[Imagem: Pixabay]
Treinamento para ser feliz
É possível aprender a ser mais feliz?
Bem, parece que sim, e você provavelmente logo poderá se matricular em uma escola para isso.
Os últimos anos testemunharam o surgimento da chamada Ciência da Felicidade, e agora pesquisadores italianos demonstraram a eficácia de um programa de treinamento mental integrado para gerar felicidade.
O treinamento inclui exercícios de meditação e debates envolvendo temas relacionados à filosofia, psicologia e neurociência.
Os resultados mostraram que várias medidas de bem-estar psicológico aumentaram gradativamente nos participantes do início ao fim do curso. Isso foi especialmente verdadeiro para a satisfação com a vida, percepção de bem-estar, autoconsciência e autorregulação emocional.
Os participantes também relataram uma diminuição significativa na ansiedade, percepção de estresse, pensamentos negativos, ruminação e tendências de raiva. Os pesquisadores observaram, simultaneamente, melhoria nos aspectos positivos e redução das emoções negativas, tanto no curto prazo quanto longitudinalmente, ao longo do programa.
"O treinamento que propusemos aos participantes foi inspirado pela ideia - presente nas tradições filosóficas ocidentais e orientais - de que a felicidade está intimamente ligada ao desenvolvimento do equilíbrio interior, uma perspectiva mais gentil e mais aberta de si mesmo, dos outros e do mundo, visando uma melhor compreensão da mente e do cérebro humanos. Neste processo de treinamento, precisamos, por um lado, do estudo teórico da filosofia e da ciência e, por outro, das práticas de meditação," disse o professor Nicola De Pisapia, da Universidade de Trento.
Curso de felicidade
O curso de felicidade foi conduzido durante nove meses (com sete fins de semana teóricos/práticos e dois retiros de meditação) no Instituto Lama Tzong Khapa de Cultura Tibetana, em Pomaia (Itália).
Para a parte teórica, os participantes assistiram a uma série de aulas e vídeos-cursos, e participaram de discussões abertas sobre temas de psicologia, neurociência, história do pensamento ocidental e a filosofia de vida do budismo.
Os tópicos científicos incluíram neuroplasticidade, circuitos cerebrais de atenção e divagação da mente, estresse e ansiedade, dor e prazer, emoções positivas e negativas, desejo e vício, senso de identidade, empatia e compaixão.
Para a parte prática, foi proposta uma série de exercícios, retirados de diferentes tradições contemplativas, budistas e ocidentais - por exemplo, meditação sobre a respiração, meditação analítica e diário pessoal.
A equipe afirma ter procurado fugir das "receitas mercadológicas", muito presentes nos livros de autoajuda, que confundem felicidade com hedonismo, bem como da obsessão da Nova Era com o pensamento positivo.
"Eu acredito que, em tempos como estes, cheios de mudanças e incertezas, é fundamental estudar cientificamente como as tradições filosóficas ocidentais e orientais, junto com as mais recentes descobertas sobre a mente e o cérebro, podem ser integradas às práticas contemplativas de forma secular. O objetivo é dar às pessoas saudáveis a oportunidade de trabalharem sobre si mesmas para desenvolver a felicidade autêntica, não o hedonismo ou a felicidade superficial. Com este estudo quisemos dar um pequeno passo nesta direção," disse Pisapia.
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