Coronavírus
Itália, França e Espanha mostram desaceleração no
número de óbitos por covid-19. Governo italiano afirma que "curva
iniciou seu declínio", e Madri começa a considerar quando poderá
reativar a economia.
Nos últimos dias, Itália, França e Espanha vêm mostrando
desaceleração no número de mortes em decorrência da covid-19, trazendo
esperança de que as restrições nacionais implementadas para conter o
avanço do coronavírus estejam começando a dar resultado.
Na
segunda-feira (06/04), os mercados de ações começaram a mostrar
recuperação ligada a esse movimento. As bolsas da Itália e da França
subiram, respectivamente, 3,1% e 3,3%, após a Itália apresentar o número
de mortes mais baixo em duas semanas no domingo, e A França também
registrar menos mortes e internações em UTIs.
Na Itália, Silvio
Brusaferro, principal autoridade de saúde no país, disse que "a curva
está iniciando seu declínio, e o número de mortes começou a cair". Ele
acrescentou que a próxima fase pode ser um afrouxamento gradual de uma
quarentena obrigatória que já está em vigor há um mês em todo o
território italiano.
O país é o terceiro em número de infecções
(atrás de EUA e Espanha), mas o primeiro em fatalidades, que totalizam
15.887. Mais de 21.800 pessoas se recuperaram na Itália. De sábado para
domingo, o número de mortes por coronavírus registrado no país foi de
525, cifra diária mais baixa desde 19 de março. O saldo representa uma
redução de 25% em relação às mortes anunciadas na véspera (681), segundo
dados oficiais.
A França registrou neste domingo 357 mortes por
coronavírus em hospitais nas últimas 24 horas, o menor número diário em
uma semana, elevando a cifra de óbitos pela covid-19 no país para 8.078.
O governo apontou um aumento diário de pessoas internadas em UTIs de
140, o que também representa o número mais baixo em dias. Desde 17 de
março, a França vive sob regime de isolamento social.
Na Espanha,
a taxa de mortes e de contaminação vem desacelerando. No domingo, o
país registrou 6.023 novas infecções, fazendo os casos registrados
aumentarem para 130.759. Esse aumento é menor do que o do dia anterior,
de 7.026. O número de mortes relacionadas ao coronavírus registradas num
dia também caiu para 674 no domingo. Foi a primeira vez que o número
diário de novas mortes ficou abaixo de 800 em mais de uma semana.
De
domingo para segunda, as fatalidades decorrentes de infecções pelo
coronavírus aumentaram em 637, segundo informações do Ministério da
Saúde espanhol. Foi o quarto dia consecutivo de queda e a menor taxa de
mortes em 13 dias. Autoridades alertaram, porém, que pode haver
distorções na contabilização das mortes por um registro mais lento dos
casos no fim de semana.
Segundo a Universidade Johns Hopkins, a
Espanha tem pouco mais de 13 mil fatalidades registradas relacionadas
com o coronavírus. É o segundo país com mais óbitos no mundo, atrás da
Itália, com 15,8 mil, e o segundo em número de infecções, com cerca de
135.000, atrás dos EUA (quase 334 mil). A Espanha também reportou nesta
segunda o menor número diário de novas infecções em duas semanas: 4.273.
O
governo espanhol começou a considerar quando poderá reativar a
economia, que foi paralisada para impedir a propagação do vírus e fez
com que centenas de milhares de espanhóis perdessem seus empregos. Por
enquanto, porém, o primeiro-ministro Pedro Sánchez disse que pedirá ao
Parlamento que estenda o estado de emergência vigente no país por mais
duas semanas, até o dia 26 de abril.
Embora haja sinais de esperança na Europa, os Estados Unidos
se preparam para enfrentar "a mais difícil e triste semana da vida da
maioria dos americanos", segundo o vice-almirante Jerome Adams, chefe da
Saúde Pública do país. De acordo com a Universidade Johns Hopkins, os
EUA têm atualmente 337.646 casos confirmados de infecção pelo
coronavírus, 9.648 mortes e 17.582 pacientes recuperados.
RK/rtr/afp/ap
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