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Por Artur Ferreira – Fala!PUC
Com o passar dos anos, o processo de conscientização da população sobre os efeitos nocivos do descuido com o lixo produzido tanto em casas quanto nas empresas foi se intensificando. Porém ainda hoje são produzidas milhões de toneladas de lixo por ano, e especialmente lixo eletrônico.
Também chamado de e-lixo, essa categoria de lixo se divide das outras por alguns motivos básicos: primeiro, o lixo eletrônico não poderia ser descartado juntamente com o lixo comum, por possuir substâncias como mercúrio e chumbo. Computadores e celulares, entre outros produtos, quando descartados incorretamente podem tornar o solo infértil, poluir lençóis freáticos (assim comprometendo sistemas inteiros de abastecimento pela intoxicação da água), além de oferecer riscos à saúde dos profissionais e coletores que estiverem em contato com o lixo comum.
O Global E-Waste Monitor 2017 relatou que no ano de 2016 foram produzidos 44,7 milhões de toneladas de lixo eletrônico pelo mundo – lixo suficiente para formar uma linha entre Nova York até Bangkok. No mesmo relatório, constatou-se que somente 20% dos resíduos eletrônicos são reciclados, mesmo que entre esses materiais existam metais de alto valor, como ouro, prata e platina.
De acordo com o levantamento, o desperdício médio por pessoa desse tipo de material é de 6,1 kg, e os países que mais geram lixo eletrônico são Austrália e Nova Zelândia. O Brasil é considerado o maior produtor de lixo na América Latina (1,5 milhões de toneladas no total), ficando em segundo lugar no continente americano, atrás somente dos Estados Unidos. Tendo em vista esse cenário ainda complicado para a sustentabilidade do planeta, tanto o descarte correto quanto a separação dos tipos de lixo existentes são etapas fundamentais no caminho para um futuro sustentável.
De acordo Alex Luiz Pereira, presidente da Coopermiti, uma cooperativa sem fins lucrativos atuante como uma central de triagem de lixos eletroeletrônicos, e uma das pioneiras no Brasil tendo certificados como o ISO 9001:2008 e ISO 14001:2004, o mercado de empresas e iniciativas no ramo ainda é informal e incipiente.
A Coopermiti recebe cerca de 38 toneladas por mês de lixo, conta com um total de 28 cooperadores e fica localizada na região da Casa Verde, Rua João Rudge, 366. Alex Luiz comenta que a busca por certificações importantes para a cooperativa são decisões estratégicas para alcançar um diferencial, já que isso afastaria a noção de informalidade e insegurança técnica por parte de um grande público.
Sobre descarte de lixo eletrônico e sustentabilidade, o presidente da cooperativa diz que “nossa sensibilidade é que ainda estamos no ‘discurso’, ou seja, fala-se bastante de questões ambientais e de sustentabilidade, porém há pouca prática tanto dos órgãos públicos quanto privados, e também dos cidadãos”. Para Alex, na cidade de São Paulo ainda ocorrem poucas iniciativas efetivas ou incentivos focados na questão do lixo.
Entre as ações da cooperativa estão os serviços do descarte de equipamentos eletroeletrônicos, a consultoria de educação ambiental, recuperação e reciclagem que gera benefícios fiscais para empresas parceiras. Os descartes são realizados através de agendamento prévio pelo site da cooperativa ou em postos de coleta (cuja localizações estão informadas no site). Além disso a Coopermiti possui um museu com foco na preservação e divulgação da história da tecnologia, além de atividades culturais realizadas como Oficinas de Arte e palestras focadas no tema da Sustentabilidade.
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