sábado, 10 de novembro de 2018

Comércio economiza um bilhão de reais com reforma trabalhista





Estudo da CNC considera ganhos

obtidos com a queda do número de

processos trabalhistas na Justiça; 

novas regras que mudaram a CLT

entraram em vigor há exatamente

um ano





As empresas do comércio
economizaram neste ano, até
agosto, R$ 748,7 milhões em
indenizações aos empregados por
causa da reforma trabalhista, que
entrou em vigor há exatamente um
ano, no dia 11 de novembro de 2017.
Até o fim deste ano, essa redução de
gastos pode chegar a quase R$ 1 
bilhão.
Essa é a principal conclusão de 
estudo da Confederação Nacional
do Comércio (CNC) feito para
avaliar os impactos do primeiro ano
de vigência da reforma trabalhista. 
"R$ 1 bilhão de redução de gastos 
com indenizações trabalhistas é
muito e pode melhorar o caixa das
empresas do comércio", diz o
economista-chefe da CNC, Fabio
Bentes, responsável pelo estudo.

Para calcular o corte nas despesas
com indenizações, Bentes
considerou a retração de mais de 
30% neste ano no número de 
processos trabalhistas e o valor
médio das indenizações pagas na
Justiça. Também levou em conta o 
total desembolsado no ano passado
pelo comércio com rescisões, que
inclui processos que correm na 
Justiça e acertos feitos diretamente
entre empresa e empregado.
Em 2017, o comércio pagou R$ 9,3
bilhões de indenizações trabalhistas, 
segundo dados do IBGE. Desse total,
um terço foi por conta de indenizações
pagas na Justiça e dois terços de 
rescisões fechadas entre empregados
empregadores. "Como a legislação
ficou mais flexível, os pagamentos 
diretos também caíram", diz Bentes.
O estudo também concluiu que o 
ganho no salário inicial obtido pelos trabalhadores formais admitidos 
como intermitentes ou em regime de
tempo parcial - modalidades de
contrato introduzidas pela reforma - é
maior em relação ao salário médio da economia.
Entre abril e setembro, os trabalhadores admitidos em contratos intermitentes 
iniciaram com salário de R$ 906,82, ligeiramente acima do valor médio do 
total de admitidos pelo mercado
formal no mesmo período
(R$ 899,24). No caso de contratos
por tempo parcial, a remuneração
média foi de R$ 1.004,36, com 
ganho de 20,5% comparado ao
salário recebido por trabalhadores 
formais com jornadas de 16 a 20
horas semanais.
Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do
Ministério do Trabalho. Bentes avaliou 
os dados a partir de abril para ter
informações mais consistentes, 
relacionadas a um período
de seis meses de vigência da reforma.
"A reforma não frustrou o trabalhador, 
pelo contrário. Nas novas modalidades 
de contratos o salário médio foi um 
pouco maior", diz Bentes. Ele atribui 
ganho na remuneração à economia
nos encargos que houve para o
empregador ao aplicar as novas 
modalidades de contratação.
Mas, do ponto de vista de geração 
de vagas, a reforma não engrenou, 
mostra o estudo. Menos de 1% das 
vagas formais abertas entre abril e 
setembro foram intermitentes ou por 
tempo parcial, situação creditada por 
Bentes à fraqueza da economia.
Selvagem. O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de São
Paulo, Ricardo Patah, diz que a 
queda nas ações em razão da
insegurança jurídica deve se
reverter no próximo ano. A entidade 
prepara diversas ações coletivas, 
envolvendo cerca de 5 mil
comerciários, e questiona vários 
itens, como o trabalho intermitente.
"Tem uma empresa que contratou
intermitentes pagando R$ 4,85
por hora, para período de 5 horas
semanais. O trabalhador recebe 
R$ 100 por mês, mas, se quiser
participar do 
sistema previdenciário tem de
recolher R$ 80", diz. "É uma forma
selvagem de contratação."
O sindicalista, que também preside
central UGT, diz que, apesar de
ser contra o que chama de "fábrica
de ações", esse "ganho comemorado
de R$ 1 bilhão vai ser evaporado no
ano que vem". / COLABOROU CLEIDE SILVA


Observação deste blogueiro: Desculpem-me pela 
péssima diagramação deste post e de outros: é que
se eu justificar o texto, ele vai para a direita e fica
escondido. Isto acontece, creio eu (se eu não
estiver errado), em função de sacanagens do Blogger
- pois alguns textos ficam irreconhecíveis quando
colados nessa plataforma de blogs. Assim, eu faço o 
que posso... mas não dá para fazer milagre, né? 
Tem mais sacanagens que, por serem mais simples,
são fáceis de contornar (mais trabalho, mas
sacanagens plenamente solucionáveis esteticamente).

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