sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Como o SOL vai morrer?

Danielle Cassita

O Sol ainda tem muita vida pela frente, mas os astrônomos já sabem qual será seu trágigo destino: nossa estrela vai “morrer” em um processo composto por diversas etapas, onde engolirá os planetas rochosos — incluindo a Terra — em seu processo de expansão e acabará transformado em uma anã branca. Entretanto, como nosso Sol tem cerca de 4,6 bilhões de anos, ainda podemos esperar que leve mais 8 bilhões de anos até chegar ao final de sua vida.

Até lá, acontecerão alguns eventos interessantes. Antes, os astrônomos acreditavam que nosso Sistema Solar acabará em algo parecido com uma nebulosa, ou seja, uma formação cheia de gases e poeira, devido à explosão. Contudo, novos estudos apresentam evidências de que este processo será mais intenso: durante a etapa atual, o Sol está transformando hidrogênio em hélio através de fusão nuclear; porém, o hidrogênio irá acabar em algum momento, e depois de aproximadamente 8 bilhões de anos o Sol se transformará em gigante vermelha — não explodindo como uma supernova, já que nosso astro não tem massa suficiente para transformar o carbono em oxigênio.

Já aos 12 bilhões de anos, seu núcleo encolherá enquanto as camadas externas se expandem e engolem o que estiver no caminho — e, se a Terra ainda existir, ela com certeza estará no menu. Depois dessa fase, as coisas se acalmam e o Sol termina se transformando em uma anã branca. Enquanto isso, o que restar do que foi nossa estrela será transformado em pequenos orbes de gás, nos quais os íons de carbono e oxigênio que os formam vão ficando cada vez unidos e darão origem a uma bola de cristal.

O fim do Sol — em imagens

No fim da vida de uma gigante vermelha, seu núcleo fica sem hélio para realizar fusões nucleares.

Hoje, o Sol ainda é pequeno em comparação às gigantes, mas ficará do tamanho de Arcturus (Imagem: Reprodução/English Wikipedia Author Sakurambo/Starts With a Bang)
Hoje, o Sol ainda é pequeno em comparação às gigantes, mas ficará do tamanho de Arcturus (Imagem: Reprodução/English Wikipedia Author Sakurambo/Starts With a Bang)

Assim, a estrela pulsa internamente e transforma o hidrogênio em uma espécie de escudo em volta do núcleo.

A Nebulosa Congelada de Leão tem em seu centro uma estrela que ficou sem hélio (Imagem: Reprodução/ESA/HUBBLE & NASA/Starts With a Bang)
A Nebulosa Congelada de Leão tem em seu centro uma estrela que ficou sem hélio (Imagem: Reprodução/ESA/HUBBLE & NASA/Starts With a Bang)

As explosões geradas pela fusão ejetam as camadas mais externas de hidrogênio da estrela.

Esta nebulosa faz parte de um sistema binário de estrelas, onde uma está ejetando o hidrogênio (Imagem: Reprodução/ESA/HUBBLE & NASA/Starts With a Bang)
Esta nebulosa faz parte de um sistema binário de estrelas, onde uma está ejetando o hidrogênio (Imagem: Reprodução/ESA/HUBBLE & NASA/Starts With a Bang)

Assim, a luz da estrela central se reflete pelo gás escuro e frio que a cerca.

Note o gás iluminado pela estrela central nesta nebulosa (Imagem: Reprodução/SUN KWOK, BRUCE HRIVNAK, AND KATE SU; ESA/HUBBLE & NASA/Starts with a Bang)
Note o gás iluminado pela estrela central nesta nebulosa (Imagem: Reprodução/SUN KWOK, BRUCE HRIVNAK, AND KATE SU; ESA/HUBBLE & NASA/Starts with a Bang)

Ali, se inicia a fase final com a nebulosa pré-planetária (ou protoplanetária), um escudo de gás que se forma ao fim da vida de algumas estrelas.

Nas primeiras etapas da nebulosa pré-planetária, o hidrogênio é expelido de forma circular (Imagem: Reprodução/ESA/NASA & R. SAHAI/Starts with a Bang)
Nas primeiras etapas da nebulosa pré-planetária, o hidrogênio é expelido de forma circular (Imagem: Reprodução/ESA/NASA & R. SAHAI/Starts with a Bang)

O gás restante muda de forma esférica para uma forma de eixos.

A estrutura desta nebulosa mostra evidências de emissões esféricas e bipolares (Imagem: Reprodução/ESA/HUBBLE/NASA/Starts With a Bang)
A estrutura desta nebulosa mostra evidências de emissões esféricas e bipolares (Imagem: Reprodução/ESA/HUBBLE/NASA/Starts With a Bang)

Então, a estrela desenvolve uma nebulosa "bipolar".

Esta nebulosa protoplanetária mostra jatos simétricos de matéria (Imagem: Reprodução/ESA/HUBBLE & NASA/Starts with a Bang)
Esta nebulosa protoplanetária mostra jatos simétricos de matéria (Imagem: Reprodução/ESA/HUBBLE & NASA/Starts with a Bang)

Moléculas de gás se colidem e criam nós que podem ser vistos em imagens de alta resolução.

Nebulosa Westbrook e os nós (Imagem: Reprodução/ESA/HUBBLE & NASA/Starts With a Bang)
Nebulosa Westbrook e os nós (Imagem: Reprodução/ESA/HUBBLE & NASA/Starts With a Bang)

Enquanto isso, o núcleo central se contrai e se aquece.

(Imagem: Reprodução/NASA/HUBBLE/STSCI/Starts With a Bang)
(Imagem: Reprodução/NASA/HUBBLE/STSCI/Starts With a Bang)

Quando a temperatura ali atinge a marca dos 30.000 K, o material fica ionizado e somente aí uma nebulosa planetária verdadeira surge, conforme o gás ionizado emite luz ao invés de refletir.

A Nebulosa Dumbell foi a primeira nebulosa planetária descoberta (Imagem: Reprodução/MIKE DURKIN; MADMIKED/FLICKR/Starts With a Bang)
A Nebulosa Dumbell foi a primeira nebulosa planetária descoberta (Imagem: Reprodução/MIKE DURKIN; MADMIKED/FLICKR/Starts With a Bang)

Finalmente, a nebulosa planetária se dissipa ao longo de 20 mil anos e deixa apenas uma anã branca.

O material ionizado em torno do núcleo da antiga estrela tem sua própria luz (Imagem: Reprodução/NASA, ESA, E C.R. O'DELL/Starts with a Bang)
O material ionizado em torno do núcleo da antiga estrela tem sua própria luz (Imagem: Reprodução/NASA, ESA, E C.R. O'DELL/Starts with a Bang)

Fonte: Canaltech

 

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