Sem esperar pelo texto, ainda em elaboração pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes,
a Câmara dos Deputados quer levar adiante uma pauta própria sobre a reforma tributária, que foi
apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP). A expectativa dos parlamentares é votar nesta
quarta-feira, dia 22, a admissibilidade dessa proposta alternativa na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ).
Apesar de ter como aposta a reforma tributária, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tem um acordo
com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para que a discussão sobre impostos só chegue ao
Plenário
após a votação da reforma da Previdência. Diante disso, o plano de Maia é só instalar a comissão
especial para apreciar a reforma tributária após a apresentação do parecer das novas regras da
aposentadoria.
A avaliação de alguns economistas é de que a medida é uma das mais importantes para a sociedade
e para o agronegócio. O economista da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul)
Antônio da Luz faz duras críticas a forma de tributação brasileira.
“Nós não subsidiamos a nossa produção e ainda tributamos nossos custos de produção. Essa
tributação faz, em parte, com os nossos custos de produção sejam os mais altos do mundo”,
comentou.
Segundo ele, atualmente agronegócio perde no quesito concorrência por conta da legislação
tributária. “Se uma indústria brasileira comprar um produto de um país do Mercosul, industrializar
aqui e vender para outro estado, ele vai pagar 4% de ICMS. Essa mesma indústria comprando de
um produtor brasileiro vai pagar de 7% a 12% de ICMS, ou seja dependendo da região é três vezes
a mais de ICMS do que o produto importado. Nós não só não subsidiamos como damos vantagem
para o produto importado”, comenta.
Fonte: Canal Rural
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