13 de novembro de 2019
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Por Cinthia Calsinski*, Enfermeira Obstetra
Benefícios da amamentação são sentidos também pelo empregador, pois reduz absenteísmo materno
A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que o
aleitamento materno seja exclusivo por, pelo menos, os primeiros seis
meses de vida do bebê, e como alimentação complementar até os dois anos.
Para muitas mães, no entanto, há grande dificuldade em seguir essa
recomendação, principalmente quando ocorre a retomada da carreira.
Depois de meses grudadinhos em período integral, o fim da
licença-maternidade é angustiante, não apenas pela saudade da criança e a
preocupação com seus cuidados, mas também pela dificuldade em continuar
com o aleitamento materno.
Mas, não precisa ser complicado assim: “Antes de mais nada, é preciso
lembrar essa mãe de que ela não precisa parar de amamentar só porque
voltou a trabalhar”, diz Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra da
Unifesp.
Segundo Cinthia, manter o aleitamento é uma estratégia de saúde
pública e coletiva, porque os benefícios são ampliados para toda a
sociedade, inclusive para o empregador “que evidenciará redução no
absenteísmo da mulher cujo bebê foi amamentado”.
O que fazer para ter sucesso garantido no aleitamento após licença-maternidade
Antes de voltar a trabalhar, a mulher precisa se organizar e se
familiarizar com a extração de leite, além de treinar o bebê, “devemos
evitar bicos artificiais! Copos para amamentação, xícaras de café e
colheres dosadoras têm fácil acesso e não impactam negativamente a
lactação”, ensina a enfermeira obstetra.
Também é preciso fazer um pequeno estoque de leite, lembrando que o
mesmo tem prazo de validade curto: 15 dias no congelador e 12 horas na
geladeira.
É preciso ainda dedicação, mesmo com a rotina puxada. A
produção de leite será mantida se a mãe fizer a ordenha (com bomba ou
com as mãos) e amamentar o bebê sempre que possível. Cinthia lembra que a
lei permite que a lactante que retorna ao trabalho pode entrar meia
hora mais tarde e sair meia hora mais cedo ou ficar 15 dias fora para
seguir amamentando.
“Nas primeiras semanas, existe o risco de a mama empedrar e a mulher
sentir desconforto. A ordenha também pode machucar a mama e o bebê pode
ter dificuldade em ingerir o leite ordenhado. É essencial ter paciência e
buscar orientação profissional para que esse momento seja menos
traumático possível para mãe e bebê”, conclui a profissional.
*Cinthia Calsinski é Enfermeira Obstetra da UNIFESP colunista
da Revista Pais e Filhos. Por meio de consultorias domiciliares,
prepara a mãe para o parto, amamentação, como lidar com um recém-nascido
com todos os desafios que ele proporciona, cuidados de higiene, preparo
do ninho (ambiente do quarto, disposição de móveis, enxoval,
treinamento de babás), curso de primeiros socorros, reciclagem para
avós, colocação de brincos em meninas. Tudo na tranquilidade do lar, com
hora marcada. Cinthia esteve ao lado da influenciadora Mari Sampaio na
gestação, no parto e agora no pós parto…
-Enfermeira Graduada pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
-Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
-Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
-Enfermeira Obstetra pelo Centro Universitário São Camilo
-Consultora do Sono Materno-Infantil formada pelo International Maternity e Parenting Institute (IMPI)
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