Redação do Diário
da Saúde
Parkinson é um tipo de amiloidose
Pesquisadores japoneses descobriram
como rastrear a estrutura dos agregados de proteínas associados à doença de Parkinson conforme eles
se movimentam pelo cérebro.
Isto permitiu que eles indicassem,
pela primeira vez, que a doença de Parkinson é um tipo de amiloidose, uma
condição mais geral marcada pelo acúmulo anormal de formas mutantes de
proteínas em diversos órgãos e tecidos.
A descoberta tem grandes implicações
no diagnóstico e tratamento da doença, uma vez que os cientistas ainda discutem
uma caracterização precisa da condição, com várias
teorias sobre a doença de Parkinson sendo seguidamente apresentadas
e descartadas.
Proteínas em movimento no cérebro
A marca neuropatológica da doença de
Parkinson são os chamados corpos de Lewy, compostos principalmente de proteínas
alfa-sinucleína (α-syn). No entanto, a ciência ainda não entende completamente
como ou por que eles aparecem no cérebro.
Usando técnicas de imagem de ponta,
os pesquisadores da Universidade de Osaka descobriram que os corpos de Lewy nos
cérebros de pacientes com doença de Parkinson contêm agregados de proteína
α-syn - também chamados fibrilas amiloides - que podem se propagar pelo
cérebro.
Isso dá suporte à nova ideia de que a
doença de Parkinson é um tipo de amiloidose, que é um grupo de doenças raras
causadas pelo acúmulo anormal de proteínas.
"Nosso trabalho segue as
descobertas in vitro de que agregados de α-syn que podem se
propagar através do cérebro têm uma estrutura cruzada," explicou o Dr.
Hideki Mochizuki. "Nosso estudo é o primeiro a descobrir que agregados nos
cérebros da doença de Parkinson também possuem essa estrutura cruzada. Isso
pode significar que a doença de Parkinson é um tipo de amiloidose que apresenta
o acúmulo de fibrilas amiloides de α-syn".
Doença de corpo inteiro
Os pesquisadores sugerem que a doença
de Parkinson seja uma amiloidose sistêmica (de corpo inteiro), e não localizada
em uma parte do cérebro.
Isso se ajusta aos sintomas não
motores que os pacientes experimentam antes do início da disfunção motora, ao
envolvimento de múltiplos órgãos da patologia e a resultados recentes
envolvendo a doença e outros órgãos, como a conexão
entre Parkinson e a flora intestinal.
A equipe diz-se
entusiasmada que sua descoberta terá uso amplo e imediato no desenvolvimento de
novas ferramentas diagnósticas e terapêuticas para o tratamento da doença de
Parkinson
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