A
escravidão existe desde o início da história humana, mas só atingiu uma
escala industrial quando colonos europeus levaram à força 12,5 milhões
de africanos para a América. O resultado desse processo é que, pela
primeira vez, a cor negra da pele se torna sinônimo de sujeito
escravizado. As duas constatações estão no livro Escravidão, de Laurentino Gomes, conhecido pelos best-sellers 1808, 1822 e 1889. Em entrevista ao EL PAÍS publicada nesta quarta-feira, Dia da Consciência Negra, ele afirma que o Brasil precisa de uma segunda abolição,
"já que a maioria da população pobre é negra, sem acesso à educação,
saúde e empregos decentes". "Se você quiser entender o país em uma
dimensão mais profunda, precisa estudar a escravidão. Tudo que fomos no
passado, o que somos hoje e que nós gostaríamos de ser no futuro tem a
ver com isso", afirmou.
Ainda em nossa cobertura especial sobre o tema, uma reportagem de Joana Oliveira retrata a Amazônia negra. Cerca de 150 das mais de 3.500 comunidades quilombolas do Brasil estão na floresta, em territórios que vivem sob a pressão de
deputados estaduais e federais do Amapá em busca de territórios. "Hoje
em dia, os maiores invasores são os caras grandes da política do Amapá",
diz a líder quilombola Isis Tatiane da Silva.
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