Redação do Diário da Saúde
Já se sabia que alguns perfeccionistas têm um lado sombrio.
[Imagem: HSE/Divulgação]
Tipos de perfeccionismo
O perfeccionismo - um traço de personalidade que faz uma pessoa lutar pela perfeição - pode se manifestar de uma forma adaptativa ou mal-adaptativa.
O perfeccionismo adaptativo é o desejo de atingir altos padrões que são alcançáveis com certos esforços. O perfeccionismo mal-adaptativo é a tendência a colocar exigências excessivas e inatingíveis sobre si mesmo, o que acaba por causar preocupação e estresse quando não se consegue alcançá-las.
O perfeccionismo está associado à chamada "síndrome do impostor" e a sentimentos de incompetência, que aparecem em homens e mulheres de diferentes idades e campos de atividade. Como o perfeccionismo mal-adaptativo, a síndrome do impostor leva a um aumento da sensação de ansiedade, humor depressivo e outros distúrbios psicológicos. Sentimentos de incompetência surgem quando uma pessoa acredita que não merece seu próprio sucesso e tem medo de ser exposto como uma fraude.
Síndrome do impostor
Kenneth Wanga e Tatiana Permyakovab, da Universidade Nacional de Pesquisas (Rússia), decidiram investigar se a síndrome do impostor afeta a relação entre o perfeccionismo e o bem-estar psicológico.
Os dados confirmam a hipótese de que a síndrome do impostor é um mediador entre o perfeccionismo e a ansiedade. Uma pessoa que sofre de perfeccionismo mal-adaptativo se concentra no que não realizou e teme a exposição - na verdade, esses sentimentos levam ao desenvolvimento da síndrome do impostor. Esta, por sua vez, causa sofrimento psicológico, seja ansiedade, estresse ou depressão.
O perfeccionismo adaptativo, por outro lado, não leva à síndrome do impostor e suas consequências psicológicas.
Em seu artigo, as pesquisadoras dão várias recomendações sobre como lidar com a síndrome do impostor que emerge como resultado de um perfeccionismo negativo:
- 1.Concentrar-se em confirmar que você é realmente competente e que todas as suas realizações e seus frutos são merecidos.
- 2.Entender se é benéfico se considerar inadequado. É possível que essa sensação seja uma manifestação de autodefesa quando uma pessoa não quer assumir mais responsabilidades.
- 3.Não sucumbir ao aspecto comportamental da síndrome do impostor, que se manifesta na procrastinação. As pesquisadoras recomendam não adiar as coisas, em vez disso mantendo uma atitude proativa.
- 4.A recomendação final diz respeito a fatores externos. Uma pessoa que sofre de síndrome do impostor pode ser ajudada por um ambiente de apoio, que permita que ela sinta que suas realizações não são acidentais.
O estudo foi publicado na revista Personality and Individual Differences.
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