Segundo relatório, um em cada dois jovens corre o risco de ficar fora do circuito dos bons empregos no País
Lu Aiko Otta,
O Estado de S.Paulo
07 Março 2018 | 10h00
BRASÍLIA - Um em cada dois jovens brasileiros com idade
entre 19 e 25 anos corre sério risco de ficar fora do circuito dos bons
empregos no País e, com isso, está mais vulnerável à pobreza. É o que
aponta o relatório “Competências e Empregos: Uma Agenda para a
Juventude”, divulgado pelo Banco Mundial.
07 Março 2018 | 10h00
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“É uma população que vai ser vulnerável, vai ter mais dificuldade de achar emprego, corre maior risco de cair na pobreza”, disse o diretor da instituição para o Brasil, Martin Raiser.
Além da ameaça ao futuro desses jovens, essa situação leva a outra
consequência séria: ela coloca em risco o crescimento da economia
brasileira. Isso porque o País vai depender do trabalho deles para
continuar produzindo. Mais ainda, vai precisar que eles sejam mais
produtivos do que seus pais para reverter uma tendência de queda na taxa
de crescimento do Brasil.
O relatório traz evidências que a educação no País é falha e não se traduz em aumento de produtividade. Na Malásia, por exemplo, um ano a mais na escola resulta numa elevação de US$ 3.000,00 no salário. Na Turquia, US$ 4.000,00. Na Coreia do Sul, US$ 7.000,00. No Brasil, o ganho é próximo a zero. “Precisamos de uma educação de qualidade que cumpra sua missão de dar competência aos jovens”, disse a economista Rita Almeida.
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Ela avalia que a reforma do ensino médio de 2017 atacou alguns pontos críticos, mas ainda falta ver como será sua implementação. Além disso, seria necessário dar um foco político mais forte ao problema da evasão escolar. No Brasil, apenas 43% da população acima de 25 anos concluiu o ensino médio. Nos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o índice é de 90%.
Mais grave do que constatar que há pouca gente com formação de nível médio é verificar que essa tendência se mantém. Hoje, um de cada três jovens de 19 anos já está fora da escola.
Entre as ideias trazidas pelo relatório, está a criação de programas para redução da gravidez na adolescência. Os programas de transferência de renda poderiam ser direcionados para estimular a conclusão do ensino médio. Além disso, seria necessário informar melhor os jovens sobre os benefícios do estudo.
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