sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Como reduzir as internações de diabéticos e pacientes com câncer no pronto-atendimento


Redação do Diário da Saúde
Diabetes descontrolado
Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde mostra que no estado de São Paulo, uma pessoa é internada a cada 24 minutos em hospitais públicos por complicações do diabetes.
Somente entre os meses de janeiro e agosto deste ano, 14.222 pacientes de diabetes precisaram de internação, o que significa uma média de 59 pessoas por dia. Em 2012, houve 22.076 internações (média de 61/dia), contra 23.250 no ano anterior (média de 64 internações/dia).
O diabetes, quando fora de controle, pode levar ao incremento da arteriosclerose, a distúrbios metabólicos, lesões nos rins e até quadros de AVC (Acidente Vascular Cerebral).
O diabetes tipo 1, de origem genética, aparece já na idade jovem. Já o tipo 2 é comum em idosos e também em pacientes obesos.
"É fundamental lembrarmos que o diabetes do tipo 2 pode, sim, ser prevenido por meio da redução de peso, prática de atividade física e a diminuição do consumo de carboidratos, açúcar, sal e gordura saturada," explica o médico Daniel Magnoni, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.
Diabetes e câncer
Uma das medidas para tentar minimizar esse grande número de internações é um programa inédito desenvolvido pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).
O programa de orientação e monitoramento dos pacientes, realizado pelo serviço de endocrinologia do Icesp, foi criado porque muitos pacientes com câncer apresentam nível glicêmico descompensado devido aos efeitos adversos causados por quimioterápicos e, por isso, precisam de um controle rápido para continuar o tratamento oncológico.
Uma equipe multidisciplinar trabalha de forma continuada no monitoramento individualizado de cada paciente. A primeira etapa do atendimento é educá-los sobre a doença, ensinando-os a fazer o automonitoramento glicêmico em casa e a realizar ajustes nas doses de medicação, interagindo com a equipe médica semanalmente, via e-mail.
A orientação é feita por um enfermeiro referência, de forma didática, com ilustrações, demonstrações teóricas e práticas, para orientá-los até sobre alguns mitos do procedimento de aplicação da insulina. O objetivo do programa é melhorar a qualidade de vida dos pacientes, evitando interrupções ou atrasos do tratamento causado por descontrole glicêmico.
Com o desenvolvimento do projeto, o Icesp conseguiu reduzir em 90% a procura de pacientes com câncer e diabéticos ao setor de pronto-atendimento do hospital.

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