sábado, 19 de maio de 2018

Explicação para o fato de o Japão ter disparadamente a maior dívida de todo o mundo

Quem tem a resposta é Marx, se quisermos investigar o caráter ESTRUTURAL da questão. Nesse sentido, ele elaborou a teoria chamada por ele de LEI DA TENDÊNCIA DECLINANTE DA TAXA DE LUCRO,  que revela que tal tendência é tanto mais progressiva ou mais aguda quanto maior for a elevação da composição orgânica do capital, em termos bem simples, quanto mais maquinificada for uma economia... e, vice-versa. Não vou utilizar os argumentos dele. Prefiro fazer um argumento matemático, complementado  ou mesclado com micro e macroeconomia. Outra coisa, para facilitar a compreensão matemática, 1) vou utilizar números hipotéticos bem pequenos - embora tais números pequenos não reflitam a realidade da indústria, que geralmente  apresenta números mais avantajados, 2) vou reduzir o custo de produção somente ao valor da máquina. Estabelecidas estas simplificações hipotéticas, vamos recorrer à uma exemplificação numérica. Pois bem, primeiramente, suponhamos  que uma indústria comprou uma máquina que custou R$ 100,00 e, em toda a sua vida útil ou até que fique muito gasta ou obsoleta, ela produza 1.000 unidades de produto, vendidos a R$ 0,50  cada unidade, antes da necessidade de ser trocada por outra zero quilômetro, totalmente nova (deixando de lado ou omitindo qual a geração desta, qual seu nível de desenvolvimento tecnológico, pelo menos por enquanto). Receita, supondo que tudo o que foi produzido foi vendido = R$ 500,00 (1000 x 0, 50). Despesa = R$ 100,00. Lucro = R$ 500,00 - R$ 100,00/R$ 100,00 = R$ 4,00 = taxa de lucro = 300 %. Bem, agora antes de prosseguirmos, devemos  definir o grau de desenvolvimento tecnológico da máquina nova que será incorporada ao processo produtivo. Bem, a realidade da economia mundial é de crescente maquinização da produção (que redunda, conforme prevê Marx, em diminuição da taxa de lucro).  Alias, se prosseguíssemos a nossa simulação matemática, teríamos que considerar um custo maior da nova máquina (por ser mais robusta, mais produtiva, mais avançada), número de unidades produzidas maior do que o número de unidades vendidas (em função da maior dificuldade de encontrar mercado comprador, reduzido proporcionalmente ao nível de tecnificação da produção), gerando um excedente de produção que, a curto prazo, vai impactar negativamente os preços, as receitas e, finalmente, a taxa de lucro. Já a longo prazo, vai haver uma redução da produção e uma recuperação dos preços, fatores opostos que se compensam, resultando praticamente na manutenção da taxa de lucro - mas, um quadro de redução da produção, apesar da recuperação dos preços, faz a taxa de lucro novamente cair... pois o progresso tecnológico FRENÉTICO leva à substituição PRECOCE de maquinaria e resulta em que máquinas de uma determinada geração são recolhidas tendo produzido apenas uma PARTE do potencial de produção e não a sua TOTALIDADE... não por falta de condições de funcionamento... mas por INSUFICIÊNCIA DE CONSUMO (fator este que exacerba a diminuição do tempo de vida útil das máquinas mais antigas), dando lugar à máquinas de uma geração mais moderna - dada a concorrência característica das economias de mercado, ninguém quer ficar para trás, todo mundo quer ser top de linha ou "chique no úrtimo", mesmo que isso tenha um preço... mesmo que castigue a taxa de lucro! Mas, seria oportuno esclarecer o por quê do frenesi do progresso tecnológico: porque, atualmente, ele é tão acelerado? Pois bem, a explicação ancora-se na existência de CONCENTRAÇÃO DE RENDA: quanto mais haja esta, mais haverá ,consequentemente,  encolhimento do consumo, e vice-versa - e, então, qual a saída microeconômica ou parcial encontrada pelos capitalistas para ampliar este consumo, que os mesmos reduziram (já que, que neste quadro, não há qualquer saída macroeconômica ou geral possível)? Ora, microeconomicamente, a saída encontrada pelos capitalistas é buscar a inovação, pois quem LARGAR NA FRENTE terá uma vantagem competitiva POR UM DETERMINADO TEMPO, ou seja, até os concorrentes estudem e copiem tal inovação. Portanto, tal saída  será cobiçada por muitos capitalistas, ampliando o número de inovações, o que acaba acelerando a velocidade do progresso tecnológico. Assim, quanto mais restrito for o mercado, maior será o frenesi do progresso tecnológico (o que é bom microeconomicamente, localizadamente, para o gato pingado que inovou; mas, macroeconomicamente ou considerando a economia como um todo, há justamente um efeito negativo: o castigo da taxa de lucro, principalmente dos retardatários... que ficarão comendo poeira e correrão o risco de serem varridos do mercado).
         E, por outro lado, o  raciocínio de Marx, abordado de uma forma muito simples, é o seguinte: o progresso constante da tecnologia redunda em mais máquinas (cada vez mais sofisticadas, geralmente mais caras e mais produtivas), em detrimento de cada vez menos trabalhadores (justamente os principais realizadores da produção, por constituírem A PRINCIPAL FONTE DE DEMANDA, bem maior que os investimentos e o consumo dos capitalistas - bem como os investimentos e o consumo estatais, conforme provam as contas nacionais dos países mais desenvolvidos e com economias maiores do que os países menos desenvolvidos). Resultado do crescente processo de tecnificação da produção: máquinas mais caras do que as de gerações anteriores, por serem aquelas mais produtivas do que estas. Assim, máquinas mais caras significam aumento dos custos de produção. Mas, você deve estar pensando: mas não são mais produtivas, compensando o aumento dos custos de produção? Mas, tem um detalhe importante: não nos esqueçamos de que o maior mercado consumidor, representado pelo consumo dos trabalhadores, fica cada vez fica menor, em termos proporcionais. Assim, para quê máquinas cada vez mais poderosas produtivamente se o quadro social encolhe o mercado consumidor cada vez mais? Analogicamente, poderíamos perguntar: para quê levarmos um carro turbinado para correr numa estrada de barro...  alagada? Ora, o carro superpotente vai ficar atolado. Enfim, o grande paradoxo da progressiva maquinificação da economia resulta em que as máquinas podem produzir cada vez MAIS QUANTIDADES DE PRODUTOS... A PREÇOS CADA VEZ MAIS CAROS (reparou?... MAIS produtos a preços MAIS altos...necessidade de MAIS demanda! E, essa lógica de produção sacrifica justamente o fator trabalho... significando MENOS demanda. Então, de um lado, temos sempre a palavra MAIS; enquanto do outro, temos sempre a palavra MENOS. Aqui, a conta não fecha, pois os dois lados (dependentes) não são iguais ou, pelo menos, próximos. Assim, o raciocínio aqui desenvolvido mostra que, quanto mais avança a tecnologia e a consequente tecnificação da produção, mais ÁRIDA, DIFÍCIL, fica a tarefa de obter lucro. Aliás, num futuro muito mais distante, recomendo que as empresas contratem mágicos para administrarem seus negócios. Quem sabe assim eles não consigam tirar leite de pedra e façam desaparecer as contradições do capitalismo - que são melhor mitigadas quando o mundo faz um controle da natalidade de longa data, a arma mais eficiente para propiciar uma boa distribuição de renda. Não há caminho melhor indicado que este. E, aplicando tudo o que foi desenvolvido aqui, temos que a economia japonesa padece da dificuldade de realizar lucrativamente sua produção - não lhe restando outra alternativa que lançar mão de políticas keynesianas que conduzem ao sacrifício do Estado, caminho este que não põe o dedo na ferida, que não corrige as contradições imanentes da maior maquinificação da produção. Portanto,  qual seria a solução para corrigir o problema da crescente dificuldade de realizar lucrativamente a produção? Hobson nos dá uma pista: corrigir as desigualdades de renda ou promover uma boa distribuição de renda (em TODO o mundo). Mas, ele matou a cobra mas não mostrou o pau, na medida em que não apontou a forma mais eficiente de conseguir isto (QUAL SEJA, A ADOÇÃO DE UMA... INTERNACIONAL... NATALISTA). Somente este caminho resolveria o problema. Qualquer outro que fosse adotado seria ineficaz, como foi a adoção de políticas keynesianas, que levaram a  um agravamento da problemática capitalista,  traduzidas em expressivo e COMPLICADOR ENDIVIDAMENTO, principalmente das economias mais avançadas (olha Marx novamente acertando, quando previu que os mais atingidos seriam as economias mais avançadas!), como é o caso marcante da economia japonesa. Agora, observe-se que quanto mais maquinizado ficar o mundo, mais AUTOFÁGICO ele vai ser: mais vai ser autodestrutivo. Só de mão de obra? Também vai DESPERDIÇAR máquinas - substituídas precocemente: é como se comprar uma fruta, comer a metade, e jogar a outra metade fora - é o método de produção destrói-destrói... natureza, trabalho e máquina: evolução ou involução? Modernidade ou primitivismo? Eficiência ou ineficiência? E, o que lembra essa destruição? Ora, ela nos remete à CRISE, que vai ocorrer futuramente e será a maior da história... pois a concentração da renda atual já é a maior da história. Aliás, quando os capitalistas vão deixar de serem analfabetos filosóficos e, finalmente, quando vão abraçar uma das leis da vida que diz que TUDO TEM O SEU PREÇO?.Enfim, quando vão compreender que o preço da resolução de qualquer crise é a fraternidade, significando, no caso das relações de produção, JUSTIÇA ao remunerar seus dedicados e valorosos parceiros de produção: os trabalhadores? Quando vão compreender que tal cenário, tecnicamente, leva a economia a funcionar A TODO VAPOR...  significando mais produção, menos conflito, mais paz (para ambos os lados), menos nervosismo, menos instabilidade, menos riscos... em função de se alcançar uma maior PERFEIÇÃO? Enquanto, ao contrário, a concentração da renda significa uma camisa-de-força para a economia, um encolhimento para a mesma? Aliás,  não é muito estranho detectar que a mentalidade atual do capital BASTARDO implica produzir menos, em vez de PRODUZIR MAIS? Ou, em outras palavras, como os capitalistas ainda não sacaram que aumentar salários (na medida certa, equilibrada... para não provocar descontrole inflacionário) vai gerar mais procura por seus produtos e aumentar suas receitas: como ainda não perceberam que uma perda inicial (mais gasto com salários) vai ser compensada com um ganho posterior (mais vendas... que resultam em mais receitas), de modo que ninguém sai perdendo, ou seja, de modo que OS DOIS LADOS (capital e trabalho) saem GANHANDO? E, para fechar, temos que mostrar a prova empírica da eficácia de uma política neomalthusiana-subconsumista: ECONOMIA AUSTRALIANA. Esta, muito espertamente, fez tudo certinho. Primeira coisa que fez: PLANEJAMENTO FAMILIAR DE LONGA DATA (certeiro! sem fazer este aspecto estratégico, qualquer outra opção tenderia a despotencializar a economia). E, qual a consequência desse acerto inicial? Olha só: BOA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA - em função da não existência de abundância de trabalhadores, da sua relativa escassez. E, onde isso vai parar? Vai parar num IDH DOS MAIS ALTOS DO MUNDO e, não menos importante, numa economia que HÁ 25 ANOS NÃO SABE O QUE É UMA RECESSÃO. Concluindo: quando se acerta no início (básico), já se prepara meio caminho para se acertar no restante (derivado). Em poucas palavras: o que começa certo, termina certo. (E, o que fez o Brasil? Fez tudo errado! E, hoje, está pagando o preço desse grave erro - aliás, imaginem então o preço que estão pagando os africanos, que são recordistas disparados de fertilidade feminina, e, sua cultura...tribal, atrasadíssima... valoriza, pasmem, justamente quem tem MUITOS FILHOS? (quando o certo seria valorizar quem tem poucos filhos... principalmente se pobre).

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