Estudo recém-publicado afirma que dieta nutritiva aumenta capacidade reprodutiva; elo mais forte foi encontrado com frutas, mas não com vegetais verdes.
5 mai 2018
09h18
Mulheres que comem fast food com regularidade e deixam de lado o
consumo de frutas têm maior probabilidade de desenvolver dificuldades
para engravidar, segundo um estudo recém-publicado no periódico Human
Reproduction.
A conclusão é de que uma dieta nutritiva aumenta a capacidade reprodutiva.
Uma pesquisa com 5.598 mulheres identificou que as que se alimentam de
fast food quatro ou mais vezes por semana tendiam a demorar quase um mês
a mais para engravidar do que as que comiam raramente ou nunca.
É importante ressaltar, porém, que o estudo tem limitações: foi baseado
na lembrança do que as mulheres entrevistadas (de Austrália, Nova
Zelândia, Reino Unido e Irlanda) comeram antes de no mês anterior ao
início de suas gestações dos primeiros filhos.
Parteiras visitaram as entrevistadas entre a 14ª e a 16ª semanas de
gravidez e perguntaram a elas a frequência com que comiam frutas,
vegetais verdes e peixe - e também hambúrgueres, pizzas, frangos e
batatas fritas e outras refeições de lanchonetes fast food.
Os pesquisadores descobriram que as mulheres que haviam comido fruta
menos do que uma a três vezes em um mês levava, em média, um mês
adicional para engravidar do que as que tinham o hábito de ingerir
frutas três ou mais vezes por dia.
Avaliando as chances de as mulheres não engravidarem no período de um
ano, os pesquisadores identificaram que, na média geral, essa
possibilidade era de 8% entre as entrevistadas. Mas essa porcentagem
subia para 12% entre as mulheres que comiam poucas frutas e 16% das que
consumiam fast food excessivamente (quatro ou mais vezes por semana).
"Os resultados mostram que uma dieta de qualidade, com muitas frutas e
mínimo consumo de fast food, melhora a fertilidade e reduz o tempo de se
engravidar", afirmou Claire Roberts, líder do estudo e professora da
Universidade de Adelaide, na Austrália.
Peixe e vegetais
Ao mesmo tempo, causou surpresa nos pesquisadores o fato de eles não
encontrarem vínculos entre o tempo de engravidar e a ingestão de folhas
verdes e peixe.
Só foram identificados, portanto, os efeitos "protetores" das frutas:
"Frutas e vegetais contêm uma variedade de antioxidantes e fitoquímicos
que podem beneficiar a fertilidade", diz a pesquisa. "Como apenas
questionamos (as entrevistadas) a respeito de folhas verdes, e não de
outros tipos de vegetais, não capturamos o consumo total de vegetais,
potencialmente limitando (nosso conhecimento sobre) o impacto que eles
podem ter na fertilidade."
É possível, também, que outros fatores externos tenham afetado os
resultados da pesquisa. Mas os estudiosos afirmam que há amplas
evidências de que a dieta da mulher afeta suas chances de ficar grávida.
"Em geral, o estudo sustenta algo que muitos profissionais da saúde já
dizem de modo intuitivo: refeições saudáveis são benéficas para casais
que estejam tentando ter filhos", afirmou o médico Gino Percoraro, da
Universidade de Queensland, não envolvido na pesquisa.
Para não interferir com os resultados, casais foram excluídos da
pesquisa caso o homem estivesse sob tratamento por infertilidade.
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