Natalia Drozdiak
(Bloomberg) -- Queremos apresentar a Yona. Ela adora ler Margaret
Atwood e artigos sobre a vida de adolescentes. Também canta sobre a
solidão e relacionamentos em sua nova faixa.Se tudo isso soa um pouco
artificial, não é por acaso: Yona não é humana.Yona foi criada pela
empresa londrina Auxuman e treinada com inteligência artificial. A robô é
alimentada com música e literatura e aprende com as reações às suas
músicas publicadas on-line.
A Auxuman foi cofundada por Ash Koosha, Isabella Winthrop e Negar
Shaghaghi. A empresa cria personagens usando inteligência artificial e
os licencia para entretenimento, branding ou performances ao vivo. Além
de Yona, a Auxuman também criou Mony, Zoya, Hexe e Gemini - cada um com
suas próprias individualidades.
“A pergunta para mim sempre foi como fazer uma música muito
intrigante, completa e complexa usando apenas um computador”, disse
Koosha em entrevista.
A inteligência artificial está
sendo usada pela indústria da música para inventar ferramentas e sons
ou, no caso da Auxuman, músicos inteiramente novos.Um dos primeiros
grandes projetos foi lançado há vários anos pelo CSL Research Lab, da
Sony, em Paris. O laboratório desenvolveu um sistema chamado
FlowMachines, que aprende estilos musicais a partir de um grande banco
de dados de músicas.O compositor francês Benoît Carré, que trabalhava
com pesquisadores da Sony na época, alimentou a máquina com 470 folhas
de chumbo com clássicos de Jazz, da década de 1930 até a década de 1960.
O resultado final foi sua primeira música gerada por inteligência
artificial, lançada em 2016: “The Ballad of the Shadow”.Carré continua
trabalhando com o pesquisador François Pachet, que agora faz parte da
equipe do Spotify Technology, onde comanda o Creator Technology Research
Lab. Eles criaram outras ferramentas de inteligência artificial que
Carré utilizou em seu álbum “American Folk Songs”, lançado em
outubro.Apesar dos avanços, a indústria da música ainda está longe de
ser absorvida inteiramente por músicas geradas por inteligência
artificial, segundo o crítico musical Anthony Fantano, apresentador do
canal do YouTube The Needle Drop.Os humanos sempre querem poder tocar
música como um canal, disse Fantano, e muitos ainda consideram a música
como uma maneira de se relacionar com as dificuldades evocadas pelo
artista.“Isso não pode ser simplesmente recriado com inteligência
artificial”, disse
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