Redação do Diário da Saúde
Também já se sabia que as pessoas frequentemente não usam informações disponíveis em suas decisões.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]
Buscar ou evitar informações
Vivemos um tempo de acesso sem precedentes à informação. E, neste
momento de "fique em casa" no mundo todo, o desejo de notícias pode ser
maior do que nunca - pelo menos para algumas pessoas.
Mas nós realmente queremos toda essa informação, o tempo todo?
Alguns podem de fato preferir ter pensamentos mais felizes e manter
uma visão otimista sobre a ameaça à saúde que enfrentamos. Por outro
lado, outros podem preferir não saber o que as oscilações do mercado
estão fazendo com suas economias.
Em outras palavras, a maioria das pessoas tem áreas de sua vida -
incluindo saúde e finanças - nas quais prefere evitar verdades
potencialmente duras e permanecer alegremente "ignorante".
"Os economistas há muito pensam 'quanto mais, melhor', quando se
trata de informação," pondera o professor George Loewenstein, da
Universidade Carnegie Mellon (EUA). "Esse pensamento não reflete
totalmente o relacionamento complexo das pessoas com as informações.
Queríamos criar uma maneira de medir a tendência de um indivíduo de
buscar ou se esquivar das informações".
Evitar a verdade vs. conhecer os fatos
Para medir essa tendência em relação às informações, os pesquisadores colocaram voluntários frente a diversos cenários.
Em um deles, por exemplo, os participantes tiveram a opção de
descobrir, como parte de um exame médico de rotina, até que ponto seu
corpo havia sofrido danos duradouros devido ao estresse: Um terço dos
entrevistados preferiu não ouvir as informações.
Em outro, entre os voluntários que pretensamente tinham dado seu
livro favorito de presente a um amigo próximo, 1 em cada 4 participantes
preferiu não saber se o amigo havia lido ou gostado do livro.
O estudo mostra que o desejo de evitar informações é generalizado e
que a maioria das pessoas possui pelo menos alguns domínios - seja
saúde, finanças ou opinião de outras pessoas - nas quais preferem
permanecer desinformadas.
"É tentador pensar que as pessoas do lado oposto do seu espectro
político são as que tentam evitar as informações," comentou o professor
David Hagmann, membro da equipe. "Mas não encontramos diferenças na fuga
das informações por ideologia política, renda, gênero ou, talvez
surpreendentemente, pela educação.
Característica duradoura
O estudo também mostrou que o desejo por informações foi consistente
ao longo do tempo. Ou seja, aqueles que expressaram uma preferência por
evitar informações em determinado momento expressaram preferências
semelhantes quando perguntados novamente semanas depois.
Além disso, o modo como as pessoas reagiram a cenários hipotéticos
previram suas decisões reais quando elas foram apresentadas a casos
reais de receber ou evitar a obtenção de informações.
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