O Cerrado é um dos cinco biomas presentes no nosso país e desempenha uma função extremamente importante: a produção de 40% da água que temos aqui. O desmatamento deste bioma tem crescido de forma significativa, principalmente por consequência do avanço de áreas voltadas para o agronegócio. Deixam de existir reservatórios de água, que são as raízes das árvores, e se tornam comuns as plantações sazonais, que desconfiguram o abastecimentos dos rios que nascem naquela região.
Por aqui, falar sobre água, também é falar sobre energia elétrica. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, em 2021, mais de 65% da energia elétrica do nosso país veio de usinas de fonte hídrica, ou seja, a energia que é resultado da força dos rios. Mas e se os rios não estiverem cheios, por que o Cerrado está desmatado e não armazena água para os períodos de estiagem?
Quem me ajudou a compreender a importância do Cerrado e a dinâmica quase mágica, mas muito lógica desse bioma, foi o geógrafo e membro do Instituto Cerrados, Yuri Salmona, que ressaltou a ligação direta da devastação do bioma no nosso cotidiano: “Quando falta água, na maioria das regiões que têm alguma relação com o Cerrado, e são muitas, você pode saber que tem um efeito sistêmico do desmatamento.”
No atual contexto, o destino do Cerrado, assim como do preço da conta de luz e a água que boa parte da população utiliza, está nas mãos do investimento governamental em preservação e monitoramento. Mas, de forma individual, também é possível colaborar para a preservação do bioma que ocupa ¼ do território nacional, fortalecendo as comunidades tradicionais, por exemplo. Vamos juntes?
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