Também conhecidas como micronutrientes, as vitaminas são essenciais para todos os seres vivos, mas apenas em pequenas quantidades. Por outro lado, "suplementos são substâncias ingeridas fora da alimentação tradicional, de forma a complementar a quantidade necessária de nutrientes, entre eles, as vitaminas", explica a endocrinologista Laiza Tabisz.
Diferente do que muitas pessoas imaginam, a quantidade ideal de nutrientes não serve apenas para evitar o surgimento de doenças, mas para manter o funcionamento correto do organismo, pois exercem atividades essenciais no corpo. A vitamina C, por exemplo, participa da síntese do colágeno e age como antioxidante, combatendo o envelhecimento das células.
Facilmente encontradas no mercado, essas substâncias são comercializadas separadamente ou nos chamados polivitamínicos. Há versões produzidas para crianças, mulheres e até idosos.
"Em geral, polivitamínicos não são mais efetivos que as vitaminas isoladas, até porque podem levar à hipervitaminose (armazenamento excessivo desses nutrientes), enquanto com acompanhamento médico e nutricional correto, as vitaminas isoladas irão repor apenas o necessário", alerta Laiza.
Por exemplo, pode ser que as vitaminas do complexo B estejam adequadas, mas, ao consumir um polivitamínico, você estará ingerindo uma quantidade excessiva da substância, desnecessária ao organismo.
"Apenas em casos específicos, verificada a hipovitaminose decorrente de doenças disabsortivas (que afetam a absorção dos nutrientes) ou de dietas pobres, é que a suplementação será necessária, desde que prescrita por um médico ou nutricionista", explica a endocrinologista.
Entre as doenças que geram má absorção estão a pancreatite, doença celíaca, intolerância à lactose e fibrose cística. Também pode ocorrer em pacientes que passaram por cirurgia bariátrica.
Riscos
Laiza explica que a vitamina D em alta concentração, por exemplo, leva ao mal funcionamento dos rins e ao excesso de cálcio (hipercalcemia). Em excesso, os multivitamínicos podem trazer diversos malefícios.
"Em casos mais graves, podem levar até ao prejuízo da função renal, empolamento da pele, perda de cabelos, entre outros", exemplifica a médica.
Apesar de essas substâncias não necessitarem de prescrição para serem adquiridas, é preciso ter cautela ao consumi-las.
"A ausência de prescrição não afasta a necessidade de acompanhamento médico e nutricional", pontua a especialista. Na maioria dos casos, o mais indicado é a alimentação balanceada, sem necessidade de suplementação. Deve-se fazer exames com regularidade e seguir a avaliação médica, bem como planejar a dieta diária com o auxílio de um nutricionista.
O que o excesso pode causar?
Complexo B: o excesso de vitamina B12 provoca aumento do baço e até sua ruptura. O de B1 causa diminuição da frequência respiratória e convulsões.
Cromo: cansaço, falta de apetite, náusea, dor de cabeça, tontura, sangramento nasal e urticária.
Ferro: perda de peso, fraqueza, queda de cabelo, alteração no ciclo menstrual e cansaço.
Manganês: a ingestão diária superior a 3mg, para adultos, pode levar à intoxicação, que causa tremores e problemas de memória.
Magnésio: em geral, o corpo se livra da quantidade excessiva por meio da urina. Contudo, pode provocar queda de pressão arterial, alterações na função real, problemas respiratórios e paradas cardíacas.
Selênio: altas quantidades podem causar dores de cabeça, enfraquecimento das unhas e queda de cabelo.
Vitamina A: queda parcial de cabelo e sobrancelhas, lábios rachados, pele seca, câimbras e dor de cabeça intensa.
Vitamina C: distúrbios gastrointestinais, diarreia e cálculo renal.
Consultoria: Laiza Tabisz, endocrinologista
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