Redação do Diário da Saúde
A relação entre sono e boa saúde é complexa e tem efeitos complexos: Por exemplo, várias doenças autoimunes afetam mais as mulheres devido a diferenças nas bactérias intestinais.
[Imagem: Robert P. Smith et al. - 10.1371/journal.pone.0222394]
[Imagem: Robert P. Smith et al. - 10.1371/journal.pone.0222394]
Sono, microbioma e saúde
Se você anda com preocupações que lhe vêm tirando o sono, é melhor deixar para pensar nelas somente durante o dia.
Cientistas constataram que um sono ruim afeta negativamente o microbioma intestinal, o que, por sua vez, pode levar a problemas adicionais de saúde.
"Dada a forte comunicação bidirecional entre cérebro e intestino,
eles têm possibilidade de se influenciarem [mutuamente]", disse o
professor Jaime Tartar, da Universidade Nova Sudeste (EUA). "Com base em
relatórios anteriores, acreditamos que um sono ruim provavelmente
exerce um forte efeito negativo sobre a saúde intestinal e a
diversidade do microbioma".
O que você pode estar se perguntando é: "Que negócio é esse de
microbioma intestinal?" Simplificando, são todos os microrganismos -
bactérias, vírus, protozoários e fungos - e seu material genético
encontrados no trato gastrointestinal.
Diversidade do microbioma
Sim, todos nós temos tudo isso em nosso sistema gastrointestinal, mas
nem todos nos mesmos níveis - há diferenças pessoais nessa diversidade.
E é justamente essa diversidade que pode ser a chave para a nossa saúde.
Então, o que determina o microbioma intestinal de alguém? Existem alguns fatores que entram em jogo.
Uma é a genética, algumas pessoas parecem estar predispostas em nível
genético a ter um microbioma intestinal mais diversificado do que seus
amigos e vizinhos. Outro fator são os medicamentos - certos
medicamentos, incluindo antibióticos, podem afetar, neste caso
negativamente, a diversidade do microbioma intestinal. A dieta, é claro,
também desempenha um fator.
As bactérias comensais, ou bactérias benéficas variam de indivíduo para indivíduo, ou seja, cada pessoa tem seu próprio time de bactérias saudáveis.
[Imagem: Nair/Abt/Artis/UPenn]
[Imagem: Nair/Abt/Artis/UPenn]
Microbioma e sono
Para este estudo, os voluntários usaram o que o professor Tartar
chamou de "relógio inteligente com esteroides" na cama, um conjunto de
equipamentos que monitorava todos os tipos de sinais vitais. Dessa
forma, foi possível determinar o quão eles dormiam a noite toda. De
manhã, seus microbiomas intestinais eram avaliados por exames de fezes e
urina.
Os voluntários que dormiam bem apresentaram sistematicamente um microbioma intestinal mais diversificado - ou "melhor".
Tartar lembra que a diversidade do microbioma intestinal, ou a falta
dela, está associada a outros problemas de saúde, como a doença de
Parkinson (Parkinson pode ir do intestino ao cérebro pelo nervo vago)
e doenças autoimunes, além da saúde psicológica (ansiedade e
depressão). Quanto mais diverso o microbioma intestinal de alguém, maior
a probabilidade de que ele tenha melhor saúde geral.
"Sabemos que o sono é praticamente o canivete suíço da saúde," disse
Tartar. "Dormir uma boa noite de sono pode levar à melhoria da saúde e a
falta de sono pode ter efeitos prejudiciais. Todos nós vimos os
relatórios [artigos científicos] que mostram que a falta de sono
adequado pode levar a problemas de saúde de curto prazo (estresse,
problemas psicossociais) e longo prazo (doenças cardiovasculares,
câncer). Sabemos que [esses efeitos ocorrem] nos estágios mais profundos
do sono quando o cérebro 'retira o lixo', uma vez que o cérebro e o
intestino se comunicam. O sono de qualidade afeta muitas outras facetas
da saúde humana."
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