08/10/2018
Redação do Diário da Saúde
Atos de bondade genuína aparecem de forma distinta no cérebro - os cientistas chamam esses sinais de "o calor da bondade".
[Imagem: Cutler/Meiklejohn - 10.1016/j.neuroimage.2018.09.009]
[Imagem: Cutler/Meiklejohn - 10.1016/j.neuroimage.2018.09.009]
Calor da bondade
Psicólogos da Universidade de Sussex (Reino Unido) afirmam ter confirmado que o "calor da bondade" é algo real, algo que pode ser sentido mesmo quando você não está diretamente envolvido e não tem nada a ganhar com o ato bondoso.
E eles encontraram os sinais desse "calor" não no coração, mas diretamente no cérebro.
Jo Cutler e Daniel Meiklejohn chegaram a essa conclusão depois de analisar pesquisas científicas envolvendo os mapeamentos cerebrais de mais de 1.000 pessoas enquanto elas tomavam decisões envolvendo amabilidade.
Como vários experimentos individuais sugeriam que a generosidade ativa a rede de recompensas do cérebro, os dois pesquisadores dividiram a análise entre o que acontece no cérebro quando as pessoas agiam com altruísmo genuíno - quando elas não têm um benefício pessoal - e quando elas agiam com "gentileza estratégica" - quando podiam ganhar algo como consequência de sua decisão.
Os resultados mostraram que as áreas de recompensa do cérebro de fato são mais ativas - ou seja, usam mais oxigênio - quando as pessoas agem com gentileza estratégica, quando há uma oportunidade para os outros retribuírem o favor.
Mas eles também revelam que atos de altruísmo verdadeiros, sem expectativa de benefício pessoal, também ativam as áreas de recompensa do cérebro e, mais do que isso, que algumas regiões cerebrais (o córtex cingulado anterior subgenual) são mais ativas durante a generosidade altruísta, indicando que há algo único em ser altruísta sem esperança de ganhar algo em troca.
Doar quando não há nada a ganhar
"Este estudo mais substancial suscita questões sobre as pessoas terem diferentes motivações para doar aos outros: interesse próprio claro versus o calor do altruísmo. A decisão de compartilhar recursos é uma pedra angular de qualquer sociedade cooperativa. Sabemos que as pessoas podem escolher ser gentis porque gostam de se sentir como uma pessoa boa, mas também que as pessoas podem escolher ser gentis quando pensam que pode haver algo 'nisso' para elas, como um favor retornado ou uma melhor reputação.
"Algumas pessoas podem dizer que 'por que' doamos não importa, contanto que o façamos. No entanto, o que nos motiva a ser gentis é ao mesmo tempo fascinante e importante. Se, por exemplo, os governos puderem entender por que as pessoas podem doar quando não há nada a ganhar, então eles poderão entender como incentivar as pessoas a se voluntariar, doar para caridade ou apoiar outras pessoas em sua comunidade," disse Meiklejohn.
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