sábado, 23 de novembro de 2019

Fim da licença-maternidade não é o fim da amamentação

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Por Cinthia Calsinski*, Enfermeira Obstetra 

Benefícios da amamentação são sentidos também pelo empregador, pois reduz absenteísmo materno
A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que o aleitamento materno seja exclusivo por, pelo menos, os primeiros seis meses de vida do bebê, e como alimentação complementar até os dois anos. Para muitas mães, no entanto, há grande dificuldade em seguir essa recomendação, principalmente quando ocorre a retomada da carreira.

Depois de meses grudadinhos em período integral, o fim da licença-maternidade é angustiante, não apenas pela saudade da criança e a preocupação com seus cuidados, mas também pela dificuldade em continuar com o aleitamento materno.

Mas, não precisa ser complicado assim: “Antes de mais nada, é preciso lembrar essa mãe de que ela não precisa parar de amamentar só porque voltou a trabalhar”, diz Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra da Unifesp.

Segundo Cinthia, manter o aleitamento é uma estratégia de saúde pública e coletiva, porque os benefícios são ampliados para toda a sociedade, inclusive para o empregador “que evidenciará redução no absenteísmo da mulher cujo bebê foi amamentado”.

O que fazer para ter sucesso garantido no aleitamento após licença-maternidade

Antes de voltar a trabalhar, a mulher precisa se organizar e se familiarizar com a extração de leite, além de treinar o bebê, “devemos evitar bicos artificiais! Copos para amamentação, xícaras de café e colheres dosadoras têm fácil acesso e não impactam negativamente a lactação”, ensina a enfermeira obstetra.

Também é preciso fazer um pequeno estoque de leite, lembrando que o mesmo tem prazo de validade curto: 15 dias no congelador e 12 horas na geladeira.

É preciso ainda dedicação, mesmo com a rotina puxada. A produção de leite será mantida se a mãe fizer a ordenha (com bomba ou com as mãos) e amamentar o bebê sempre que possível. Cinthia lembra que a lei permite que a lactante que retorna ao trabalho pode entrar meia hora mais tarde e sair meia hora mais cedo ou ficar 15 dias fora para seguir amamentando.

“Nas primeiras semanas, existe o risco de a mama empedrar e a mulher sentir desconforto. A ordenha também pode machucar a mama e o bebê pode ter dificuldade em ingerir o leite ordenhado. É essencial ter paciência e buscar orientação profissional para que esse momento seja menos traumático possível para mãe e bebê”, conclui a profissional.

*Cinthia Calsinski é Enfermeira Obstetra da UNIFESP colunista da Revista Pais e Filhos. Por meio de consultorias domiciliares, prepara a mãe para o parto, amamentação, como lidar com um recém-nascido com todos os desafios que ele proporciona, cuidados de higiene, preparo do ninho (ambiente do quarto, disposição de móveis, enxoval, treinamento de babás), curso de primeiros socorros, reciclagem para avós, colocação de brincos em meninas. Tudo na tranquilidade do lar, com hora marcada. Cinthia esteve ao lado da influenciadora Mari Sampaio na gestação, no parto e agora no pós parto…
-Enfermeira Graduada pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
-Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp  
-Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
-Enfermeira Obstetra pelo Centro Universitário São Camilo
-Consultora do Sono Materno-Infantil formada pelo International Maternity e Parenting Institute (IMPI)

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