Stephanie Gomes • 1 de abril de 2017
“A liberdade é angustiante para
os seres humanos. Temos a
liberdade de escolher, e porque
temos a liberdade de escolha,
sofremos. Em vez de dizermos
‘que bom ser livre’, dizemos
que difícil ser livre, que é
difícil ter que fazer escolhas’…” (Monja Coen)
difícil ter que fazer escolhas’…” (Monja Coen)
Perguntas que vão te ajudar a lidar com a indecisão:
Outro dia perguntei na fanpage do blog sobre o que vocês gostariam que eu
falasse, e fiquei surpresa com a quantidade de pessoas que me pediu para falar
sobre INDECISÃO. Engraçado que eu tenho centenas de ideias de pautas
anotadas, mas esse era um assunto que eu ainda não tinha pensado em falar.
Que bom que perguntei!
Nosso maior problema não é lidar com a indecisão, mas lidar com a incerteza.
Isso é um problema porque simplesmente não podemos ter certeza sobre nada,
mas achamos que podemos. E fazemos nossas escolhas baseadas nisso.
Escolhemos o que julgamos ser o mais garantido, mas nada nessa vida é
garantido. E assim vamos perdendo aquilo que condiz com a nossa verdade,
fazendo escolhas que não estão alinhadas com quem somos e com o que
realmente queremos, e isso nos leva a um ciclo de autossabotagem do qual
fica cada vez mais difícil sair.
É importante pesar prós e contras e ter pés no chão? Sim, é. Mas tão importante
quanto isso é tomar decisões com o maior nível de consciência possível, tendo
clareza sobre a nossa realidade interna e externa.
A realidade externa (obstáculos, condições, opções, dificuldades etc) nós
geralmente conseguimos analisar bem. Mas a realidade interna raramente é
levada em consideração na mesma intensidade (isso quando não a ignoramos
totalmente).
É sobre abrir a consciência sobre a realidade interna
que eu sugiro as reflexões abaixo para você fazer
sempre que estiver diante de uma indecisão:
O que é que te motiva a escolher cada uma das
opções que você tem?
Separe cada opção que você tem. Agora olhe para cada uma delas, uma por
vez, e responda: o que é que me motiva a cogitar essa opção? É o medo? É o
sonho? A alegria? A insegurança? A raiva? O amor? A preguiça? Se você
escolher esta opção, qual poderá dizer que foi a emoção principal que te guiou?
Seja muito sincero com você mesmo nas respostas.
Quando terminar essa reflexão para todas as opções, olhe de novo para cada
uma e responda: é essa a emoção que eu quero que guie a minha vida?
De que forma você quer viver a sua vida?
Vamos usar a imaginação. Imagine que você está com 90 anos, e começou a
escrever uma autobiografia. O que você quer que seja escrito nela? Qual é a
história que você quer contar que viveu? O que você não quer chegar na velhice
sem ter feito? Seja sincero, não existe resposta certa ou errada, melhor ou pior.
Talvez você queira escrever um livro de aventuras, um romance ou a história
de uma vida tranquila e simples, não importa. Apenas seja verdadeiro, você
está fazendo isso por você.
Após essa reflexão, procure ligar as suas possibilidades de escolha com a
autobiografia que gostaria de escrever. Como cada opção se molda aquilo que
você quer viver?
Qual a pior coisa que pode acontecer se você
tomar essa decisão?
Se o medo é o principal motivo da sua indecisão (geralmente é!), essa pergunta
pode te ajudar muito. Talvez você queira escolher um caminho, mas esteja com
muito medo do que vai acontecer. Você já se perguntou qual é realmente a pior
coisa que pode acontecer? Essa decisão poderia causar algo terrível como, sei
lá, a morte de alguém? Você poderia se machucar gravemente? Ou o pior que
pode acontecer é você ter que lidar com uma decepção, um “não” ou um
recomeço? Isso não é o fim do mundo, é?
Com essa pergunta respondida, talvez você perceba que seu medo é exagerado
e que não está correndo um risco tão grande assim. E o medo reduzirá de tamanho.
E as coisas ficarão mais simples.
É importante lembrar também que você sempre poderá escolher de novo. Uma
decisão errada não vai arruinar a sua vida para sempre. Você sempre pode escolher
se perdoar, voltar atrás e corrigir. Não é o fim do mundo.
Quem é que está decidindo?
Olhe para suas opções e responda: se eu escolher x, quem é que fez essa
escolha? Se eu escolher y, quem terá escolhido? Realmente poderei dizer
que EU escolhi?
Seja quem decide. Abrace a responsabilidade. Pegue a sua vida nas mãos.
Ela é sua. Experiência própria: quando você deixa outra pessoa decidir algo
para você de forma diferente do que você decidiria, apenas uma pessoa vai
ficar feliz, e não é você. Dói muito mais tomar uma decisão errada porque se
deixou influenciar por outra pessoa do que errar tendo tomado a responsabilidade
pela sua decisão. No segundo caso, você erra, mas fica com a consciência limpa
por ter tentado. No primeiro, você se sente um idiota completo. Repito: experiência própria.
Como você vai se sentir?
A princípio talvez você sinta um alívio por ter feito a escolha “mais segura”,
mas e depois? Essa escolha continuará te fazendo feliz, continuará tendo
sentido para você?
Faça um exercício de visualização: imagine que você escolheu a opção x.
Como você se vê vivendo essa decisão? Como se sente? Bem, feliz, empolgado,
em paz? Ou triste, reprimido, contrariado, desanimado? Faça o mesmo com
as outras opções, e lembre-se: não existe resposta certa ou errada, melhor ou pior.
Existe a sua verdade. Seja sincero e estas respostas vão te ajudar a ter mais clareza.
Qual é a necessidade interna que você quer
suprir?
Tudo o que nós queremos conquistar externamente está relacionado a uma
necessidade interna. Por exemplo: você quer um relacionamento, que é algo
externo. Mas você quer um relacionamento não apenas para ter um
relacionamento, mas porque quer suprir, por exemplo, a sua necessidade
interna de afeto. Ou então você quer ter dinheiro para comprar algo. Você não
quer esse “algo” só para tê-lo. Você o quer para suprir uma necessidade interna:
segurança, autoestima, tranquilidade…
Vale a pena investir um tempinho para refletir sobre qual é a necessidade interna
que você quer suprir com essa questão, porque é tudo sempre sobre necessidades
internas. Leve isso em conta.
Você está no melhor estado para tomar uma
decisão importante?
Evite ao máximo tomar decisões importantes sob pressão, estresse, ansiedade,
desespero. Ninguém consegue pensar com clareza nesses estados. Se possível,
respire fundo, deixe a questão de lado e volte quando estiver mais equilibrado.
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