Chanceler
federal alemã pede atualização dos sistemas de avaliação do comércio
internacional para incluir também o setor de serviços, o que, segundo afirma,
revelaria superávit dos EUA em relação à Europa.
"Os
superávits comerciais são calculados hoje de maneira relativamente
antiquada", afirmou Merkel
A
chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, reagiu nesta terça-feira (12/06)
a criticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, referentes a um suposto
desequilíbrio no comércio entre os dois países e também com a Europa.
Contrariando
as declarações do presidente americano, Merkel afirmou que, se forem incluídos
nos cálculos os números referentes ao setor de serviços e não apenas os dados
referentes aos bens e mercadorias, os EUA têm superávit em relação à União
Europeia (UE).
A
chanceler federal defendeu que os sistemas de contabilização do comércio
internacional devem ser atualizados. "Os superávits comerciais são
calculados hoje de maneira relativamente antiquada", disse a uma plateia
de empresários em evento econômico de seu partido, a União Social Cristã
(CDU).
"Se
forem incluídos os serviços na balança comercial, os EUA possuirão um grande
superávit em relação à Europa. E a fatia do setor de serviços
deve aumentar", destacou, sem especificar em quais estudos seus
cálculos se basearam.
Merkel
destacou também que os investimentos diretos a Alemanha nos EUA são bem mais
altos do que a contrapartida, o que também não é levado em conta, segundo ela.
Após
Trump causar polêmica ao retirar seu apoio a uma declaração conjunta do
G7 ao final de uma cúpula do grupo, no último fim de semana, a chanceler
federal pediu uma resposta unificada da Europa. O comunicado conjunto
havia sido acordado anteriormente pelos líderes das sete maiores economias do
mundo.
O
comércio internacional estava no centro dos debates, após Trump impor novas
tarifas aos países que exportam aço e alumínio para os EUA, ameaçando ainda
sobretaxar as importações de automóveis, o que afetaria particularmente a
Alemanha. O presidente usa supostos déficits injustos como argumento para impor
tarifas.
Estatísticas
do Departamento de Comércio dos EUA apontam que de fato os EUA registram
um superávit em sua balança corrente em relação à UE em 2017. A balança
corrente de um país é composta pela balança de bens, a balança de serviços, a
balança de rendimentos e a balança de transferências correntes.
Segundo
dados do governo americano, os EUA tiveram um déficit com a UE em bens, tendo
importado 153 bilhões de dólares a mais do que exportaram. Em serviços e
rendimentos, o país teve um superávit, tendo transferido 167 bilhões de dólares
a mais para a UE do que recebeu. Como um todo, os EUA tiveram, portanto, um
superávit em conta corrente com a Europa de 14 bilhões de dólares.
RC/rtr/dpa
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