sexta-feira, 5 de março de 2021

Sensor com inteligência artificial bate olfato de cães para detectar doenças

03/03/2021

Redação do Diário da Saúde
Sensor com inteligência artificial bate olfato de cães para detectar doenças
Os cães são ótimos na detecção de doenças, mas não é prático depender deles para o diagnóstico.
[Imagem: Medical Diagnostic Dogs]

Diagnóstico pelo cheiro

Numerosos estudos têm mostrado que cães treinados podem detectar muitos tipos de doenças - incluindo câncer de pulmão, mama, ovário, bexiga e próstata, ataques epilépticos e até covid-19 - simplesmente através do olfato.

Em alguns casos, envolvendo o câncer de próstata, por exemplo, os cães tiveram uma taxa de sucesso de 99% na detecção da doença cheirando amostras de urina dos pacientes - para se ter uma ideia, o conhecido exame de PSA não passa muito dos 30% de eficiência.

Mas não é muito prático depender dos cães para diagnosticar doenças porque é preciso tempo para treinar esses cães e sua disponibilidade e tempo são limitados.

Assim, os cientistas estão procurando maneiras de automatizar as incríveis capacidades olfativas do nariz e do cérebro caninos, para criar um sensor compacto e que possa ser fabricado industrialmente.

Sensor mais inteligência artificial

Agora, Claire Guest e colegas de várias instituições de ensino e pesquisa desenvolveram um sistema capaz de detectar o conteúdo químico e microbiano de uma amostra de ar com uma sensibilidade ainda maior do que o nariz de um cachorro.

Isso foi possível porque eles acoplaram o sensor a um processo de aprendizado de máquina que pode identificar as características distintas das amostras portadoras de doenças.

Os testes envolveram comparar o novo sistema de detecção miniaturizado com cães treinados pela entidade Cães de Detecção Médica (Reino Unido), envolvendo a análise de 50 amostras de urina de casos confirmados de câncer de próstata e de pessoas livres da doença.

O sistema artificial foi capaz de igualar as taxas de sucesso dos cães, com ambos os métodos marcando mais de 70%.

Diagnóstico portátil

O sistema de detecção miniaturizado é na verdade 200 vezes mais sensível do que o nariz de um cachorro em termos de ser capaz de detectar e identificar pequenos traços de moléculas diferentes.

Mas, em termos de interpretação dessas moléculas, "é 100% mais burro", brinca o professor Andreas Mershin. É aí que entra o aprendizado de máquina, para tentar encontrar os padrões que os cães podem inferir a partir do cheiro, mas os humanos não foram capazes de entender a partir de uma análise química.

A equipe espera que, uma vez desenvolvido, seu dispositivo possa permitir a criação de um sistema automatizado de detecção de odores, pequeno o suficiente para ser incorporado a um telefone celular.

 

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