Pressionado
por produtores rurais, o governo decidiu rever os valores da tabela com preços
mínimos para o frete. Instituída por medida provisória para atender aos pedidos
dos caminhoneiros e acabar com os bloqueios de estradas que duraram 11 dias, a
tabela é criticada por representantes do agronegócio. O argumento é que a
medida elevou os custos do setor em mais de 100%. A tabela entrou em vigor em
30 de maio. Antes, não havia um preço mínimo, e as negociações eram feitas caso
a caso. Os valores foram estabelecidos pela Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT). "Em breve, a ANTT publicará ajustes na tabela, com
dados mais detalhados, que irão esclarecer as possíveis dúvidas. Para discutir
esse assunto amplamente com a sociedade, a agência vai abrir processo de
consulta pública", informou o órgão, em nota. A tabela tem caráter
obrigatório para o mercado de fretes do País e está dividida em carga geral, a
granel, frigorificada, perigosa e neogranel. A previsão era que os números
publicados pela ANTT seriam válidos até o dia 20 de janeiro de 2019. O ministro
da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que é necessário rever os valores da
tabela porque, em alguns casos, o preço do frete mais que dobrou. "Ao
fazer as contas, esse negócio ficou fora de qualquer padrão de controle,
subindo até duas vezes, duas vezes e meia, o mesmo frete que estava sendo
trabalhado antes da greve. Procuramos a ANTT para entender qual o critério para
essas contas, e eles chegaram à conclusão que precisavam apurar mais
isso", disse o ministro, em entrevista no Palácio do Planalto. Para Maggi,
a tabela virou um "preço máximo" e fora dos padrões do que a
agricultura pode pagar. "Não há possibilidade de ter um frete tão caro
assim. Quem vai pagar a conta é o consumidor, com inflação violenta que vai vir
pela frente. Sempre achei que não deveria existir tabela, mas, já que veio
tabela, que contemple os dois lados", disse Maggi. O ministro afirmou que
a revisão na tabela não fere o acordo com os caminhoneiros para acabar com a
paralisação. "Ninguém está querendo fugir do acordo que o presidente fez.
Agora, que ele seja justo para todos os lados. O que precisa fazer são as
contas. Ninguém vai romper nada." A área técnica da ANTT e diretores da
agência têm se reunido, desde a semana passada, para reavaliar os valores do
frete, após a reclamação de diversos setores. A expectativa é que uma nova
tabela seja publicada ainda nesta semana, com valores bem abaixo com os que
foram definidos durante a greve. O assunto é tratado como prioritário pela
agência. Agência Nacional de Transportes Terrestres confirma que pode fazer
ajustes A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que vai
realizar consulta pública para discutir com a sociedade os valores instituídos
pela Política de Preços Mínimos de Transporte Rodoviário de Cargas. Na semana
passada, a agência publicou, no Diário Oficial da União, a tabela com os preços
mínimos dos fretes cobrados por empresas de transporte rodoviário e
caminhoneiros autônomos. A agência informou que o processo de consulta à
sociedade acontecerá concomitantemente à divulgação de ajustes na tabela,
"com dados mais detalhados que esclareçam possíveis dúvidas". As
contribuições da sociedade poderão resultar em mudanças posteriores. Segundo a
Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), diretores da ANTT já tinham
admitido a necessidade de ajustes na tabela durante uma reunião com lideranças
do cooperativismo brasileiro, na terça-feira, em Brasília. Durante o encontro,
representantes dos produtores cooperados criticaram "inconsistências das
tabelas divulgadas" e apontaram a necessidade "de ajustes e revisões
na remuneração do frete de retorno". O estabelecimento de um preço mínimo
que os caminhoneiros possam cobrar sobre cada quilômetro de frete foi
instituído pela Medida Provisória (MP) nº 832, editada no último dia 27. A MP
determina que os preços deverão ser reajustados semestralmente: nos dias 20 de
janeiro e 20 de julho de cada ano. Se os contratantes não cumprirem o preço
mínimo, estarão sujeitos a uma multa equivalente ao dobro do valor estipulado.
Para definir os preços, a ANTT deverá observar os custos do óleo diesel e dos
pedágios. As tabelas têm caráter obrigatório para o mercado de fretes de todo o
País. A medida faz parte das propostas negociadas com caminhoneiros para
encerrar a recente paralisação de 11 dias, mas é criticada por representantes
do agronegócio, que afirmam que os custos do setor vão aumentar. Em nota
divulgada na segunda-feira, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato
Grosso (Aprosoja) manifestou preocupação com a decisão do governo,
classificando-a como "intervencionismo estatal na economia".
Transportadores apontam necessidade de corrigir distorções Jefferson Klein As
entidades dos setores industrial e do agronegócio - como a Fiergs e a Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) - foram as mais incisivas nas
críticas à forma como foi feita a tabela de preços mínimos para os fretes
rodoviários, mas os transportadores também querem algumas mudanças. O
presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Rio
Grande do Sul (Setcergs) e da Federação das Empresas de Transporte de Cargas no
Estado do Rio Grande do Sul (Fetransul), Afrânio Kieling, ressalta que o uso da
tabela no segmento de transportes é algo novo e que as companhias do setor não
estavam acostumadas com esse modelo. Entre as distorções que precisam ser
corrigidas, o empresário cita o exemplo das cargas frigoríficas e as perigosas
que estão, agora, submetidas a valores inferiores ao da carga geral. Outro
ponto salientado pelo presidente do Setcergs e da Fetransul é o fato de o
Brasil ser um país de enormes dimensões, sendo necessário levar em conta as
particularidades regionais quando é abordada a questão do frete. Kieling
argumenta que a estipulação de uma tabela, normalmente, não é algo bom para
qualquer tipo de mercado. Porém, em contrapartida, o dirigente aponta que os
caminhoneiros autônomos estavam enfrentando uma situação muito precária.
Questionado sobre afirmações de ruralistas e industriais que indicam que alguns
fretes tiveram seus custos elevados em até 150%, Kieling prefere não estimar um
percentual de aumento com a adoção da tabela, mas confirma que houve um
incremento. "Mas o transportador sempre carregou o PIB nas costas, e a
gente vê que, agora, o transportador, o autônomo, pode melhorar um pouco de
patamar", sustenta. O presidente do Setcergs e da Fetransul destaca que a
política de preços mínimos do transporte rodoviário de cargas é sustentada por
uma medida provisória, que possui força de lei. "A gente vê choro aqui e
ali, e todo mundo fazendo seus movimentos. Nós, enquanto transportadores,
estamos aguardando as determinações e cumprindo a lei", enfatiza. Fiergs
quer imediata suspensão "O setor industrial está na iminência de paralisar
a produção. Não se trata de uma nova greve do transporte rodoviário, mas sim
como decorrência da edição pela ANTT da tabela de preços mínimos de frete que
traz enormes distorções nos custos de logística das fábricas." Este é o
início da carta que a Fiergs enviou, nesta quarta-feira, ao ministro-chefe da
Casa Civil, Eliseu Padilha, solicitando a imediata suspensão da tabela de
fretes. A entidade também sugere que, após essa decisão, o governo federal
convoque as entidades da indústria e dos demais setores para, em conjunto,
encontrar uma solução viável e realista. O posicionamento foi assinado pelo
presidente em exercício da federação, Cezar Müller, que encaminhou
correspondência a todos os deputados do Estado para que intercedam junto ao
governo federal. - Jornal do Comércio
(https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/economia/2018/06/631572-pressionado-governo-decide-reavaliar-frete.html)
O meu blog é HOLÍSTICO, ou seja, está aberto a todo tipo de publicação (desde que seja interessante, útil para os leitores). Além disso, trata de divulgar meu trabalho como economista, escritor e compositor. Assim, tem postagens sobre saúde, religião, psicologia, ecologia, astronomia, filosofia, política, sexualidade, economia, música (tanto minhas composições quanto um player que toca músicas de primeira qualidade), comportamento, educação, nutrição, esportes: bom p/ redação Enem
terça-feira, 24 de julho de 2018
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