sábado, 1 de setembro de 2018

Equipes sempre conectadas perdem para equipes com conexões intermitentes

Redação do Diário da Saúde

Equipes sempre conectadas perdem para equipes com conexões intermitentes
Tem havido muito foco na liderança, mas os jovens líderes nem sempre sabem que tipo de liderança exercer - há muita preocupação sobre o que os colegas de trabalho realmente pensam sobre eles.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]
Sempre ligado nem sempre é bom
Mais de uma década após a introdução do primeiro celular inteligente, estamos agora sempre mergulhados em tecnologias chamadas pelos especialistas de "sempre ligadas" - mensagens instantâneas, ligações, e-mail, mídias sociais etc.
Toda essa conectividade significa que estamos constantemente compartilhando ideias, conhecimentos, pensamentos e opiniões.
Certamente essa "sabedoria de multidão" é boa para a resolução de problemas no trabalho, certo?
Provavelmente não, respondem um tanto espantados Ethan Bernstein (Escola de Negócios de Harvard), Jesse Shore (Universidade de Boston) e David Lazer (Universidade Northeastern).
Segundo eles, estar "sempre ligado" pode não dar resultados sempre - "intermitentemente ligado" pode ser melhor para resolver problemas complexos, sobretudo no trabalho.
As teorias dos gurus de negócios
Os pesquisadores reuniram vários grupos de três pessoas que realizavam uma tarefa complexa de solução de problemas.
Os membros de um conjunto de grupos nunca interagiam entre si, resolvendo o problema em completo isolamento; os membros de outro conjunto de grupos interagiam constantemente uns com os outros, como fazemos quando equipados com tecnologias sempre ligadas; e um terceiro conjunto de grupos interagiu apenas intermitentemente.
O que se esperava obter é o que está na literatura de profissionalização e nos livros dos gurus de negócios: Que os grupos em que os membros nunca interagiam seriam os mais criativos, chegando ao maior número de soluções exclusivas, incluindo algumas das melhores e algumas das piores, devido ao alto nível de variação que emerge do trabalho individual; e que os grupos que interagiam constantemente produziriam uma qualidade média de solução mais alta, mas não conseguiriam encontrar as melhores soluções com tanta frequência.
Mas os resultados mostraram algo bem diferente.
A prática dos trabalhadores
Os grupos que interagiam apenas intermitentemente preservaram o melhor dos dois mundos, apresentando uma qualidade média de solução quase idêntica à dos grupos que interagiam constantemente, sem, no entanto, perder a capacidade para encontrar algumas das melhores soluções de todo o experimento global.
Talvez o resultado mais interessante tenha sido que as pessoas com melhor desempenho conseguiram melhorar ainda mais aprendendo com as pessoas de desempenho mais baixo - mas isso aconteceu apenas na condição intermitente.
Quando os funcionários de alto desempenho interagiam constantemente com funcionários de baixo desempenho, havia pouco a aprender com eles porque os de baixo desempenho na maior parte das vezes apenas copiavam as soluções dos seus colegas mais avançados, e os de alto desempenho provavelmente os ignoravam. Mas quando a interação foi apenas intermitente, aqueles de desempenho mais alto puderam aprender algo com seus colegas menos dotados que os ajudaram a alcançar soluções ainda melhores para o problema.
Com isto, os pesquisadores recomendam que as tecnologias e as organizações sejam redesenhadas para oferecer algum isolamento - de forma intermitente - aos trabalhadores para que se possa atingir o melhor desempenho coletivo.

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