Os
resultados são condizentes com a noção de que mais
dinheiro não aumenta felicidade na mesma proporção.
[Imagem: CC0 Creative Commons/Pixabay]
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Pouco para ser feliz
Parece razoável pressupor que as pessoas queiram maximizar
vários aspectos da vida se tiverem a oportunidade - seja o prazer que sentem,
sua liberdade pessoal ou mesmo o seu nível intelectual.
Mas essa é uma pressuposição incorreta, aparentemente um viés
imposto pela ideologia dominante do "vencer na vida" ou "fazer
sucesso".
Na verdade, as pessoas ao redor do mundo mostraram aspirar
por níveis dessas e de outras características muito mais moderados do que se
supunha.
"Nossa pesquisa mostra que o senso de perfeição das
pessoas é surpreendentemente modesto. As pessoas queriam ter qualidades
positivas, como saúde e felicidade, mas não a exclusão de outras
experiências mais sombrias - elas queriam cerca de 75% de uma coisa boa,"
conta o psicólogo Matthew Hornsey, da Universidade de Queensland (Austrália).
Além disso, as pessoas disseram que, em média, gostariam de
viver até os 90 anos de idade, o que é apenas um pouco mais do que a
expectativa de vida média atual.
Mesmo quando se pediu aos participantes para imaginar que
eles poderiam tomar uma pílula mágica que garantisse a eterna juventude, sua
expectativa de vida ideal aumentou em apenas algumas décadas, para uma média de
120 anos. E quando foi-lhes pedido para escolher seu QI ideal, a pontuação
média foi de cerca de 130 - uma pontuação que classificaria alguém como
inteligente, mas não como um gênio.
Culturas holísticas
Hornsey e seus colegas analisaram dados de um total de 2.392
participantes da Austrália, Chile, China, Estados Unidos, Hong Kong, Índia,
Japão, Peru e Rússia. Eles classificaram a China, Hong Kong, Índia e Japão como
culturas holísticas, predominantemente influenciadas por religiões ou
filosofias (como o budismo, o hinduísmo ou o taoísmo) que enfatizam uma visão
de mundo mais holística. As outras cinco regiões foram classificadas como
culturas não-holísticas.
Os dados revelaram que os participantes das culturas
holísticas, que valorizam noções de contradição, mudança e contexto, escolhem
as características ideais em níveis consistentemente mais baixos do que aqueles
relatados por participantes das culturas não-holísticas.
"Curiosamente, as classificações de perfeição foram mais
modestas em países que tinham tradições do budismo e do confucionismo,"
disse Hornsey. "Isso faz sentido - essas filosofias e religiões orientais
tendem a colocar mais ênfase na noção de que forças aparentemente contraditórias
coexistem em um estado complementar e inter-relacionado, de tal forma que uma
não pode existir sem a outra."
Os resultados foram publicados na revista Psychological
Science.
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