terça-feira, 21 de setembro de 2021

O medo do contágio da gigante chinesa da construção

China   

A crise do mercado imobiliário da chinesa Evergrande desencadeia medo de ‘efeito contágio’

Mercados temem que a gigante da construção, a mais endividada do planeta, possa ir à falência antes dos vencimentos milionários desta semana

Pequim - 20 set 2021

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A crise de liquidez da Evergrande, uma das principais imobiliárias da China e a incorporadora mais endividada do mundo, está se agravando rapidamente. As Bolsas asiáticas entraram em colapso nesta segunda-feira devido ao medo da falência da empresa, que pode arrastar o setor no país e se espalhar por toda a Ásia. A gigante, com sede em Shenzhen, terá que arcar com pagamentos de juros milionários esta semana, ao passo que analistas temem não ser capaz ver essa dívida ser quitada. Os mercados têm o receio de que, se o Governo chinês não agir, as dificuldades da Evergrande possam desencadear uma onda de quebradeira e contaminar o setor financeiro, que injetou empréstimos para empresas e compradores.

Oficialmente, a Evergrande acumula dívidas no valor de mais de 300 bilhões de dólares (cerca de 1,61 trilhão de reais) —2% do PIB chinês, ou o tamanho de toda a economia sul-africana— e tem que pagar juros de 84 milhões de dólares na quinta-feira (450 milhões de reais) de seus títulos offshore, e outros 47,5 milhões de dólares (cerca 255 milhões de reais) na quarta-feira, dia 29. Em um dia de feriado nas Bolsas de valores da China continental, o preço das ações da empresa caiu 10% nos mercados de Hong Kong neste início de semana, ficando em seu nível mais baixo dos últimos 11 anos. O índice Hang Seng Imobiliário caiu cerca de 7%, chegando aos piores patamares desde 2016, enquanto o índice geral do mercado de ações de Hong Kong fechou em mínimos anuais. As perdas foram replicadas horas depois nos mercados europeu e norte-americano, tingidos de vermelho por conta da nova crise. A Bolsa brasileira fechou a segunda-feira em queda de 2,33% após operar o dia inteiro em baixa.

A empresa, fundada em 1996 e símbolo dos excessos da bolha imobiliária chinesa, cresceu de modo descontrolado nos anos de bonança das duas primeiras décadas deste século. Seu modelo de negócios aproveitou o crédito fácil para construir, com dinheiro emprestado, —de bancos, de seus fornecedores, de clientes e até mesmo dos funcionários— edifícios negociados antes da conclusão. Assim, com esse dinheiro, executava novos projetos.

 

Observação deste blogueiro: o fato natural é que está havendo um excesso de poupança na economia chinesa, de um lado, e um baixo consumo, de outro. Aqui, estão postas as vertentes desequilibradas da economia chinesa. Ou se corrige isso (ou se melhora a distribuição da renda) ou se entra em crise.

 

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