Um estudo patrocinado pelo jornal The Guardian em conjunto com a agência de pesquisa Revealing Reality acompanhou, por três dias, o uso de celular de seis eleitores britânicos
pinçados pelo perfil demográfico. Tudo o que fizeram no aparelho foi
gravado para depois ser analisado. Perceberam um consumo muito baixo de
notícias flagrantemente falsas. Encontraram, porém, títulos exagerados e
textos que forçam um viés ou interpretação. E o compartilhamento de
notícias ocorre frequentemente sem que usuários as leiam. Se dá pelo
título ou foto. Aliás, este noticiário político é consumido como forma
de entretenimento — mais notícias tornadas memes e posts de
influenciadores do que matérias jornalísticas. Sites ideologicamente
carregados são tão ou mais consumidos do que veículos tradicionais — e
isto independe do perfil político do eleitor. O comportamento das
pessoas é agressivo, frequentemente indo buscar briga em caixas de
comentários de conhecidos ou provocando com postagens. Criar situações
de tensão com conhecidos faz parte do comportamento político. Embora a
amostra não seja estatisticamente relevante, o resultado bate com outros
estudos. Mostra um consumo de informação hiperfragmentado, voltado para
atiçar emoção, criando um jogo de marketing político no qual ganha quem
consegue romper o bloqueio, resumindo mensagens em memes ou material de
fácil e rápida absorção.
Pois é... Uma técnica dominada pela direita e ignorada pela esquerda. Não só no Brasil.
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