sábado, 28 de julho de 2018

DESAPEGO x APEGO


Se o leitor conhece o profeta BUDA, já deve estar familiarizado com sua ardorosa defesa do desapego como arma contra o sofrimento. Estaria ele certo ao ser contra o seu contrário, o apego? Sim e não. Tudo vai depender do contexto encontrado. Ora, num contexto de apego em que jogamos todas as nossas fichas no materialismo pejorativo (desmesurado e a qualquer preço), certamente, acabaríamos indo de encontro ao sofrimento. Portanto, aqui, neste contexto, a resposta seria sim. Entretanto, já num contexto em que nos defrontamos com muitas dificuldades pela frente, a ponto de jogarmos a toalha ou praticamente querermos desistir da vida, do que mais precisamos? Justamente do contrário da fórmula budista: precisamos não de desapego... mas de APEGO... à nossa ROTINA de vida do dia a dia. E, sem este estratégico apego à rotina, ficaríamos MUITO VULNERÁVEIS a uma possível realidade caótica (vazia, irrealizante... por abrirmos mão do que temos e nos dá referência: A ROTINA acumulada no passado) em nossas vidas - o que só agravaria o nosso quadro de fragilidade que, se chegado a um grau máximo, poderia significar o nosso fim. Já aqui, portanto, a resposta é não ao desapego budista. Em suma: cada caso é um caso. Não devemos ter uma fórmula única para... diferentes... casos. Assim, não devemos usar açúcar para preparar feijão e nem sal para preparar arroz doce: como se diz popularmente, cada um no seu quadrado - ou, para doenças... diferentes... remédios... também diferentes.

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