Anelise é a responsável por conduzir os estudos sobre a manutenção das estirpesANTONIO PAZ/JC
Em 1950, o professor João Rui Jardim Freire da Faculdade de Agronomia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e da Seção de Microbiologia
Agrícola do Instituto de Pesquisas Agronômicas (Ipagro, hoje Fepagro), iniciou
buscas por bactérias que poderiam substituir os fertilizantes nitrogenados nas
lavouras. Através de coleta, isolamento e seleção de estirpes nativas eficientes
para leguminosas de importância econômica, o professor chegou aos rizóbios - e
estes trabalhos de seleção alcançaram o benefício da simbiose planta-bactéria
com resultados de não recomendação do fertilizante nitrogenado para o cultivo da
soja.
Freire esteve à frente do Laboratório de Fixação Biológica de Nitrogênio
(LFBN) - pioneiro no Brasil. Hoje, a manutenção das estirpes e a continuidade
das pesquisas está sob a responsabilidade da bióloga Anelise Beneduzi da
Silveira. O laboratório presta serviços para o Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), além da seleção de estirpes de rizóbios
eficientes para fixação biológica de nitrogênio, o LFBN é responsável pelas
análises de qualidade dos produtos inoculantes.
Anelise explica que o objetivo é trabalhar com a agroecologia, incentivando
o produtor a utilizar as bactérias ao invés dos fertilizantes nitrogenados. O
LFBN mantém uma coleção de estirpes de rizóbios (Coleção Semia), com cerca de
1.000 estirpes para 200 plantas leguminosas de importância agrícola. Estas
bactérias realizam o processo de fixação biológica de nitrogênio, captando o
nitrogênio atmosférico e transformando-o em amônia para então ser utilizado
pelas plantas leguminosas. Os produtos fabricados com essas bactérias benéficas
são denominados inoculantes. O LFBN encaminha as bactérias à indústria para
gerar o produto, que então retorna ao laboratório para ser feito o controle de
qualidade.
A bióloga reitera que os rizóbios realizam o mesmo trabalho dos
fertilizantes e que o preço dos inoculantes é ainda mais acessível, cerca de
1/10 do valor de um fertilizante. "Também é ecologicamente mais amigável. Não
tem problema de resíduos e poluição em geral", ressalta. O benefício representa
atualmente uma economia de R$ 12 bilhões ao ano para o País. A utilização do
produto inoculante acrescenta 4% a 15% no rendimento da soja.
Os rizóbios podem ser utilizados em diversas plantas leguminosas, como
feijão, alfafa, amendoim etc. Porém, o mais indicado pelo laboratório é para ser
utilizado na soja. A bactéria supre 100% a necessidade do nitrogênio na planta.
Para as outras culturas ainda faltam algumas etapas. A fixação biológica de
nitrogênio é um dos sete programas do plano de agricultura para a baixa emissão
de carbono do Ministério da Agricultura. O objetivo é a ampliação em 5,5 milhões
de hectares com aplicação da tecnologia da Fixação Biológica de Nitrogênio e a
redução no uso de nitrogênio de origem fóssil.
O LFBN é o único laboratório do País credenciado pelo Mapa para encaminhar
as estirpes para a indústria e faz o controle de qualidade dos produtos
inoculantes nacionais e importados.
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O meu blog é HOLÍSTICO, ou seja, está aberto a todo tipo de publicação (desde que seja interessante, útil para os leitores). Além disso, trata de divulgar meu trabalho como economista, escritor e compositor. Assim, tem postagens sobre saúde, religião, psicologia, ecologia, astronomia, filosofia, política, sexualidade, economia, música (tanto minhas composições quanto um player que toca músicas de primeira qualidade), comportamento, educação, nutrição, esportes: bom p/ redação Enem
sábado, 24 de dezembro de 2016
Laboratório analisa bactérias para substituir fertilizantes em plantas leguminosas
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