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Por Brasil
Econômico | 19/07/2018 17:50 - Atualizada às 19/07/2018 18:03
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Prática é comum no mercado de luxo, que preza pela
exclusividade; nos últimos cinco anos, R$ 450 milhões em produtos foram
destruídos.
Divulgação/Burberry
Segundo a
Burberry, a destruição das peças é feita para impedir que caiam em "mãos
erradas" e sejam copiadas ilegalmente
A casa de
moda britânica Burberry queimou 28 milhões de libras (mais de R$ 140 milhões na
cotação atual) em roupas em estoque no ano passado. Segundo a marca de luxo, a
destruição das peças foi feita para prevenir que caíssem em “mãos erradas” e
fossem copiadas e até contrabandeadas no mercado negro.
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A prática
não é nada incomum: nos últimos cinco anos, a Burberry queimou
aproximadamente 90 milhões de libras (R$ 451,8 milhões) em roupas para proteger
sua propriedade intelectual. Os estoques em excesso que acabam chegando aos
falsificadores, segundo a casa de moda, desvalorizam sua marca e seu nome.
Avaliada
em 9,6 bilhões de libras (aproximadamente R$ 48,2 bilhões), a Burberry afirma
que encara as questões de desperdício “muito seriamente” e que o processo da
queima é especialmente projetado para reaproveitar a energia gerada, de acordo
com informações do jornal The Times. A marca defende a prática dizendo, ainda,
que é algo corriqueiro na indústria da moda, especialmente no mercado de
luxo , que preza pela exclusividade de seus produtos.
A Burberry não é a única
Reprodução/Facebook
Famosa
pelas suas bolsas exclusivas, a Louis Vuitton também já admitiu queimar os
estoques em excesso para impedir cópias ilegais
Assim
como a casa de moda britânica, as francesas Chanel e Louis Vuitton também
costumam incinerar seus estoques em excesso para combater a pirataria
. A Richemont, dona da Cartier e da Montblanc, ambas marcas famosas de relógios
exclusivos, já queimaram mais de R$ 400 milhões de libras (pouco mais de R$ 2
bilhões) em artigos nos últimos dois anos, segundo o site Evening Standard. Nem
mesmo a Nike escapou dessa moda: a marca norte-americana já admitiu retalhar
seus calçados antes de jogá-los fora.
Controvérsias
Repodução/ITV
Segundo
cofundador do lovethesales.com, 150 bilhões de peças de vestuário são
produzidas mundialmente todos os anos e quase metade não é vendida
A queima
do excesso de roupas em estoque é bastante criticada no mundo inteiro - não só
pelo desperdício de produtos (que poderiam ser doados ou reutilizados, por
exemplo) e mão de obra, mas sobretudo pelos impactos ambientais que essa
prática causa. A H&M, que tem cerca de 3 mil lojas em 41 países diferentes,
conseguiu contornar parte desse problema ao doar os estoques que não foram
vendidos à cidade sueca de Vasteras, que usou os produtos em vez do carvão para
gerar energia em suas termelétricas.
O
problema da Burberry é global. Stuart McClure, cofundador do
lovethesales.com, um site que ajuda varejistas a vender seus produtos antes do
lançamento da coleção seguinte, afirmou ao tabloide britânico The Daily Mirror
que 150 bilhões de peças de vestuário são produzidas mundialmente todos os anos
e quase metade, cerca de 70 bilhões, não é vendida. "Esse número é
impressionante e representa um enorme desafio para o setor de varejo”,
completou. “É difícil para as marcas estimar o volume de estoque que necessitam
e garantir que ele seja vendido durante a temporada".
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