sexta-feira, 9 de abril de 2021

Vacinas sozinhas não conseguirão acabar com a pandemia

08/04/2021

Redação do Diário da Saúde
Vacinas sozinhas não conseguirão acabar com a pandemia
As máscaras e a distância pessoal são cruciais devido à transmissão por assintomáticos - mesmo após a vacinação.
[Imagem: Sammy-Williams/Pixabay]

Casos assintomáticos

Mesmo que as vacinas estejam se tornando mais prontamente disponíveis, a chave para acabar com a pandemia está na proteção contra a propagação assintomática e pré-sintomática do vírus SARS-CoV-2, causador da covid-19.

Isso porque a transmissão sem sintomas impulsiona silenciosamente a disseminação viral, impedindo o fim da pandemia.

"Determinar a verdadeira capacidade de transmissão de casos assintomáticos e pré-sintomáticos é inerentemente complexo, mas as lacunas de conhecimento não devem prejudicar o reconhecimento de seu papel na disseminação do SARS-CoV-2.

"Não podemos contar apenas com a vacinação para controlar a pandemia. As vacinas são ótimas para proteger as pessoas contra a doença, mas ainda não sabemos se funcionam bem para proteger contra a transmissão," alerta a Dra Saskia Popescu, da Universidade de Georgetown (EUA).

De uma perspectiva biológica, seria improvável que uma vacina que protege bem contra a doença não protegesse contra a infecção por esta doença.

"Mas, assim como as vacinas não oferecem proteção de 100% contra a doença, elas também não são 100% propensas a proteger contra a transmissão," ressalta a professora Angela Rasmussen.

Realimentação da pandemia

Outro fator preocupante levantado pelas pesquisadoras é o risco de que as vacinas não se tornem amplamente disponíveis em todo o mundo, como no Brasil, onde a pandemia continua avançando, criando "reservatórios" de reinfecção que podem se espalhar pelo mundo, assim como o vírus originalmente se espalhou.

Assim, além da vacinação, as pesquisadoras alertam para manter toda a atenção nas pessoas que têm o vírus, mas não adoecem, ou apresentam apenas sinais leves da covid-19.

"A transmissão assintomática e pré-sintomática representa um desafio único para a saúde pública e os esforços de mitigação de prevenção de infecções," disse Popescu. "Em última análise, isso é algo em que precisaremos manter nossos olhos continuamente à medida que avançamos para a próxima fase da pandemia de covid-19, com uma redução da doença devido às vacinações."

"Até que haja ampla implementação de vigilância robusta e medidas epidemiológicas que nos permitam apagar esses incêndios sem fumaça, a pandemia de covid-19 não poderá ser totalmente extinta," escreveram as pesquisadoras em seu artigo.

 

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