(Bloomberg) -- Ondas de saques de correntistas em bancos rurais,
consumidores endividados e uma reestruturação de títulos de dívida sem
precedentes são sinais de crescente estresse financeiro na China,
colocando autoridades à prova.
O governo do presidente Xi Jinping enfrenta o desafio cada vez mais
difícil de tentar estimular a segunda maior economia do mundo sem
incentivar o risco moral e gastos imprudentes. Embora as autoridades
tenham até agora relutado em resgatar empresas endividadas e aumentar o
estímulo, os custos de manter essa postura aumentam com a maior
inadimplência e desaceleração econômica na China.
Membros do governo tentam fazer o “mínimo necessário para manter a
economia nos trilhos”, disse Andrew Tilton, economista-chefe para
Ásia-Pacífico do Goldman Sachs, em entrevista à Bloomberg TV.
Entre os desafios mais complicados da China está a deterioração da
saúde de bancos de pequeno porte e de empresas estatais regionais. Uma
reformulação de dívida proposta esta semana pela Tewoo Group, uma
trading estatal de commodities, levantou preocupações sobre mais
turbulência financeira em sua cidade natal, Tianjin.
Preocupações surgiram em todo o país nos últimos meses, muitas vezes
centradas em bancos de pequeno porte. A confiança nessas instituições
diminuiu desde maio, quando reguladores assumiram o controle de uma
instituição na Mongólia Interior e impuseram perdas a alguns bancos.
Desde então, autoridades intervieram para reprimir pelo menos duas ondas
de saques e orquestraram resgates para outras duas instituições.
O Banco Popular da China e outros reguladores há muito tempo alertam
sobre os riscos da excessiva dívida corporativa, que subiu para um
recorde de 165% do PIB em 2018, segundo a Bloomberg Economics.
Por enquanto, investidores parecem apostar que o governo pode
administrar os riscos financeiros do país e manter a economia em
movimento.
--Com a colaboração de Jun Luo.
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