“O dinheiro (físico) é comumente reconhecido como um meio de troca aceito no pagamento de bens, serviços e dívidas”. Mas, antes das primeiras moedas serem cunhadas na Ásia, há 2,6 mil anos, prevalecia o escambo ou troca direta de quantidades de uma mercadoria de grande procura por outra. Assim, dada a simplicidade das economias primitivas, foram utilizadas mercadorias como o boi e o sal para comercializar excedentes de produção. No entanto, a diversificação da produção que se seguiu dificultou a realização desse tipo de troca, resultando na criação do dinheiro no lugar de bens de troca direta – o que representou “uma verdadeira revolução no comércio em escala mundial”.
O primeiro tipo de moeda em circulação foi metálico (ouro e prata), em função do “fácil acesso, apelo estético e as facilidades de mensuração e transporte”. Entretanto, “ao longo dos séculos, a requisição de jazidas de ouro e de prata para a fabricação de moedas acabou se tornando cada vez mais difícil” – o que resultou na criação de outras alternativas como a criação de letras de câmbio (já na Idade Média); e, a seguir, o papel moeda, o cheque, o cartão de crédito, etc. Mas, por sua vez, e dados os “consideráveis custos administrativos e financeiros envolvidos no uso de dinheiro” (perecibilidade, horas gastas no saque de dinheiro em caixas eletrônicos, etc.) e visando fomentar a produtividade dos negócios, a Noruega anunciou recentemente que “pretende dar fim ao uso de moedas e cédulas de dinheiro em lojas de roupas, postos de gasolina e restaurantes até 2016” – objetivando, no longo prazo, eliminar por completo a circulação ou uso de dinheiro físico na sua economia (pois “todos os adultos do país têm um cartão de crédito (...) e os pagamentos com dinheiro físico sofreram uma redução de 90% desde 1990”, de forma que “hoje apenas um quarto deles é feito desta forma”). Aliás, algo parecido vem ocorrendo no Equador, onde o governo pretende acabar com a “exclusão financeira da maior parte de sua população” – haja vista que “cerca de 40% da população economicamente ativa não têm acesso a uma conta bancária (...), mas 100% dos domicílios têm um celular”. Assim, “uma conta é aberta com o celular, sem uso de internet, discando *153# - e possibilitando realizar transferências entre usuários, compras e pagar passagens no transporte público e, futuramente, pagar taxas públicas".
Assim, no futuro, “o dinheiro físico estará extinto” - pois ‘em países como Dinamarca, Noruega ou Suécia, isso não levará muito tempo, porque não há problemas como pobreza e exclusão social’, de forma que ‘o dinheiro eletrônico é o futuro e nossos netos viverão em uma sociedade sem cédulas e moedas’”. E, mais importante ainda, o fim do dinheiro físico facilitará a adoção do imposto único (ou semi-único), tornando o sistema tributário totalmente progressivo (via adoção de muitas alíquotas progressivas, o que o torna mais justo possível, além de universalizar o pagamento de impostos e dificultar bastante a sonegação).
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