quinta-feira, 22 de abril de 2021

O leilão da ferrogrão que ligará Mato Grosso a portos do Pará

O leilão da Ferrogrão, que ligará Mato Grosso a portos do Pará, é o sonho do governo para este ano. Mas pode esbarrar em um projeto inadequado, em custo excessivo ao Tesouro, e em entraves ambientais. 

E o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) registrou nesta quarta (21) a maior demora para sancionar o Orçamento desde 2006.       

infraestrutura
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Vai complicar
O governo quer leiloar ainda este ano a Ferrogrão, via ferroviária de 933 km de extensão que permitirá escoar a produção agrícola do Mato Grosso até portos do Pará. Prevê investimentos de R$ 21,5 bilhões, dos quais R$ 8,4 bilhões para implantação da ferrovia.

Mas o projeto vem sofrendo entraves legais pelos impactos ambientais: 
  • O Ministério Público Federal obteve liminar do STF (Supremo Tribunal Federal), por a obra atravessar parte da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxin (PA)
     
  • O traçado atual ignora as cheias da região, que podem cobrir a ferrovia por até cinco messes do ano, segundo o especialista em infraestrutura Cláudio Frischtak
     
  • A execução deve demandar 10,9 milhões de metros cúbicos de aterro na fase de terraplanagem, transportados em um milhão de viagens, e corte de 100 mil árvores
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Desembolso. Entre os problemas que Frischtak vê no projeto, está a contrapartida de o Tesouro assumir parte dos riscos, como custos adicionais com reassentamentos e desapropriações, ou diferença do valor das condicionantes ambientais se superar o contratado. E estima que o custo extra possa ir a até R$ 20,7 bilhões.

O que diz o Ministério de Infraestrutura. Que vai destinar R$ 2,2 bilhões para cobrir os gastos imprevistos do que define como o empreendimento ferroviário de maior efeito transformador da logística nacional.

Não é bem assim. Em nota técnica de 10 de março, porém, a pasta admite que poderá dispor de recursos "de outras prorrogações e de novas concessões, para contribuir com a efetivação do empreendimento".

 

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