Em gesto simbólico, iranianas tiram o hijab em ruas
movimentadas de Teerã e, com os cabelos à mostra, erguem-no na ponta de
um galho. Pelo menos seis já foram presas.
Uma série de mulheres voltou às ruas do Irã em protesto contra a lei
que obriga o uso do véu islâmico no país, segundo mostram imagens
publicadas em redes sociais nesta segunda-feira (29/01). Pelo menos seis
delas foram detidas após, num gesto simbólico, tirarem o hijab
e segurá-lo na ponta de um galho, com o cabelo à mostra.No Twitter, jornalistas iranianas compartilharam ao longo do dia uma série de fotos de mulheres em cima de bancos ou caixas de fiação, erguendo seus véus como se fossem bandeiras.
"Essas mulheres são realmente corajosas. Tirar seu hijab em uma rua movimentada para fazer uma manifestação política desse tipo pode levá-las ao pagamento de multa ou mesmo à cadeia", escreveu a jornalista Negar Mortazavi.
Imagens que circularam à época nas redes sociais mostravam Movahed erguendo o hijab também no centro de Teerã, sendo posteriormente detida pela polícia iraniana. O uso do véu para cobrir os cabelos de mulheres é obrigatório no Irã desde a Revolução Islâmica, em 1979.
Movahed acabou se tornando símbolo das marchas posteriores contra o governo, que tiveram inicialmente como alvo a inflação e o desemprego, mas logo se voltaram contra Rohani e o regime como um todo. Confrontos violentos durante os dez dias de protestos deixaram cerca de 25 mortos.
Nesta segunda-feira, após longo mistério sobre o paradeiro de Movahed depois de sua detenção, a advogada Nasrin Sotoudeh, conhecida no país por defender os direitos humanos, informou que a manifestante iraniana foi solta pelas autoridades.
À agência de notícias AFP, Sotoudeh declarou ter tido acesso ao caso de Movahed na Justiça e ter sido informada por uma autoridade judicial que a mulher foi "libertada".
"Muitas meninas e mulheres estão fartas dessa violência. Deixem as mulheres assumirem o controle de seus próprios corpos", escreveu a advogada em publicação no Facebook, referindo-se ao uso obrigatório do véu islâmico no Irã.
EK/afp/dpa/ots
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