Os terapeutas
explicam como se dá o progresso nas sessões e fazem recomendações para você
chegar lá.
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Buscando na internet, é difícil
encontrar uma explicação definitiva para o que significa conseguir “um grande
avanço” na terapia. No entanto, mesmo sem uma conclusão, os terapeutas e
pacientes sempre tentam alcançar essa fase durante as suas sessões.
Mas, na verdade, o que é preciso
entender é que os avanços na terapia são diferentes para cada paciente.
Entender a sua ideia de avanço pode ajudar a definir se você está no caminho
certo e se o tempo e o dinheiro que você está dedicando à terapia estão dando
resultados.
“Às vezes, esses avanços acontecem em
nível cognitivo, tipo um momento de esclarecimento que o paciente tem, e outras
vezes eles são mais viscerais, por exemplo quando o paciente finalmente entende
um sentimento muito profundo”, explica a psicoterapeuta Bianca L. Rodriguez ao HuffPost.
Sob o ponto de vista dos terapeutas, o
grande avanço é “quando o paciente finalmente percebe o que já percebemos há
alguns meses”, explica Kati Morton, especialista em saúde mental e autora do livro “Are u ok?: A Guide to Caring for Your Mental Health”.
Muitos acham que os grandes avanços são
momentos marcantes, como acontece em cenas de cinema, mas tanto Bianca quanto
Kati afirmam que eles podem ser muito mais sutis, como adotar um novo mecanismo para lidar
com problemas ou dar um pequeno passo rumo a um
objetivo que o paciente busca na terapia há meses.
Além disso, esses momentos são
diferentes para cada pessoa e em cada sessão. Os avanços na terapia são aqueles
momentos de iluminação em que o paciente se dá conta de que está fazendo
progresso.
“Esses momentos sempre mudam a forma
como a pessoa pensa sobre si mesma e sobre o mundo. É como se fosse um clique
que faz o paciente se entender melhor para poder se curar e crescer”, conta Bianca.
“É uma mudança de percepção.”
É como se fosse um clique que faz o paciente se entender melhor para
poder se curar e crescer.Bianca L. Rodriguez, terapeuta
Os avanços são um sinal de que o
paciente está crescendo graças ao cuidado com a sua saúde mental, mas nem
sempre são momentos ultrapositivos ou reconfortantes como os que aparecem em
muitos programas de TV.
“A percepção pode ter muitas formas
diferentes. Pode até ser negativa”, explica Kati, que também conta que é comum
que os avanços tragam à tona comportamentos tóxicos,
padrões e relacionamentos prejudiciais. Apesar de desconfortáveis, esses
avanços “negativos” costumam ter um papel importante no processo terapêutico e
também no crescimento pessoal do paciente ao longo do tempo.
Apesar do mito de que o objetivo da
terapia são esses grandes avanços, eles não são a linha de chegada; são mais
como o primeiro dia de um treinamento para uma maratona.
Muitas vezes, quando o paciente tem
essa percepção e identifica um padrão ou uma mudança que gostaria de realizar,
o verdadeiro trabalho terapêutico rumo a um objetivo maior está apenas
começando.
“Já tive vários momentos de avanço na
terapia [...] É deles que surge a coragem para superar tudo”, conta Achea Redd, militante da causa da saúde
mental, escritora e fundadora da organização Real Girls F.A.R.T. (Fearless,
Authentic, Rescuer, Trailblazer).
Como lidar com os momentos de bloqueio na terapia
É normal que a terapia fique estagnada
de vez em quando, mas algumas coisas podem bloquear esses avanços e o progresso
geral do tratamento.
Kati explica que alguns mecanismos de
defesa, como a fuga, a falta de sinceridade com o
terapeuta e o “excesso de lógica” podem
impedir os avanços nas sessões. Em alguns casos, o paciente pode ter escolhido o terapeuta errado e
deveria buscar outro profissional. Encontrar um terapeuta que valide essas
pequenas percepções ao longo do caminho é essencial para não perder a motivação
nessa viagem rumo ao autoconhecimento.
No fim das contas, a chave é ter
paciência e aceitar o seu progresso (e os contratempos normais que podem
surgir). Todas as pequenas vitórias na terapia, a superação das pequenas mágoas
e a conquista de metas aparentemente simples que o paciente atinge podem ser
momentos de avanço, mesmo que ele não perceba na hora.
“Ter empatia e compaixão consigo mesmo
durante o processo é essencial para que a terapia seja bem-sucedida”, explica
Achea. “Às vezes, o paciente precisa ajustar as expectativas dele sobre o que
vai acontecer, e comemorar o próprio compromisso de concluir a transformação.”
Na verdade, não existe receita para
alcançar um grande avanço na terapia. Não existe um número mágico de horas que
o paciente precisa passar nas sessões para a saúde mental, nem as palavras
certas a dizer, nem uma fórmula passo a passo a seguir para ter um desses
momentos de percepção. Com a orientação do terapeuta, você vai decidir o que
seria um avanço para você, e assim terá mais força no seu processo terapêutico.
“Os avanços sempre chegam na hora
certa”, afirma Bianca. “Não dá para acelerar o processo de cura, e tudo o que
acontece antes desse avanço faz parte do caminho que deve ser percorrido.”
*Este
texto foi originalmente publicado no HuffPost US e
traduzido do inglês
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