12/12/2019
Redação do Diário da Saúde
"Nós encontramos coisas que são específicas da gripe ou da vacina, então
precisamos perguntar: 'Quais são os efeitos desses genes?'," disse
George Mias.
[Imagem: MSU/Divulgação]
[Imagem: MSU/Divulgação]
Como melhorar as vacinas contra a gripe
De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, a
vacina contra a gripe é eficaz apenas entre 40% e 60% das vezes, mas já
houve estações piores: a vacina da gripe de 2018 teve apenas 20% de eficácia.
Tentando melhorar esses resultados, pesquisadores conseguiram medir
como os níveis de RNA celular mudam após uma infecção pelo vírus da
gripe ou pela vacinação contra a gripe.
O trabalho promete ajudar a fazer as futuras vacinas contra a gripe funcionarem melhor, ou até mesmo ajudar no projeto de uma vacina universal, que não precise se reconstruída a cada estação.
"Entender essas diferenças pode nos ajudar a identificar novos alvos para a construção de melhores vacinas,
além de nos ajudar a descobrir maneiras melhores de tratar a doença,"
disse o professor George Mias, da Universidade do Estado de Michigan.
Expressão gênica
As novas informações vieram da reanálise cuidadosa dos dados de 18
estudos científicos publicados anteriormente, onde os cientistas haviam
colhido amostras de sangue de pacientes com gripe e receptores de vacina e estudado essas amostras para medir sua expressão gênica.
Quando um gene é expresso em uma célula, isso significa que o DNA foi
usado para produzir RNA para esse gene. Assim, essa expressão gênica
pode ser medida pelos níveis de RNA nas células. E a expressão gênica
nas células pode mudar em resposta a estímulos, incluindo doenças.
Os pesquisadores encontraram 978 genes com expressão alterada para a
infecção e a vacinação. Aproximadamente um terço desses genes (334) se
sobrepuseram, enquanto cerca de dois terços (644) eram únicos para a
infecção ou para a vacinação.
Ou seja, genes distintos estão envolvidos nos dois diferentes
processos no corpo. Vários genes que foram expressos de maneira
diferente na infecção da gripe, por exemplo, estão envolvidos nos
mecanismos defensivos do corpo. Por outro lado, genes expressos
exclusivamente na vacinação estão envolvidos no processamento de
antígenos, o que estimula a resposta imune do corpo.
Os pesquisadores também encontraram 907 genes relacionados à idade e
48 relacionados ao sexo que afetam as alterações na expressão gênica da
gripe/vacina contra gripe. Compreender essas diferenças pode ajudar na
busca pelo desenvolvimento de uma vacina universal.
"Nós encontramos coisas que são específicas da gripe ou da vacina,
então precisamos perguntar: 'Quais são os efeitos desses genes?'," disse
Mias. "Por exemplo, se a vacina está ativando genes e caminhos
adicionais que a própria doença não está ativando, deveríamos perguntar:
'Eles são relevantes e poderiam estar ligados a algum efeito
colateral?' Essas são perguntas que merecem ser respondidas."
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