União Europeia
Comissão Europeia pretende tornar o continente o
primeiro do mundo a atingir a neutralidade climática. Plano para
impulsionar políticas ambientais nos Estados-membros prevê zerar as
emissões líquidas de carbono até 2050.
Ao lançar o Acordo Verde Europeu, Von der Leyen diz que "este é um momento equivalente ao homem na Lua para Europa"
A Comissão Europeia apresentou nesta quarta-feira (11/12) uma estratégia de políticas em prol do meio ambiente – o chamado Acordo Verde Europeu
– com propostas para lidar com temas como a perda de biodiversidade,
agricultura sustentável, imposição de regras ambientais e penalidades
para os poluidores.
A presidente do órgão, Ursula von der Leyen,
começou no início do mês seu mandato de cinco anos à frente do
Executivo da União Europeia (UE) prometendo fazer do meio ambiente uma
de suas prioridades.
Com o Acordo Verde, ela se comprometeu a
tornar a Europa o primeiro continente do mundo a atingir a neutralidade
climática, com a meta de zerar o nível de emissões líquidas de carbono
até 2050.
Nesta quarta-feira, Von der Leyen disse que planeja
disponibilizar 100 bilhões de euros para os Estados-membros que ainda
são significativamente dependentes dos combustíveis fósseis para que
possam realizar a transição para as energias verdes.
A Comissão
Europeia espera que essas verbas ajudem as nações que foram atingidas
mais intensamente pela transição do bloco para indústrias menos
poluidoras, como Hungria, República Tcheca e Polônia, dependentes da
energia das usinas de carvão. Esses países ainda não se comprometeram
com a estratégia europeia para atingir a neutralidade climática.
"O
custo da transição será alto, mas o custo da falta de ação será ainda
maior", disse Von der Leyen, comemorando o lançamento do Acordo Verde.
Ela, porém, admite que faltam muitos detalhes ao plano de ações
climáticas, que ainda deve ser finalizado.
"Ainda não temos todas
as respostas, hoje é o início de uma jornada, mas este é o momento
europeu equivalente ao homem na Lua", afirmou. "O Acordo Verde Europeu é
muito ambicioso, mas também será muito cuidadoso ao avaliar o impacto e
cada passo que estamos dando."
Segundo a Comissão Europeia, a
neutralidade climática está resguardada por uma legislação ambiental
"irreversível" que será proposta no mês de março.
Outras metas
previstas no Acordo Verde são a redução do uso de pesticidas,
fertilizantes e antibióticos na agricultura, e a introdução de um
"ajuste de carbono nas fronteiras" para incentivar emissores de gases do
efeito estufa estrangeiros a se tornarem mais verdes.
A estratégia também visa estender o sistema de mercados de carbono
para cobrir o setor marítimo, e reduzir as permissões de emissão
concedidas às companhias aéreas. O texto ainda se alinha aos planos já
divulgados pela UE de plantar mais árvores para capturar carbono, além
de avançar na infraestrutura para a produção de veículos elétricos.
"O
Acordo Verde Europeu é, por um lado, sobre reduzir emissões, mas, por
outro, é sobre gerar empregos e dar impulso às inovações", diz Von der
Leyen. "Nosso objetivo é reconciliar a economia com o nosso planeta."
As
medidas anunciadas já enfrentam a resistência de entidades como a
Federação das Indústrias Alemãs (BDI, na sigla em alemão), que alega que
metas climáticas mais rígidas são "venenosas para os investimentos em
longo prazo".
Von der Leyen, entretanto, insiste que a estratégia
"demonstra como transformar nosso modo de vida e de trabalho, de
produzir e consumir, para que possamos viver com mais saúde e deixar
nossas indústrias mais inovadoras".
O acordo ainda necessitará da aprovação de todos os Estados-membros e do Parlamento Europeu.
RC/dpa/ap
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