30/05/2022
Redação do Diário da Saúde
[Imagem: Kobe University]
Citocromo P450
Pesquisadores das universidades de Kobe e Hiroshima (Japão) identificaram substâncias no corpo humano que permitirão que a doença de Parkinson seja diagnosticada de forma rápida e barata a partir de amostras de soro sanguíneo.
Analisando essas substâncias, eles desenvolveram um exame que detectou a doença de Parkinson com uma taxa de precisão de quase 90%.
Atualmente, não há como diagnosticar diretamente ou curar de forma definitiva a doença de Parkinson. Portanto, a detecção precoce é vital para interromper sua progressão.
O Dr. Kohei Ihara e seus colegas acreditam que a capacidade de diagnosticar a doença mais rapidamente também ajude nas pesquisas para o desenvolvimento de novos métodos de tratamento.
A descoberta envolve o citocromo P450, uma hemeproteína que desempenha um papel importante em muitos processos pela oxidação de um grande número de substâncias, incluindo metabolizar vários medicamentos e sintetizar hormônios - nos humanos, são conhecidas 57 espécies moleculares de P450. Essa enzima é expressa principalmente no fígado, mas também pode ser expressa em outras partes do corpo, como pulmões, trato gastrointestinal e cérebro.
A equipe do Dr. Ihara já havia desenvolvido um ensaio de inibição do P450 para detectar facilmente alterações na qualidade e na quantidade de metabólitos relacionados a esse citocromo provocadas pelo início de várias doenças. Desta vez, eles se tornaram os primeiros no mundo a aplicar com sucesso esse método no diagnóstico da doença de Parkinson.
Exame para diagnosticar Parkinson
No novo ensaio, 12 P450s humanos diferentes são misturados com uma amostra de soro e um substrato fluorescente para causar uma reação. Existem diferenças na quantidade e na qualidade dos metabólitos relacionados ao P450 nos soros sanguíneos de indivíduos saudáveis e pacientes. Esses metabólitos séricos inibem a oxidação mediada pelo P450 do substrato fluorescente. Ao observar a taxa de inibição relacionada às alterações mediadas pelo início da doença, é possível discriminar amostras de soro de um indivíduo com uma doença específica e um indivíduo saudável.
A seguir, a equipe aplicou o ensaio em ratos modelo da doença de Parkinson e em pacientes humanos com a doença.
Os resultados revelaram que indivíduos saudáveis e os indivíduos com doença de Parkinson podem ser classificados com uma taxa de precisão entre 85 e 88%, tanto para os animais de laboratórios quanto para os seres humanos.
A seguir, os pesquisadores realizarão avaliações de desempenho clínico em maior escala, com o objetivo de trabalhar para a implementação desse método de teste de Parkinson em ambiente clínico.
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