 2021 foram 13 nascimentos para cada 10 óbitos no país. Um ano atrás, no início da crise sanitária, essa taxa era de 22 para 10. O levantamento utiliza dados de cartórios da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais.

Demógrafos avaliam que a baixa natalidade desse período é efeito do impacto da primeira onda, quando muitos casais adiaram o plano de ter filhos. Também apontam redução no número de casamentos e aumento de separações.

Em foco: o Rio foi o estado que mais sofreu, com redução da população em três meses consolidados. Na cidade de São Paulo, a taxa de natalidade mensal já vinha caindo, anualmente, em cerca de 5%; porém, em janeiro de 2021 recuou 10% e, em fevereiro, 14%.

Outro olhar: o IBGE projeta para 2047 a transição demográfica no Brasil — quando a população passa a diminuir por ter mais mortes do que nascimentos —, como resultado do desenvolvimento do país. Pesquisadores ouvidos pelo GLOBO afirmam que a transformação provocada pela pandemia só pode ser compreendida com um novo Censo Demográfico. A pesquisa nacional, adiada em 2020, corre o risco de ser postergada novamente por cortes no orçamento.

 

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