O meu blog é HOLÍSTICO, ou seja, está aberto a todo tipo de publicação (desde que seja interessante, útil para os leitores). Além disso, trata de divulgar meu trabalho como economista, escritor e compositor. Assim, tem postagens sobre saúde, religião, psicologia, ecologia, astronomia, filosofia, política, sexualidade, economia, música (tanto minhas composições quanto um player que toca músicas de primeira qualidade), comportamento, educação, nutrição, esportes: bom p/ redação Enem
quinta-feira, 31 de maio de 2018
quarta-feira, 30 de maio de 2018
Descoberto elo entre meditação e respiração que controla a mente
É importante escolher qual tipo de meditação você prefere porque diferentes tipos de meditação afetam diferentes partes do cérebro.
[Imagem: Northeastern University]
[Imagem: Northeastern University]
Noradrenalina e concentração
Iogues e budistas ensinam há milênios que a meditação e práticas focadas na respiração, como o pranayama, fortalecem nossa capacidade de nos concentrarmos nas tarefas.
Pesquisadores do Trinity College de Dublin (Irlanda) descobriram agora uma ligação neurofisiológica entre a respiração e a atençãoque pode ser uma das responsáveis por esses efeitos.
A respiração - um elemento-chave das práticas de meditação e de mente alerta - afeta diretamente os níveis de um mensageiro químico natural do cérebro chamado noradrenalina.
Esse mensageiro químico é liberado quando somos desafiados, quando ficamos curiosos, focados ou somos emocionalmente estimulados. Quando produzido nos níveis adequados, ele ajuda o cérebro a desenvolver novas conexões, funcionando como uma espécie de "fertilizante cerebral".
Em outras palavras, a maneira como respiramos afeta diretamente a química dos nossos cérebros de uma maneira que pode melhorar nossa atenção e melhorar nossa saúde cerebral.
Respiração e concentração
O voluntários do estudo que se concentravam bem enquanto realizavam uma tarefa que exigia muita atenção apresentaram maior sincronização entre seus padrões respiratórios e sua atenção do que aqueles que tinham um foco deficiente. Os pesquisadores concluem que isto pode explicar como as práticas de controle da respiração funcionam para estabilizar a atenção e melhorar a atividade do cérebro.
Retiros espirituais melhoram a química do cérebro, além do bem-estar emocional.
[Imagem: Fetzer Institute]
[Imagem: Fetzer Institute]
"Os praticantes de ioga afirmam há cerca de 2.500 anos que a respiração influencia a mente. Em nosso estudo, nós procuramos um elo neurofisiológico que pudesse ajudar a explicar essas afirmações medindo a respiração, o tempo de reação e a atividade cerebral em uma pequena área do tronco cerebral, o cerúleo (locus coeruleus), onde a noradrenalina é produzida.
"A noradrenalina é um sistema de ação para todos os fins no cérebro. Quando estamos estressados produzimos noradrenalina demais e não conseguimos nos concentrar. Quando nos sentimos sem energia, produzimos muito pouco e de novo não há foco. Há um ponto ideal de noradrenalina no qual nossas emoções, pensamentos e memória são muito mais claros," detalhou o professor Michael Melnychuk, coordenador da pesquisa.
A meditação focada na respiração e as práticas de respiração iogue têm inúmeros benefícios cognitivos conhecidos, incluindo maior capacidade de concentração, diminuição das divagações mentais, melhor nível de alerta, mais emoções positivas, menor reatividade emocional, e muitos outros. Os cientistas, no entanto, ainda lutam para encontrar conexões neurofisiológicas entre a respiração e a cognição para explicar os benefícios registrados nos experimentos.
A crise dos caminhoneiros revela um Bolsonaro OPORTUNISTA E DESPREPARADO
Por José Antonio Lima (@zeantoniolima)
A crise deflagrada pela paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil serviu para deixar claro que o deputado federal Jair Bolsonaro, o candidato do PSL à Presidência da República, é um líder despreparado, o que o torna ainda mais perigoso para a democracia brasileira.
Bolsonaro é, antes de tudo, um sintoma de dois anseios da sociedade. Por um lado, ele personifica o que muitos acreditam ser a solução para o problema da corrupção exposto em praça pública pela Operação Lava Jato – seria o homem capaz de “moralizar” a política.
Escapa a essa turma a noção de que o problema de corrupção no Brasil está muito mais relacionado a questões sistêmicas do que a escolhas individuais dos próprios políticos. Qualquer presidente eleito só vai governar se formar uma base aliada a partir de negociações com centenas de parlamentares de cerca de 25 partidos. Aí está o principal mecanismo a colocar a corrupção em marcha.
Escapa também ao julgamento desse pessoal que Bolsonaro sempre esteve à margem desse processo de alianças porque, ao contrário da maioria de seus colegas parlamentares, tem uma base eleitoral do tipo ideológica e era até aqui praticamente o único representante dos militares no Congresso.
Graças à propagação de suas ideias e à exclusividade como candidato da “família militar”, Bolsonaro conseguiu seis mandatos consecutivos sem precisar, por exemplo, vender votos para Eduardo Cunha para obter verba de campanha no pleito seguinte. Acreditar que a suposta incorruptibilidade de Bolsonaro proporcionará uma formação de alianças menos corrupta não é uma opção racional, é fé.
Por outro lado, Bolsonaro personifica a imagem do político linha-dura que poderá resolver o problema da violência no Brasil, o campeão mundial de homicídios. Aqui, a turma de apoiadores do deputado usa o mesmo tipo de “lógica” utilizada na questão da corrupção. Acredita-se que há soluções rápidas para a segurança pública que uma única pessoa ou carreira (no caso, os militares), pode promover. Ocorre que as soluções para a segurança são, em larga medida, contra-intuitivas.
Vejamos o caso da “guerra às drogas” no México, que tem paralelos com a intervenção federal decretada por Michel Temer no Rio de Janeiro. O governo mexicano envolveu os militares no combate ao narcotráfico em dezembro de 2006. Naquele momento, havia quatro grandes cartéis no país. Hoje há oito e mais 40 cartéis menores. A violência explodiu e 2017 foi o ano mais violento da história do México.
Bolsonaro foi contra a intervenção, não apenas porque, naquele momento, Temer, tentava roubar-lhe a pauta da segurança. Bolsonaro lamentava que, no Brasil, os militares não poderiam atirar contra suspeitos, como ocorria no Haiti, então a intervenção não daria certo. Ou seja, Bolsonaro queria mais força, justamente o que não funciona na segurança pública, que exige inteligência e engajamento com a sociedade.
O eleitor de Bolsonaro, assim, tem pressa, e quer soluções rápidas, para problemas complexos como a corrupção e a segurança. Ele odeia políticos, a política, mas quer alguém para aplacar seus anseios – um salvador da pátria.
A paralisação dos caminhoneiros tem paralelos com esse tipo de pensamento. O movimento teve início com uma pauta específica, mas ganhou a adesão de causas difusas. Como mostrou reportagem de Marina Rossi e André de Oliveira no jornal El País, há muita solidariedade aos motoristas, apesar dos indícios de que se trata ao menos parcialmente de um locaute (“greve” dos patrões), de que o Tesouro (e o cidadão, portanto) pagará a conta da demanda dos caminhoneiros, do desabastecimento e do negativo impacto econômico que o movimento legará ao país.
Alguns apoiam por ter pautas análogas e tão legítimas quanto a inicial dos caminhoneiros. Se estes protestaram por conta do preço do diesel, é fácil perceber a insatisfação diante dos valores da gasolina ou do botijão de gás, itens essenciais para segmentos significativos da população.
Outros apoiam porque a paralisação é um recado à classe política e ao governo Temer, visto como ilegítimo. É preciso lembrar que um dos grandes pontos deficitários da democracia brasileira são os impedimentos à participação popular nos rumos do país. O voto, sozinho, não serve para a população ser ouvida. Assim, muitos toleram os transtornos causados pela paralisação em nome do recado enviado aos políticos.
E o que fez Bolsonaro neste cenário? Preferiu jogar gasolina na fogueira e aderiu ao movimento. Fez diversas manifestações de apoio à paralisação e, na manhã de domingo, disse que revogaria qualquer multa, prisão ou confisco imposto aos caminhoneiros. Bolsonaro apostou no caos para, como escreveu Celso Rocha de Barros na Folha de S.Paulo, produzir desordem agora e vender ordem nas eleições de outubro. Em outras palavras, o candidato “patriótico” colocou sua candidatura à frente de qualquer outro interesse.
É óbvio que a classe política é de péssima qualidade e que o governo Temer é ilegítimo, mas como devastar a economia seria uma boa forma de resolver isso? A postura de Bolsonaro neste episódio revela seu total despreparo para liderar um país. Age como um arrivista, um aventureiro sem visão.
Nesta terça-feira, Bolsonaro fez uma inflexão e passou a dizer que o movimento está indo longe demais. “A paralisação precisa acabar, não interessa a mim, ao Brasil, o caos”, afirmou à Folha.
Curiosamente, mesmo ao adotar uma postura mais racional, o candidato demonstra seu despreparo, o que o torna ainda mais perigoso para a democracia. Bolsonaro mudou de posição em consonância com a fala pública do general da reserva Antônio Hamilton Martins Mourão, notório por defender um golpe de Estado quando ainda estava na ativa.
Mourão, que presidirá o Clube Militar e pretende ser uma espécie de patrono dos mais de 70 candidatos militares a apoiar Bolsonaro em outubro – se não resolver entrar na disputa ele próprio – criticou na noite de segunda-feira o movimento dos caminhoneiros e afirmou ser preciso garantir os serviços essenciais e evitar a instalação de uma situação caótica.
Trata-se, evidente, de um movimento coordenado no grupo bolsonarista. A jornalista Joice Hasselmann, conselheira de Bolsonaro e apontada até como sua vice, também mudou de postura nas últimas horas. Só não se sabe quem manda, se é Bolsonaro ou Mourão.
Despreparado para liderar e mal-assessorado, Bolsonaro tem sua popularidade calcada na ignorância geral de muitos a respeito das complexidades dos problemas do país. Ao mesmo tempo, o principal grupo político que o rodeia é o dos militares linha-dura que desejam retomar o controle do país. A ascensão de Bolsonaro necessariamente implicará em mais autoritarismo. Com ele, o futuro do Brasil é aterrador.
Religiosas a favor da legalização do aborto: é possível unir esses ideais?
Por Larissa Bom
- debate entre os limites da religião e do Estado no caso da legalização o aborto é polêmico, mas existem mulheres que acreditam nas duas ideias
Atualmente, no Brasil, o aborto só é permitido em três circunstâncias: quando há risco à vida da mulher , a gravidez é originada de estupro ou o feto é anencéfalo. Entretanto, a Pesquisa Nacional do Aborto mostra que pelo menos 500 mil mulheres realizaram o ato ilegalmente em 2015 — um número que pode ser ainda maior, já que muitas passam por isso sozinhas.
Por outro lado, quando um país de maioria católica como a Irlanda aprova legalização do aborto com 66,4% de votação popular, uma nova pergunta surge: é possível ser a favor das duas coisas? E mesmo que o debate entre os limites da religião e do Estado ainda seja intenso na realidade brasileira, algumas pessoas — em especial, mulheres — mostram que dá, sim, para se identificar com uma pauta do movimento feminista e seguir a própria fé.
Como diferentes religiões enxergam o aborto?
Essa é, inclusive, uma das pautas mais discutidas pelas mulheres que participam da ONG Católicas Pelo Direito de Decidir, que trabalha junto à religião e ao feminismo para que as mulheres tenham liberdade para decidir sobre seus direitos individuais, sejam eles relacionados à sexualidade, maternidade ou igualdade de gênero.
A fundadora e coordenadora do projeto, Regina Jurkewicz, define o coletivo como uma "corrente de pensamento" que prevê uma liberdade de escolha, diferente da lógica religiosa de condenação e pecado, e explica que dentro do próprio catolicismo existe uma diversidade de discursos.
"Se a gente for tratar um tema dos mais delicados, como a condenação do aborto, vamos ver que isso foi explícito pela hierarquia da Igreja em 1860 de uma forma absoluta, ou seja, condenando o aborto desde o momento da concepção e em qualquer circustância."
Porém, isso é algo relativamente recente, já que por quase 20 séculos a compreensão era diferente — e ainda é algo que gera bastante dúvida. "Vida sempre é, mas há um desacordo entre os teólogos sobre o momento de surgimento de uma 'alma humana'", afirma.
Já para os cristãos evangélicos, o dilema está diretamente relacionado à como a leitura da Bíblia é feita. "É considerado que o feto já é uma vida, mesmo com semanas de formação. A reprodução é como se fosse um milagre, um mandamento de Deus, e interromper a gravidez 'barra' esse mandamento", diz a jornalista Paola Zanon.
Entretanto, ela explica que muitas pessoas usam as narrativas bíblicas para ditar suas próprias regras. "Nenhum religioso segue à risca tudo que está na Bíblia, é impossível. Cada um seleciona o que é conveniente para si, e, por isso, acredito que qualquer tentativa de colocar a mulher como submissa usando a Bíblia é hipocrisia. Deus nunca disse isso."
A gerente de comunicação Juliana Mendes* é judia e explica que também existem diversas interpretações para sua religião. "Os preceitos divinos foram dados por D’us para o povo judeu, para que homens (e, atualmente, mulheres) interpretem essas leis e as executem. Por milhares de anos apenas homens tinham contato com esses textos, porque as mulheres eram privadas disso. Se a prática dos costumes e tradições é machista, o problema não está na palavra divina, está na interpretação feita por esses homens e legitimada pela comunidade judaica."
Assim, ela explica que existem várias correntes de interpretação judaicas, como a ortodoxa fundamentalista judaica e a liberal, que é mais progressistas e têm uma leitura contemporânea e muito inclusiva das leis e tradições judaicas. Por causa disso, não há uma única resposta quando a questão é permitir ou não a interrupção da gravidez.
"O feto é considerado como uma parte do corpo da mãe, então, seguindo um dos princípios básicos do judaísmo de que a vida é sagrada e deve ser preservada acima de tudo, o aborto não é proibido se há risco à vida da mulher. Porém, o feto também é considerado uma vida em potencial", diz. Nesse caso, as divergências implicam em quais riscos devem ser considerados e até qual fase da gestação a interrupção seria permitida, por exemplo.
Por que ser a favor da legalização?
Juliana se considera feminista e acredita na luta interseccional pela emancipação das mulheres. "A mulher ainda é subjugada na família, no trabalho, na educação, nos prazeres, na religião. As mulheres morrem por isso. A equidade é necessária porque o machismo mata mulheres todos os dias", afirma.
Da mesma forma, ela acredita que a legalização é necessária para proteger a vida da mulheres. "O aborto ser ilegal é a sentença de morte pra milhares de mulheres todos os dias, especialmente as mulheres pobres e negras. Ninguém deveria ser presa por escolher como lidar com o seu próprio corpo. Na prática, já é legalizado, mas só pra quem tem dinheiro pra fazer um procedimento seguro."
Regina complementa que o direito à escolha não é mais relacionado apenas ao movimento feminista, mas é uma questão de saúde pública. "A gente gostando ou não, as mulheres têm abortado. A gente não defende o aborto em si, mas a legalização, porque com isso o número de morte materna diminui e há mais atenção a contraceptivos, educação sexual e controle da prática abortiva. Ser tudo clandestino é pior, o número de abortos é muito grande, e em países que legalizam isso tende a diminuir."
Porém, ainda mais do que valorizar a liberdade da mulher em optar ou não por ser mãe, as mulheres do Católicas defendem que é cada vez mais necessário o acesso a métodos contraceptivos e educação sexual. “A gente não defende que o aborto seja utilizado como método contraceptivo, mas acredita que o ideal é que a mulher não chegue a ter uma gravidez indesejada.”
“A gente acredita que o aborto é direito da mulher, para que ela possa decidir e tenha toda a segurança para levar uma gestação adiante e, do mesmo jeito quando ela não pode ou não quer, para que tenha segurança no atendimento e não precise recorrer a espaços clandestinos”, diz.
Paola também acredita que essa é uma pauta essencial, principalmente com a existência da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 181, que poderá proibir todas as formas de aborto no Brasil — inclusive em casos de estupro ou quando há risco para a gestante. "Por que a vida do feto importa e a da mulher não? Por que obrigar uma mulher a gerar e criar o filho de alguém que fez talvez o maior mal da vida dela?", questiona.
"O cristianismo não é sobre imposição, é sobre livre arbítrio, e o aborto é uma pauta importante porque se trata de ter o direito sobre o próprio corpo, é uma luta. Ninguém é capaz de julgar os motivos que levam uma pessoa a querer abortar."l
Reforma trabalhista de Temer fere normas internacionais, aponta OIT
No início de 2018, o Comitê de Peritos da OIT pediu ao governo brasileiro para que revisasse pontos da reforma que permitem a prevalência de negociações coletivas sobre a lei; segundo instituição, isso fere normas
O Brasil entrou para o "seleto" grupo de 24 países que estão na lista da Organização Internacional do Trabalho (OIT) por violarem normas mundiais de proteção aos trabalhadores. A decisão foi divulgada nesta terça-feira (29), durante sessão da Comissão de Normas da 107ª Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, sendo que a reforma trabalhista foi apontada como principal causa da inclusão.
O procurador-geral do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ronaldo Fleury, e o assessor internacional da instituição, Thiago Gurjão, acompanharam a sessão da OIT. Para Fleury, a inclusão do Brasil nessa lista é bastante negativa, uma vez que expõe o País internacionamente. "Isso é resultado da reforma trabalhista , que só visou a precarização das relações de trabalho, criando formas alternativas e precarizantes de contratação e, principalmente, visando o enfraquecimento da estrutura sindical", afirma.
Ainda segundo o procurador-geral do MPT, a decisão é "fruto da aprovação, de forma açodada, de uma reformaque torna precárias as relações de trabalho". Ele ainda citou o movimento dos caminhoneiros, que entrou no nono dia seguido de paralisação hoje.
"O Brasil inteiro sente o enfraquecimento da estrutura sindical [com os caminhoneiros], que tem trazido o grande drama de se fazer um movimento muito rapidamente, mas que não há como sair dele pela falta de legitimidade, pela falta de representatividade das entidades sindicais dos trabalhadores. Essa situação vai com certeza se refletir nas outras categorias, com a ampla pejotização", defende Fleury.
Já o assessor do Ministério Público do Trabalho, Thiago Gurjão, lembra que tal inclusão "vai ao encontro do que a instituição já vinha alertando quanto aos riscos de insegurança jurídica e prejuízos no cenário internacional decorrentes do descumprimento de convenções ratificadas pelo País, com prejuízos para as instituições públicas, trabalhadores, empregadores e a sociedade como um todo".
Segundo ele, o MPT espera que "os mecanismos de supervisão internacionais sirvam de orientação e referência para possíveis alterações legislativas de adequação aos preceitos internacionais, assim como para a atuação dos integrantes do sistema de justiça, responsáveis por interpretar e aplicar a legislação".
Governo recebeu alertas sobre violações da reforma trabalhista
Vale destacar que, antes da inclusão na lista, a OIT chegou a pedir para que o governo brasileiro revisasse alguns pontos da reforma, como aqueles que permitem a prevalência de negociações coletivas sobre a lei. A solicitação foi realizada no início deste ano pelo Comitê de Peritos da instituição. Nessa mesma época, o próprio MPT fez um alerta ao Congresso Nacional e ao Governo Federal de que havia violações da Constituição Federal e de normas internacionais ratificadas pelo Brasil.
Segundo aponta o comitê, a reforma trabalhista viola a Convenção nº 98, acerca do direito de sindicalização e de negociação coletiva, ratificado pelo Brasil. Também foi pedida a revisão da possibilidade de contratos individuais de trabalho estabelecerem condições menos favoráveis do que o já previsto na lei do País.
Isso porque a reforma possibilita que o negociado seja prevalente ao legislado, incluindo a redução de direitos dos trabalhadores . Além disso, é prevista a livre negociação entre empregador e empregados que possuam diploma de nível superior e que recebam salário igual ou duas vezes superior ao teto do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).
Sobre esse tema, A diretora do Departamento de Normas da OIT, Corinne Vargha, confirmou o entendimento de que a ampla flexibilização dos direitos dos trabalhadores, por meio de negociação coletiva, como está no texto da reforma trabalhista , viola a Convenção nº 98.
Assinar:
Postagens (Atom)