Claudio Considera
11 de outubro de 2021
Sexta-feira, ganhamos mais um ‘presente’ do governo federal antes do feriadão: reajuste de 7,8% dos combustíveis. Os preços do litro da gasolina chegam a superar R$ 7, em alguns postos, lamentavelmente, valores que logo serão alterados. Como o óleo diesel move os caminhões no país, os aumentos de preços impactam toda a cadeia produtiva, e chegam à mesa e ao bolso do consumidor.
A discussão sobre o ICMS – imposto estadual sobre a circulação de mercadorias e serviços –, acusado de encarecer os combustíveis, é meramente política. O governo federal quer jogar a conta para os estados, mas o percentual de ICMS era igual quando a gasolina custava R$ 4. O principal vilão é o dólar.
O
dólar está cotado acima de R$ 5,5, e os preços dos combustíveis seguem o
mercado internacional, embora o Brasil produza quase todo o petróleo
que consome. Por sua vez, o dólar está tão acima de uma cotação razoável
porque o governo é uma fábrica de crises institucionais; a equipe
econômica não consegue cuidar das contas públicas, o desemprego continua
elevadíssimo e não há retomada dos negócios.
Cairia
muito bem um pacto de governabilidade para acalmar os mercados, fazer o
dólar recuar e, com ele, todos os principais custos da economia,
inclusive combustíveis e gás de cozinha. Um compromisso público com a
estabilidade é urgente, mas é mais fácil e populista culpar o ICMS pela
gasolina que, pelo preço, deveria ser vendida em joalherias.
Ao
consumidor cabe pesquisar preços, manter o carro ajustado (motor, pneus
etc.) e, sempre que possível, usar bikes, transporte coletivo e veículos
de aplicativos
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