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sexta-feira, 5 de março de 2021
Variante britânica do coronavírus é 58% mais letal, dizem pesquisadores
Versão
do vírus é até 90% mais contagiosa, alerta a Escola de Higiene e
Medicina Tropical de Londres. Cepa brasileira possui a mesma mutação que
escapa parcialmente às defesas humanas, segundo estudos
Profissionais
do Hospital Universitário Central das Astúrias, em Oviedo (norte da
Espanha), atendem a um paciente grave com covid-19, em 26 de fevereiro.José Luis Cereijido / EFE Manuel Ansede
04 mar 2021
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A variante do coronavírus detectada em novembro no Reino Unido
e já encontrada em quase uma centena de nações é entre 43% e 90% mais
contagiosa, segundo uma análise de 150.000 amostras de pacientes do
país. Esta versão do vírus, batizada de B.1.1.7, apresenta mutações peculiares
e se espalhou muito rapidamente pelo mundo. Os autores do estudo,
ligados à Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, salientam
que, ao examinarem dados de outros países, chegaram a conclusões
semelhantes: a variante parece ser 55% mais transmissível na Dinamarca,
59% mais nos EUA, e 74% mais na Suíça.
O estudo publicado nesta quarta-feira na revista Science,
com base em dados colhidos até o começo de janeiro, não encontrou
indícios de que esta versão do vírus provoque doenças mais graves.
Entretanto, uma segunda análise feita pela mesma equipe sugere que a
variante B.1.1.7 está associada a um aumento de 58% no risco de morte,
segundo suas conclusões preliminares. “Este resultado parece robusto.
Começamos a estudá-lo em meados de janeiro, e todas as atualizações com
novos dados são compatíveis com a hipótese de que a B.1.1.7 seja mais
letal”, explica a bioestatística mexicana Karla Díaz Ordaz, coautora dos
dois trabalhos.
O risco de óbito para um homem sexagenário
depois de um exame positivo para covid-19, por exemplo, saltaria de
0,6% com uma variante clássica para 0,9% com a nova, segundo os cálculos
desses cientistas (um aumento de 50%). O efeito observado é mais
alarmante em pessoas maiores de 85 anos que tiverem uma infecção
diagnosticada: o risco de óbito passaria de 13% para 20% nas mulheres, e
de 17% para 26% nos homens.
Os pesquisadores, encabeçados pelo epidemiologista Nicholas Davies, já anteciparam em dezembro seus resultados preliminares sobre a capacidade de contágio
da nova variante. A equipe previu na época um grande aumento dos casos
de covid-19 e, portanto, das mortes, caso não se acelerasse o ritmo de
vacinação nem fossem impostas medidas rigorosas de controle. Ambas as
medidas foram tomadas no Reino Unido. “Mesmo assim, 42.000 pessoas
morreram de covid-19 na Inglaterra nos dois primeiros meses de 2021, o
mesmo número de óbitos em oito meses entre março e outubro de 2020”,
disse Davies em suas redes sociais. “Estou certo de que grande parte
destas mortes teria sido evitada sem a variante B.1.1.7”, afirmou.
A principal hipótese dos pesquisadores é que a carga viral dos doentes
seja maior com esta variante do vírus, daí o contágio mais fácil,
segundo seus sofisticados modelos estatísticos. Díaz Ordaz, codiretora
do Centro de Metodologia Estatística da instituição londrina, observa
que foram analisadas outras possibilidades, como que as crianças tenham uma maior suscetibilidade a esta variante.
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“A B.1.1.7 é mais transmissível que a
original em todos: em crianças e em adultos por igual. Quanto à
possibilidade de ser inclusive mais fácil de transmitir em crianças do
que em adultos, parece que não”, afirma a bioestatística. A pesquisadora
recorda que, quando a variante começou a ser analisada, em dezembro,
tudo levava a crer que as crianças se contagiavam mais, porque estavam
sendo detectados mais casos do que se podia esperar. Entretanto, esse
comportamento do vírus desapareceu nas semanas seguintes. “Uma possível
explicação é que, em novembro, a Inglaterra estava em lockdown, com comércio fechado e trabalho à distância, mas as escolas estavam abertas”, afirma Díaz Ordaz.
Muitos países ainda estão implantando sistemas de vigilância
para conhecer a progressão das versões mais inquietantes do
coronavírus. O último relatório do Ministério da Saúde da Espanha mostra
que a variante identificada no Reino Unido já representa entre 4% e 64% dos casos analisados no país,
dependendo da região, embora sejam estimativas preliminares, que devem
ser tratadas com o devido cuidado. Essa variante já é dominante no Reino
Unido, Irlanda e Israel.
O documento do ministério
espanhol alerta que a variante B.1.1.7 é mais transmissível e
“provavelmente mais letal”, mas salienta que “não parece escapar à imunidade”
das pessoas, seja a adquirida após uma infecção natural ou graças à
vacinação. Há um mês, as autoridades sanitárias do Reino Unido
anunciaram a detecção de outra mutação, chamada E484K
e vinculada a uma maior capacidade de burlar as defesas humanas, em
algumas poucas amostras de pacientes infectados com essa variante. “A
aparição da mutação E484K sobre esta linhagem é o que mais preocupa
atualmente, porque acrescentaria a possibilidade de uma menor eficiência
vacinal e mais possibilidades de reinfecção”, observa o geneticista
Fernando González Candelas, catedrático da Universidade de Valência
(leste da Espanha).
As outras duas variantes mais
inquietantes do coronavírus, descobertas na África do Sul (B.1.351) e
Brasil (P.1), também apresentam esta mutação E484K e escapam
parcialmente às defesas humanas, segundo diversos estudos. As vacinas atuais, porém, parecem evitar praticamente 100% dos casos graves de covid-19, independentemente da variante.
A equipe de Karla Díaz Ordaz e Nicholas Davies repete sua advertência na revista Science: “Sem medidas de controle rigorosas,
incluído o fechamento parcial de instituições educacionais e uma grande
aceleração das campanhas de vacinação, o número de hospitalizações e
mortes por covid-19 na Inglaterra em 2021 será maior que em 2020”.
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