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quarta-feira, 9 de maio de 2018
Rochas podem ajudar na luta contra o aquecimento global
Rochas podem ajudar na luta contra o aquecimento global
Geólogo da Universidade Columbia passou mais de 20 anos estudando rochas de Omã
Henry Fountain,
The New York Times
08 Maio 2018 | 10h15
IBRA, OMÃ- Neste
canto da Península Arábica, os picos escarpados são mais do que um
simples cenário. Algumas dessas rochas trabalham duro, reagindo
naturalmente com o dióxido de carbono da atmosfera e transformando o
elemento em pedra.
Veias de minerais de carbonato branco correm através de lajes de
rocha escura, como a gordura que margeia um bife. Cientistas afirmam
que, se fosse possível dominar este fenômeno natural, chamado de
mineralização de carbono, acelerando-o e aplicando-o com baixo custo e
em larga escala, isso poderia ajudar a combater as mudanças climáticas.
As rochas poderiam remover da atmosfera bilhões de toneladas do dióxido
de carbono - que concentra calor - emitidas pela humanidade desde o
início da Era Industrial.
Esse processo garantiria que o gás ficasse fora da atmosfera
definitivamente. “Minerais carbonatados sólidos não circulam pelo ar”,
afirmou Peter B. Kelemen, geólogo do Observatório Geológico
Lamont-Doherty, da Universidade Columbia, em Nova York, que tem estudado
essas rochas.
A captura e o armazenamento do dióxido de carbono têm
atraído um crescente interesse. O Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas afirma que a aplicação desse tipo de tecnologia é
essencial para combater o aquecimento global. Mas há atualmente menos de
20 projetos em larga escala desse tipo em operação ao redor do mundo - e
eles evitam emissões de CO2 em processos industriais. O que Kelemen e
outros têm em mente é retirar da atmosfera o dióxido de carbono que já
foi emitido, com a intenção de estabilizar ou reverter a crescente
concentração de CO2 no ar.
Muitos
pesquisadores descartam a possibilidade de capturar o elemento
diretamente na atmosfera, pois consideram isso impraticável.
A
mineralização do carbono retira dióxido de carbono da atmosfera e o
transforma em carbonatos / Vincent Fournier para The New York Times
Foto: Vincent Fournier/The New York Times
Mas, na Islândia, uma empresa de energia está injetando
pequenas quantidades de dióxido de carbono em rochas vulcânicas,
mineralizando o elemento. Pesquisadores holandeses sugeriram que rochas
esmagadas poderiam ser espalhadas ao longo de costas marítimas para
capturar CO2. E cientistas no Canadá e na África do Sul estão estudando
maneiras de utilizar dejetos de mineração para essa mesma função. “Não
há dúvida que teremos de remover dióxido de carbono da atmosfera”,
afirmou Roger Aines, que desenvolve tecnologias de manejo de carbono no
Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia.
Há poucos lugares no mundo mais adequados para esse estudo do que
Omã. As formações rochosas por aqui são constituídas grandemente de uma
rocha chamada peridotito, que se forma normalmente quilômetros abaixo
da superfície terrestre.
Quando as rochas são expostas ao ar ou à água, afirmou Kelemen,
elas funcionam como uma bateria gigante, com grande potencial químico.
Ele disse que as rochas daqui são tão grandes que, se fosse possível
utilizá-las plenamente, elas poderiam armazenar o equivalente a centenas
de anos de emissões de CO2.
Ele afirmou que, de maneira mais realista, Omã poderia armazenar
anualmente pelo menos 1 bilhão de toneladas de CO2 (atualmente, as
emissões mundiais de dióxido de carbono chegam a 40 bilhões de toneladas
ao ano). Formações rochosas similares - e menores - ocorrem no Norte da
Califórnia, em Papua-Nova Guiné e na Albânia.
Kelemen veio a Omã pela primeira vez nos anos 90. Ele havia
reparado nos veios de carbono, mas pensou que deveriam ter milhões de
anos. Em 2007, porém, ele datou os compostos de carbono. Quase todos
tinham menos de 50 mil anos, o que indicou que o processo de
mineralização ocorria muito mais rapidamente do que se pensava.
Desde então, ele tem estudado maneiras de dominar e reproduzir o
processo. O desafio é realizá-lo muito mais rapidamente do que a
natureza, em larga escala e sob um custo suficientemente baixo, para
torná-lo acessível.
Talvez a maneira mais simples de utilizar as rochas seria moê-las
e espalhá-las, para expô-las ao ar. Mas a operação necessária teria de
ser feita em larga escala - e, além de ser caríssimo realizá-la, ela
devastaria paisagens e produziria enormes emissões de CO2.
Então, alguns pesquisadores se perguntam: por que não utilizamos
rochas que já foram extraídas e esmigalhadas para outras funções? Essas
rochas são encontradas em grandes quantidades em operações de mineração
de todo o mundo - nos dejetos restantes dos processos de extração
mineral.
Gregory Dipple, pesquisador da Universidade da Colúmbia
Britânica, está trabalhando com várias empresas mineradoras, estudando
maneiras de tornar o processo natural mais eficiente. O objetivo seria
capturar ao menos CO2 o suficiente para neutralizar as emissões de uma
mina.
Evelyn Mervine, que trabalha para a De Beers, a maior mineradora
de diamantes do mundo, está estudando uma abordagem similar, e espera
realizar testes no ano que vem.
“De uma perspectiva científica, não consideramos que isso seria
difícil ou custoso: nós podemos neutralizar nossas emissões de carbono”,
afirmou ela. “E, na indústria mineradora, isso é extraordinário.”
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