segunda-feira, 31 de maio de 2021

Número de bilionários latino-americanos aumenta 40% durante a pandemia de coronavírus

As 107 pessoas mais ricas da região têm um patrimônio líquido conjunto de 480 bilhões de dólares. O PNUD pede “políticas públicas e regulatórias” para evitar que o fosso continue crescendo

Vista aérea de Punta Mita, um dos destinos mais caros e luxuosos do México.
Vista aérea de Punta Mita, um dos destinos mais caros e luxuosos do México.  
Ignacio Fariza    
28 mai 2021

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Os dois extremos da escala econômica latino-americana emergirão da pandemia de coronavírus muito mais populosos do que eram antes do estouro da crise sanitária. O inferior, porque o número de pessoas que vivem na pobreza —como tem documentado todos os anos uma das principais organizações regionais e internacionais— não parou de crescer nos últimos meses, ganhando terreno da ainda incipiente classe média. O superior, porque os mais ricos entre os ricos conseguiram ampliar ainda mais seus ativos já vultosos graças à revalorização das Bolsas de valores.

Os últimos dados da revista Forbes são nítidos: na América Latina e no Caribe —a região mais desigual do mundo— o número de bilionários aumentou 40% desde o início da pandemia. No início de 2020, quando o vírus tinha acabado de irromper e ninguém ainda imaginava o que estava por vir, havia 76 latino-americanos que possuíam 1 bilhão de dólares (5,22 bilhões de reais) ou mais em ativos, com um patrimônio conjunto de 284 bilhões de dólares (cerca de 1,5 trilhão de reais). Na lista de 2021, publicada em março, eram 105, com 448 bilhões de dólares (cerca de 2,4 trilhões de reais) acumulados. E na última atualização, em meados de maio, já havia 107 com um patrimônio conjunto de 480 bilhões. O patrimônio acumulado por essa centena de fortunas, para contextualizar, seria suficientes para comprar uma vez e meia todas as empresas listadas no principal índice da Bolsa de valores do México.

A classificação dos bilionários latino-americanos é encabeçada, uma constante há anos, pelo mexicano Carlos Slim (dono da América Móvil), que com sua família tem uma fortuna de 70 bilhões de dólares. Em seguida, o mexicano Germán Larrea (Grupo México) acumula patrimônio líquido de 26 bilhões de dólares e o brasileiro Jorge Paulo Lemann (Anheuser-Busch InBev), de pouco mais de 20 bilhões de dólares.

De acordo com o estudo desses dados realizado por técnicos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), 75% dos bilionários latino-americanos têm nacionalidade brasileira ou mexicana, de longe os países mais populosos do bloco

 

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