
Marcel Camargo • 10 de dezembro de 2015
 
 
 Precisamos das pessoas, do calor humano, do diálogo, da troca de 
energia. Somos seres gregários, vivemos em grupos e obter harmonia é 
preciso. Cabe-nos o distanciamento em relação a quem retira e subtrai, 
bem como a aproximação junto a quem é verdadeiro. Sobra-nos pouco tempo 
para o compartilhar diário de que nossos sentidos se alimentam, por isso
 temos que encontrar a companhia ideal, ou sufocaremos a tranquilidade 
que sempre deverá pautar as nossas andanças.
A companhia ideal é sincera, importa-se conosco, orientando-nos e 
apoiando nossas ações, da mesma forma advertindo-nos quando dos 
equívocos a que todos estamos sujeitos. Sinceridade é mais útil do que a
 bajulação interesseira, pois, ainda que sejamos repreendidos, poderemos
 ter a certeza de que tudo está sendo feito em nossa própria ajuda.
A companhia ideal não prende, mas liberta, na medida certa a que 
possamos contar com apoio e força, não importando a distância, pois 
quando olhamos para trás vemos alguém ali nos amparando, firmemente, 
doando-se com sentimentos verdadeiros. Assim, não ficamos amarrados a 
alguém por conta de favores, mas sim entrelaçamos nossas vidas à de 
outra pessoa com quem dividimos sonhos, esperanças e admiração 
desmedida.
A companhia abre sorrisos e derrama lágrimas ao nosso lado, 
apertando-nos as mãos, compartilhando silêncios, dividindo dores, 
multiplicando alegrias, tornando-se parte de tudo o que somos e 
respiramos, de uma maneira altruísta e incondicional. Não precisamos 
cobrar nada, pois ela se antecipa, por si só, pois sabe ler o nosso 
coração.
A companhia ideal torce pelo nosso sucesso, quer o nosso melhor, fica 
feliz quando estamos felizes, pois não inveja e sim nos admira como uma 
pessoa que tem valor e merece as realizações que a vida traz. Ela sabe 
que todos temos os próprios caminhos, cada qual na sua jornada, sem que 
ninguém consiga tomar o espaço de outrem. Há oportunidades para todos 
poderem brilhar de acordo com o que carregam dentro de si.
A companhia ideal cuida, demonstra interesse por nossos caminhos, 
pergunta sobre nossa vida, nossos sonhos, nossos medos.  Mesmo exausta e
 atribulada, ela não se furta de nos fazer saber o quanto somos 
importantes na vida dela, seja por mensagens, abraços, um breve 
telefonema, seja pelo olhar demorado e fundo em nossa alma. Com isso, 
acabamos cultivando uma reciprocidade natural, retornando sem hesitação 
nosso melhor, comprometendo-nos com a partilha amorosa e verdadeira dos 
mais nobres sentimentos que temos dentro de nós.
A companhia ideal nos deixa ir embora, permitindo que digamos adeus a 
tudo o que emperra nosso renovar e nosso crescimento, apoiando-nos sem 
titubear, acenando-nos com segurança e cheios de esperança, pois 
acredita em nosso potencial para ser feliz, onde e com quem estivermos. 
Da mesma forma, ela parte, se necessário, despedindo-se de nós com a 
certeza de que continuaremos sendo o que somos, tendo o que temos, não 
importa como ou quando, pois tem certeza dos porquês.
Enfim, escolhermos as pessoas certas para termos ao nosso lado durante 
as dores e alegrias de nossa jornada fará toda a diferença na qualidade 
de vida que teremos. O amor compartilhado com verdade e transparência 
sempre será um bálsamo renovador nas horas de desespero e o 
contentamento sincero nas horas de alegria. Muitas pessoas passarão por 
nossas vidas; manter aquelas que valem a pena nos evitará o 
enfrentamento solitário dos corredores traiçoeiros, pois então a certeza
 de amanhãs felizes nos motivará a manter os sonhos acesos e as 
esperanças renovadas, todo os dias de nossas vidas.
 
 
 
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